‘D10S’ vestiu o manto sagrado
03 Dez, 2020
Gosto de jogadores que façam da bola o seu brinquedo. Que espalhem magia. Que tenham aquele dom só ao alcance dos verdadeiros predestinados. Diego Maradona tinha tudo isso. Era simplesmente único e genial. A sua lenda irá perdurar no tempo
A capa do nosso Jornal da passada semana, numa homenagem tão bonita como bem conseguida a ‘D10S’, retratou um momento de que todos os que como eu estiveram em Alvalade nessa noite de 12 de Setembro de 1989, se orgulham. O de ter visto, nem que fosse por breves momentos, Diego Armando Maradona de manto sagrado vestido, e de sorriso aberto. O momento foi após o jogo da primeira eliminatória da então Taça UEFA. Ficou para todo o sempre. Sobretudo para os Leões mais novos, que souberam do momento agora, e que não viram a magia e o perfume do futebol daquele que para mim, se não o melhor – é sempre discutível e o nosso Cristiano Ronaldo leva a que o nosso coração para ele penda –, será pelo menos o mais genial jogador de todos os tempos que alguma vez vi jogar.
Sou, a nível de futebol, um romântico inveterado. Gosto de jogadores que façam da bola o seu brinquedo. Que espalhem magia. Que tenham aquele dom só ao alcance dos verdadeiros predestinados. Diego Maradona tinha tudo isso. Era simplesmente único e genial. A sua lenda irá perdurar no tempo.
Ele era o “10” e eu, amante do futebol espectáculo, é a posição do terreno com que me deleito com a magia dos craques que aí jogam.
Por isso, e desde criança, embora o nosso Sporting CP tenha desde a baliza aos chamados “matadores” uma história imensa de craques, é os “10” que me fascinam e que destaco dos demais.
E de criança, aquela que a memória do tempo me permite lembrar, até aos dias de hoje, fez com que, e até porque as homenagens se devem fazer em vida, decidir prestar o meu tributo aos meus “magos” Leoninos dessa posição. Por ordem temporal começo por Samuel Fraguito, simplesmente arrebatador tecnicamente, e por Salif Keita, o maliano dos pés de ouro. Era muito menino, mas lembro-me bem deles. Posteriormente, já mais adolescente, lembro o “mago” António Oliveira, quanta classe tinha naqueles pés; e na década de 1990, já em fase adulta, quanto foi o privilégio de ver jogar ao mesmo tempo Krassimir Balakov, toneladas de génio, e Luís Figo, não tanto um “10”, mas com uma classe que fez dele o melhor do mundo. Também desse tempo o tão incompreendido, mas tão genial Pedro Barbosa, que pintava puras obras de arte ao seu ritmo, até ao presente com Bruno Fernandes, também ele não bem um “10”, mas com um génio pouco comum. O único em actividade e que não sei ainda onde irá parar num estrelato que está nos seus pés. Vai ser de topo mundial, seguramente.
Ter tido o privilégio de ter visto tão ilustres talentos de Leão ao peito, com o manto sagrado vestido, foi arrebatador.
Com a morte de Dieguito – que descanse em paz, e obrigado pelo que me (nos) proporcionou –, recordei os meus ‘D10S’, de verde e branco, com as devidas proporções, como é óbvio.
Sou fã da magia do futebol em estado puro. Qual poesia. Fui obviamente fã do “mago das pampas” e de todos os “mágicos” Leoninos que referenciei.
Não vi outros craques e muitos mais houve anteriormente, porque cheguei ao mundo dos vivos a meio do percurso de vida do Sporting Clube de Portugal, mas o que já vi foi arrebatador.
O desporto-rei é isto. Feito destes mágicos que dão brilho a um espectáculo tão bonito.
P.S. – Por falar em jogadores de classe. Pedro Gonçalves tem tudo para ser um ‘Pote’ de talento!