Leões venceram o Benfica em Coimbra por 3-2
O silêncio é quase total no Pavilhão Dr. Mário Mexia, em Coimbra. Apenas se ouvem alguns 'burburinhos'. Pelo meio, enquanto alguns adeptos encarnados, visivelmente desiludidos, se dirigem para as portas de saída, os Sportinguistas presentes nas bancadas baixam-se simultâneamente até ao chão. De repente, ouve-se um pequeno coro de vozes afinadas a dar o 'tiro de partida' dentro da quadra: "Sha La la la la, SPORTING ALLEZ, Sha La la la la SPORTING ALLEZZZZ" (imagine o cântico). Até que.... "SHAA LAAA LAAA LAAA LAAA SPORTING ALLEZZZZZ", gritaram, aos pulos e a plenos pulmões, centenas de Sócios e adeptos do Clube, embalados pelos jogadores e respectiva equipa técnica de futsal do Sporting CP, que se haviam sagrado momentos antes vencedores da Supertaça da modalidade.
A vítima? A águia, que mais uma vez se viu na 'pele' de presa perante um leão maduro e personalizado, que se revelou mais forte do início ao fim - ainda assim, o respeito entre os dois 'velhos' rivais também foi notório. Logo a abrir, marcava o cronómetro dois minutos de jogo, Anilton deu o pontapé de saída no marcador frente ao Benfica, com um remate forte à entrada da área, que ainda sofreu um desvio e traiu Cristiano, o guardião contrário.
No entanto, a resposta dos jogadores de Joel Rocha chegou ainda nos primeiros dez minutos, por Rafael Henmi, numa iniciativa do brasileiro pela esquerda. André Sousa não conseguiu defender o remate cruzado (8'). Um minuto antes, os comandados de Nuno Dias tiveram a hipótese de aumentar a contagem para dois golos de diferença, mas Diogo falhou o penálti que castigava os encarnados, após uma falta de Henmi sobre Dieguinho na área. Já depois de a bola ter embatido no peito de Cristiano, Diogo falhou também a recarga.
Dieguinho, Merlin e Divanei - um trio que deixou a cabeça dos jogadores do Benfica em água -, ainda ameaçaram anular a igualdade no primeiro tempo, mas a bola ou esbarrava no guardião contrário ou passava (quase) sempre perto do poste. Talvez por isso, o empate ao intervalo não traduzia a superioridade leonina, que apenas pecou na eficácia.
Após o regresso dos balneários, o Sporting CP voltou a colocar-se na frente, por intermédio de Pedro Cary, a coroar um regresso forte dos leões à quadra. Um disparo forte do internacional português que só parou no fundo das redes da baliza adversária. Muito festa no banco de suplentes verde e branco. O mister Nuno Dias tinha razões para sorrir. O problema é que, uma vez mais, ou não fosse este um dérbi, a resposta não tardou.
André Sousa avançou no terreno, de forma a criar superioridade numérica, mas na altura do remate, quando encontrou oposição, deixou a bola à mercê de Chaguinha, que só teve de enviar a bola para uma baliza deserta, a doze minutos do fim.
Com a incerteza no resultado, numa altura em que as duas equipas tentavam arriscar um pouco mais, Anilton voltou a marcar. Numa jogada um pouco confusa, e já depois de Cristiano ter defendido um primeiro remate de Merlin, Henmi evitou a recarga de Dieguinho, mas permitiu que a bola sobrasse para o jogador leonino, que só teve de encostar.
Num último esforço, os encarnados ainda recorreram ao guarda-redes avançado, mas sem sucesso, já que o troféu tinha selo verde e branco.
É já a sétima Supertaça de futsal para o Museu Sporting.