Treinador realçou que "estas dores de crescimento vão dissipar-se com o tempo"

Após a derrota por 2-0 em casa do GD Fontinhas, na ilha Terceira, nos Açores, Filipe Çelikkaya, treinador da equipa B Leonina, considerou que o resultado foi justo, "porque o GD Fontinhas teve mais oportunidades claras" e enalteceu que, acima de tudo, há muitas ilações a tirar para a evolução dos jovens Leões.

"Fica uma grande aprendizagem, dura, porque ainda pensávamos que poderíamos chegar ao quarto lugar e torna-se mais difícil de digerir. Eles têm de entrar altamente concentrados do início ao fim, sem facilitar nada, num jogo destes: com pressão, público do adversário, algumas decisões controversas", começou por dizer ao Jornal Sporting, antes de analisar o desenrolar da partida.

"Não entrámos muito bem no jogo. Perdemos muitas bolas na construção, não tomámos as melhores decisões e a nossa linha defensiva estava muito longe da média. Tornou-se fácil ao adversário fazer pressão, tentando jogar no nosso erro e nós com algumas dificuldades a entrar no bloco deles", referiu, continuando: "Equilibrámos a partir dos 30 minutos, já com alguma capacidade de penetrar na estrutura adversária, mas no final da primeira parte senti que deveríamos ter tido mais agressividade no último terço".

Já sobre a segunda parte, onde tudo se decidiu, Filipe Çelikkaya voltou a frisar as dificuldades sentidas pela equipa para impor o seu jogo.

"No intervalo tentámos rectificar alguns comportamentos, mas voltámos a não entrar bem e numa desatenção nossa, totalmente controlável, fizemos penálti. O jogo já estava difícil e ainda pior ficou. Depois, com a expulsão ficou difícil de ir atrás do empate ou da vitória", sublinhou o técnico, ciente que o erro "faz parte do crescimento". 

"Esta é uma fase importante nas suas carreiras, porque se dá a transição para o futebol profissional, embora já o sejam. O que viveram na formação é positivo, mas não têm jogos tão competitivos como estas 22 jornadas da Liga 3, contra homens, mais rápidos e fortes, experientes, que sabem gerir os tempos e o jogo", considerou, acrescentando: "Tudo isso são coisas que os nossos jovens ainda não fazem na sua plenitude, apesar da sua qualidade técnica, mas o futebol não é só isso. É também a resiliência, a capacidade de trabalho e de jogo colectivo, a forma como se disputam os lances e os duelos". 

A equipa B é "uma etapa difícil", realçou, mas o futuro é risonho, acredita o treinador verde e branco. "Claro que vão aprender, estão no início das suas carreiras e estas dores de crescimento vão dissipar-se com o tempo. Há que transmitir-lhes confiança e ferramentas para saberem lidar com o insucesso e o sucesso", reforçou, antes de projectar a próxima fase: "Olhamos com esperança e queremos fazer melhor no que toca aos nossos comportamentos colectivos e individuais".