Reportagem com equipa feminina de ténis de mesa no Jornal Sporting
Olhar concentrado. Sério. De quem sabe o que faz e não teme a opositora. Foi esta a postura que registámos vinda de três meninas com o símbolo do ‘leão’ rampante ao peito e de raquete em punho, prontas para as batalhas. Quem as observa da bancada esquece rapidamente a idade que têm, tal é o comportamento adulto e profissional que assumem ao longo dos vários sets. Rita Silva, que, ao longo da conversa com o Jornal Sporting, se relevou a mais tímida das três, também é a mais velha, com 13 anos e um sonho guardado no coração: “Gostava de já ter ido à Selecção, tal como as minhas colegas”, confessou. Bruna Marcelino e Patrícia Santos, ambas com 11 anos, já tiveram a sorte de representar a equipa das ‘quinas’ e, para além de não conseguirem esconder o sorriso quando se fala do assunto, foi quase em uníssono que aclamaram: “Conhecem-se muitas pessoas diferentes! É muito giro”.
Mas afinal, o que leva três meninas de tão tenra idade a optarem por um desporto menos mediatizado? As respostas são surpreendentes, mas quem as vê em acção pensa que já nasceram com ‘jeito para a coisa’. “Comecei porque ela [Patrícia Santos] precisava de uma colega de equipa e como somos vizinhas... Arrisquei! Fui gostando cada vez mais de jogar e pronto...”. E pronto, agora é uma das mais promissoras atletas da modalidade no Sporting Clube de Portugal. Mas Bruna já demonstra uma certa maturidade, ao ponto de garantir que tem outros planos, caso o futuro não lhe permita continuar a fazer passar a bola para o outro lado da rede: “Queria continuar com isto mas se não der, quero ser actriz ou advogada!”.
A mais velha das três mostra-se reticente quanto ao caminho que tomará caso os obstáculos não lhe permitam continuar a caminhada, até porque esta é uma estrada que lhe é familiar há três anos: “Comecei na escola, no 4.º ano. Estive no Bora-Hora e agora estou aqui!”, exclama Rita. A mais experiente é Patrícia e isso é algo que se nota durante e fora dos jogos. Aplaude as colegas, entoa gritos de motivação e recorre às palmas quando está a assistir. Nota-se que assume uma responsabilidade um pouco mais vincada quando encara a opositora e a história que tem escrito no ténis de mesa esclarece-nos as causas dessas diferenças: em 2015, Patrícia Santos ficou em 7.º lugar no Euro Mini Champ’s de Estrasburgo, lugar que lhe permitiu estar entre os 12 melhores atletas da Europa nascidos na sua geração e participar no Stiga Masters Minimes, um evento que se realizou em Blegny, na Bélgica. Neste último, alcançou o 10.º lugar. Tudo isto vindo de uma menina pequena que nos contagia com o seu sorriso ternurento mas que já transporta grandes conquistas e deseja prolongar o seu crescimento ao lado do ténis de mesa: “Quero muito continuar mas sei que é difícil. Comecei aos seis anos, por causa do meu pai e do meu irmão, que já jogavam. É importante ter outras escolhas na cabeça e por isso é que não me importava de ser fisioterapeuta, também”.
Leia toda a reportagem nesta edição do Jornal Sporting, que já se encontra nas bancas.