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Esforço, Dedicação, Devoção e Glória

Por Juvenal Carvalho
16 Jun, 2022

O andebol do Sporting Clube de Portugal aplicou na plenitude o lema do nosso Clube, no passado fim-de-semana em Matosinhos. O Esforço, a Dedicação e a Devoção foram o verdadeiro mote para alcançar a tão ansiada Glória, que deixou em êxtase os Sportinguistas presentes no pavilhão, e muitos foram, bem como os milhares que viram através da televisão a conquista da décima sexta Taça de Portugal da modalidade, a que acrescem ainda no palmarés duas Taças Challenge, − o que faz de nós o clube português que mais competições europeias ganhou na modalidade − bem como 21 Campeonatos Nacionais e três Supertaças, num palmarés digno da grandeza da nossa instituição. 

No Desporto fala-se muitas vezes em projectos e em 'anos zero'. Valendo isso o que vale, a verdade é que a forma como o Sporting CP este ano apostou na modalidade, de forma assertiva, e sobretudo a mudar o paradigma do que vinha sendo feito ultimamente.

Este ano, a juntar aos jogadores da nossa "cantera", como Manuel Gaspar, Francisco Tavares, Edmilson Araújo, Salvador Salvador e António Machado, a aposta foi em jovens − e que jovens − de tanto talento como os irmãos Martim Costa e Kiko Costa, este último não me lembro mesmo de ter visto algo parecido com apenas 17 anos,  que vieram acompanhar o seu pai e treinador Ricardo Costa, numa aposta muito acertada pela secção, a que juntaram ainda André José e o georgiano Erekle Arsenashvili, jovens promissores vindos do ABC de Braga, o guarda-redes tunisino Yassine Belkaid vindo do Vitória de Setúbal, os jovens cubanos Hanser Rodriguez e Ronaldo Almeida, num protocolo com Cuba que pode dar frutos futuros. Vieram ainda os espanhóis Natán Suarez, Josep Folqués e Mamadou Gassama, bem como o pivot dinamarquês Jonas Tidemand que se juntariam à maturidade nesse tão bom binómio experiência versus juventude, que asseguraram Matevz Skok, o "mago" Carlos Ruesga e o "bombardeiro" alemão Jens Schongarth, importantíssimos nesta conquista e na época excelente que o andebol fez.

Se no campeonato nacional foram detalhes e até o excesso de dureza permitida aos "dragões" pelos árbitros no jogo do 'João Rocha' que tudo decidiu, na Taça tudo mudou. Foram uns Leões famintos e esplendorosos que venceram na meia-final o eterno rival e na final com dois prolongamentos de sangue, suor e lágrimas, o rival do Norte,

Claro que em nada existe a perfeição e mesmo o que está bem pode ser melhorado. Mas objectivamente o que foi feito, e coroado de êxito, foi simplesmente fantástico. Agora, que está fechado o pano de 21/22, já ansiamos pela nova época, em que temos perspectivas de entrar na Champions League através de um wild card pelo segundo lugar alcançado no Campeonato Nacional.

Este Leão, pese ter contornos de "bebé", deixou o registo de umas unhas bem afiadas e uma marca identitária de tanto querer.

Agora é continuar o trabalho. A qualidade está lá. E quando assim é, o êxito fica mais próximo.