Rúben Amorim: "Temos de recuperar a chama que sempre tivemos"
21 Out, 2022
Sporting CP recebe Casa Pia AC no sábado (20h30)
De regresso à Liga Portugal e a casa, a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal enfrenta, este sábado, o Casa Pia AC no Estádio José Alvalade, num jogo a contar para a décima jornada do campeonato.
Na véspera do encontro, esta sexta-feira, Rúben Amorim, treinador dos Leões, esteve em conferência de imprensa para lançar a partida, mantendo sempre o foco no adversário deste fim-de-semana, sem pensar no Clássico entre FC Porto e SL Benfica.
“O nosso rival directo, neste momento, é o Casa Pia AC, porque está à nossa frente e é o nosso próximo jogo, que é sempre o mais importante e o único que conta. Tivéssemos ganho ou não - que devíamos - ao Varzim SC, uma equipa da Liga 3, na primeira eliminatória da Taça de Portugal, agora temos de ganhar, como sempre. Temos de recuperar a chama que sempre tivemos e isso é o mais importante, para lá dos títulos, dinheiro ou da valorização dos jogadores que trouxemos. A chama e a ligação entre todos também vêm dos resultados e temos de voltar a fazer com que seja forte”, começou por dizer aos jornalistas presentes na sala de imprensa da Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, acrescentando: “é um jogo importantíssimo para nós, para ultrapassar o Casa Pia AC e juntarmo-nos mais à frente do campeonato”.
Para o encontro, as ausências confirmadas do lado Leonino são Daniel Bragança, Luís Neto, Jeremiah St. Juste e Sebastián Coates, que o Departamento Médico está a tentar recuperar “para o FC Arouca”, no próximo fim-de-semana. Depois, Amorim garantiu ainda que Ricardo Esgaio ainda não vai ser convocado, porque “desta vez é ele a descansar e vai jogar o [Pedro] Porro”, adiantou.
Olhando já de forma pormenorizada para o Casa Pia AC, “uma equipa competente e tranquila na classificação”, o treinador do Sporting CP projectou os desafios que os Leões terão pela frente, bem como deverão responder em campo. “É uma equipa que sofre poucos golos, joga com o nosso sistema e pode apresentar-se com um 5-4-1, 3-4-3 ou até com três médios, porque conheço o Filipe [Martins] e até trocámos impressões na pré-época. O Godwin é um dos jogadores mais perigosos em termos de transições e vêm sem quaisquer responsabilidades. Portanto, perspectivo uma equipa à espera do nosso erro, com boas saídas de bola e tentámos treinar como pressionar para ganhar cedo a bola”, realçou, antes de reforçar a confiança nos seus jogadores.
“Vai ser um jogo muito difícil, onde temos toda a responsabilidade e num momento de pressão. Os jogadores têm de encaixar isto porque é nestes momentos que temos de responder, mas estou muito confiante e acho que a equipa vai fazer um grande jogo”, sublinhou Amorim, abordando de seguida a importância dos jovens da formação no projecto do Clube.
“Não vai haver revolução nenhuma, sabemos do projecto em que estamos, as coisas estão a ser bem feitas, mas os resultados não estão a ser conseguidos. Temos uma direcção, com miúdos a surgir e temos de criar-lhes oportunidades, que é algo que estamos a fazer há cerca de três anos. Que eu me lembre, ainda não houve uma semana em que não tenhamos chamado miúdos, é normal. O processo é o mesmo, não estamos a ter resultados, algo não está a funcionar e vamos fazendo a ligação com os miúdos e com o talento que têm demonstrado”, disse o técnico.
A seguir, Rúben Amorim falou ainda sobre a forma como os adeptos têm lidado com o momento menos bom da sua equipa, frisando que “têm sido muito justos”. “Demonstrando essa ’fome’, mesmo não jogando bem, eles estiveram connosco, bem como quando perdemos jogos difíceis de encaixar. Desta vez, fomos eliminados à primeira na Taça, não estamos bem no campeonato e estamos na luta num grupo difícil na UEFA Champions League, por isso temos de encaixar tudo aquilo que os adeptos nos quiserem mostrar”, disse, enumerando soluções para dar a volta à situação.
“A responsabilidade está do nosso lado e o que temos de fazer é mostrar a nossa identidade e aumentar um pouco essa ‘fome’ em todos os jogos, porque em termos de exibições temos empurrado os adversários, mas temos de ser mais agressivos, marcar golos e sofrer menos”, resumiu o treinador Leonino, antes de destacar que ainda não pensa no jogo frente ao Tottenham Hotspur FC, sendo que “o campeonato é a prioridade”, neste caso o Casa Pia AC.
“Temos de dar uma boa resposta, aumentar a intensidade e ser rigoroso em todos os momentos do jogo, porque nem sempre o temos sido e tem-nos custado caro”, salientou, dando o exemplo da última partida, diante do Varzim SC: “Tínhamos tempo para dar a volta e poderíamos ter tido a cabeça mais fria, mas isso também tem que ver com a inexperiência de alguns jogadores e do momento. Outras vezes, em que estávamos melhor, conseguíamos fazer golos no fim e isso está relacionado com a chama de que falo, que é muito importante para nós e para os nossos adeptos. Foi muito isso que fiz ver aos jogadores”.
Assim, Rúben Amorim disse, por fim, que quer manter a exigência bem alta e acredita também que no campeonato “tudo pode mudar de um momento para o outro”. “No fim do ano serei sempre o responsável, foi esta a exigência que colocámos e queremos no Clube. Isto ainda não acabou, ainda temos objectivos para cumprir. No fim, faremos a avaliação, partindo da base que no ano passado, com a passagem aos oitavos [na UEFA Champions League], segundo lugar [no campeonato] e [conquista] da Supertaça e da Taça da Liga, foi escasso. O campeonato ainda não acabou e isto pode mudar de um momento para o outro, no futebol já vi coisas mais difíceis a acontecer”, finalizou.