Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3662

Decidir não é tarefa fácil. Se a nível pessoal já é complicado, então quando se trata ao nível organizacional, com centenas de decisões diárias, em catadupa, com implicações na vida das pessoas e das instituições, aí a dificuldade aumenta.

É por isso fundamental num processo de decisão perceber o que de facto está em jogo e o que cada decisão acarreta. Esta deve ser racional, responsável e não preconceituosa, rancorosa, vingativa, ou anarca, no sentido de se alcançar a melhor solução para todos.

A AG do próximo dia 17 de fevereiro representa uma decisão vital para o presente e futuro do nosso Clube. O que está em causa é muito mais do que a aprovação de simples propostas, trata-se de decidir se queremos, ou não, a continuação do crescimento sustentado e competitivo de um projecto que reergueu o Sporting CP da pré-falência e o colocou no rumo certo.

Os factos demonstram que passámos a ser de novo um Clube grande e temido, que voltou a contar! Por isso se percebe a histeria dos nossos rivais, internos e externos, que tudo aprontam para minar este caminho, iniciado em Março de 2013.

Temos lutado incansavelmente e assistido a tudo, desde: corrupção, tráfego de influências, cartilhas, vouchers, sms’s, emails. Foram elaborados sofisticados estratagemas para nos destruir, pela mão dos nossos inimigos e rivais, mas também tendo como aliados traidores internos, pois o Sporting CP é agora de novo um Clube apetecido.

A realidade actualmente vivida em nada tem a ver com a encontrada em 2013. Passámos de 35 para 55 modalidades, onde lideramos ou estamos na luta pelo título. Em pouco mais de quatro anos, regressámos às conquistas europeias por equipas, com cinco títulos arrecadados, em três modalidades distintas e com a proeza das últimas duas, no passado fim-de-semana, serem uma dobrinha inédita, masculino e feminino, no Europeu de Corta-Mato. Estas conquistas ainda podem aumentar pois há ainda provas em disputa: o próprio atletismo, o futsal ou goalball são algumas delas.

No futebol continuamos na luta pelo título que há tanto nos foge, após termos conquistado uma Taça de Portugal, uma Supertaça e no mês passado a Taça da Liga, esta, pela primeira vez na história da competição. Mantemo-nos em três frentes, Liga NOS, Taça de Portugal e Liga Europa.

A nossa formação, que andava pelas ruas da amargura, é novamente reconhecida como uma das melhores do Mundo, alimentando com talentos a equipa principal e tendo proporcionado as maiores transacções de jogadores portugueses para o estrangeiro de um clube português.

A inclusão é hoje, de facto, uma preocupação e uma prática diária, quer através da Fundação Sporting, que durante este período conseguimos que obtivesse o estatuto de IPSS, ou pelo desporto adaptado e paralímpico, ou as demais actividades do nosso Clube que nos colocam no patamar cimeiro a nível mundial.

Fale-se com os funcionários do Clube que tinham ordenados em atraso em 2013, mas também com parceiros e demais ‘stakeholders’. Perguntem-lhes o que era e o que é hoje o grande Sporting CP. 

E o maior património do Clube, os Sócios? De cerca de 90 mil passaram para 170 mil colocando-nos no top-3 de clubes com mais associados do Mundo. As assistências no Estádio eram, apesar das inúmeras ofertas, diminutas. Já nem de graça as pessoas queriam ir, para passarmos a ter uma moldura de aço com as bancadas sempre com grande apoio e assistências.

O Clube e a SAD equilibraram as contas e passaram a dar lucro. Esta Direcção foi a única a conseguir um mandato completo com resultados positivos, tanto no Clube, como na SAD. Mas também o maior contrato de patrocínio de sempre, no valor global de 515 milhões de euros. O património que ia sendo delapidado deixou de o ser e voltou a crescer de novo, como é disso demonstrativo o Pavilhão João Rocha, uma ambição de décadas que o Clube nunca teve e que a todos nos orgulha.

A transparência e o rigor da informação são uma constante, veja-se a informação p.e. a cada fecho de mercado aqui no nosso jornal. Mas há mais: Sporting TV, Gala Honoris Sporting, Congresso internacional The Future of Football…

Por definição a democracia é um sistema que incorpora dentro de si as próprias forças que a querem destruir. Mas também quem acredita neste modelo e nas causas maiores deve participar para que tal não aconteça. Como sempre, a decisão é dos Sócios.

Boa leitura!