Passo a passo…
05 Nov, 2020
Sente-se uma boa auréola em torno do grupo de Rúben Amorim, que a cada dia vai convencendo até os mais cépticos, com a equipa a jogar com uma alegria contagiante
O bom início da nossa equipa de futebol tem devolvido aquilo que andava, infelizmente, arredio em cada um de nós. Sente-se de novo que existe esperança e que, nas inúmeras tertúlias Leoninas, se fala de futebol com muito mais alegria. Com aquela esperança tão peculiar e alusiva à nossa cor, o verde, que é imagem de marca centenária do nosso emblema.
Sei que a procissão ainda está a sair do adro, sei até que a época será longa, e que este ano, levado por esta pandemia que nos bateu à porta sem querer partir, muito poderá até ser desvirtuado pelos inúmeros surtos que assolam os atletas, e que ao Sporting CP, por exemplo, até já lhe possa ter custado, sobretudo pelas ausências de peso nos jogos que efectuou, o possível acesso à fase de grupos da Liga Europa.
Não sou de partos prematuros, porque como já referi tudo está ainda muito embrionário. Decorridas estão apenas seis jornadas. Uma coisa é certa desde o início… sente-se uma boa auréola em torno do grupo de Rúben Amorim, que a cada dia vai convencendo até os mais cépticos, com a equipa a jogar com uma alegria contagiante.
Um conjunto de aquisições bem conseguidas como Adán, Nuno Santos, Pote, Feddal e Porro, que têm sido escolhas regulares no onze, aliado aos regressos de João Mário e Palhinha, que acrescentaram “perfume” e qualidade ao meio-campo do Sporting CP, bem como ao lançamento de muitas crias do Leão vindas da formação, como Daniel Bragança – também ele regressado de um empréstimo, Nuno Mendes, Matheus Nunes, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Tiago Tomás e Joelson Fernandes, que estão na antecâmara do sucesso e que na época passada andavam ainda pelos sub-23, são elucidativos de que a aposta na juventude, complementada com jogadores já de créditos firmados, tem dado uma mistura explosiva e um cocktail de esperança no futuro.
Como escrevi no título desta coluna de opinião, e apesar da muita água que ainda irá correr por debaixo das pontes, uma coisa é óbvia até ao momento. Temos o direito à esperança no tal passo a passo. A pressão de jogar no Sporting CP é sempre positiva. Roma e Pavia, como naquele velho ditado, não se fizeram num dia. Sabemos até que os rivais principais têm orçamentos muito mais altos, e que não será num qualquer golpe de magia que as coisas acontecem.
Como dizia com a sua imensa sabedoria o professor Mário Moniz Pereira, ter sorte dá muito trabalho. E é indubitável que se vê trabalho e alegria para almejarmos a tal “sorte”, além de uma perceptível fome de conquista. No próximo sábado será em Guimarães, e espera-nos mais uma “batalha” dura.
A receita terá de ser a mesma. Trabalho e foco. Ambas, acredito, nos guindarão às alegrias.
Bem precisamos!