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Foto Mário Vasa

Olá, outra vez, à 'dobradinha'

Por Jornal Sporting
27 maio, 2018

Sporting CP venceu a Taça de Portugal ao derrotar o Sp. Braga, no Jamor, por 1-0

Costuma dizer-se que não devemos voltar aos lugares onde já fomos felizes. A equipa de futebol feminino do Sporting CP tem-se mostrado pouco crente nessa premissa. Depois da conquista do bicampeonato, as leoas apuraram-se para a final da Taça de Portugal, no Jamor, de forma a repetirem o feito conseguido na época passada: a 'dobradinha'.

Há dois anos que Sporting CP e Sp. Braga protagonizam vibrantes duelos nesta modalidade. Os 11.714 espectadores que marcaram presença no Estádio Nacional não tinham quaisquer dúvidas de que a vitória - para qualquer um dos lados - seria sofrida e, muito provavelmente, 'arrancada a ferros'. Daí vários grupos não se terem esquecido das mantas, cientes de que o jogo poderia prolongar-se noite dentro. Foi o que aconteceu. 120 minutos depois, as verdes e brancas reergueram a tão desejada 'rainha', sendo que embora Diana Silva tenha levado para casa o estatuto de MVP, com um golaço aos 104 minutos, todas as jogadoras mereceram as devidas coroas, tal não foi o esforço físico (e emocional) deixado em campo. 
 
A primeira parte quase que poderia ter sido disputada sem balizas. Patrícia Morais, de um lado, e Rute Costa, do outro, tiveram pouco trabalho, registando-se uma única defesa por parte da guarda-redes minhota a remate Sharon Wojcik. O esférico andou muito tempo na zona central do terreno, onde se lutou pela bola com unhas e dentes. Nesse particular, há que destacar Fátima Pinto, 'empurrada' para o corredor esquerdo, mas que nunca se cansou de batalhar, fazer 'dobras' ou ir ao chão. 
 
 
Apesar das poucas oportunidades de golo, o Sporting CP foi para o intervalo com claro ascendente no encontro, factor que se poderia ter evidenciado caso Fátima tivesse acertado a pontaria à entrada da etapa complementar, quando de ângulo apertado tentou surpreender Rute Costa. 
 
Por falar em surpresas - mesmo que a qualidade de Patrícia Morais não seja novidade para ninguém -, a guardiã das leoas deixou o público de boca aberta na sequência de um pontapé de canto, ao mostrar os reflexos super apurados, defendendo um cabeceamento 'impossível'. 
 
 
A verticalidade do jogo leonino evidenciou-se com a entrada de Ana Capeta para o lugar de Tatiana Pinto. Com o apoio da avançada dona de um excelente histórico frente ao Sp. Braga, Diana Silva quase chegou ao 1-0, só que, dentro da área, atirou ao lado. 
 
O topo norte do Jamor - lado destinado aos Sportinguistas - gelou à passagem dos 82 minutos. Após Laura Luís desenhar um cruzamento perfeito para a cabeça de Francisca Cardoso, esta última levou os adeptos bracarenses à loucura... durante poucos segundos. Porquê? O VAR, dirigido por António Nobre, anulou a vantagem por fora-de-jogo. A partida estava mesmo destinada ao prolongamento. 
 
Foi nesse período que surgiu o momento de inspiração de Diana Silva. Do meio da rua, e aproveitando o adiantamento de Rute Costa, a número 19 marcou o chamado golo de levantar o estádio, numa altura em que o adversário apresentava um maior índice de desgaste físico. 
 
 
 
Antes dos festejos no habitual tom - verde e branco -, Patrícia Morais ainda teve luvas para tirar o pão da boca a Ágata Fernandes e Patrícia Cardoso. Tarde/noite inesquecível para a guarda-redes portuguesa, grande responsável por podermos dizer: Olá, outra vez, à 'dobradinha'.