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Unidos pelo símbolo

Por Juvenal Carvalho
03 Fev, 2023

'Temos que estar unidos'. Foi este o tópico principal que extraí do que disse o nosso treinador Rúben Amorim, sem se refugiar em desculpas fáceis ou em lugares comuns no pós-jogo que ditou a derrota contra o FC Porto, na final da Taça da Liga. Sem nunca − é a sua forma de estar no futebol − se referir a João Pinheiro, um árbitro que, e aqui já são palavras minhas, é sempre muito 'infeliz' quando apita o Sporting CP, sobretudo quando entra em equação este adversário. Será 'coincidência', admito eu, sem que tenha vontade alguma de ironizar com este tema.

E é neste 'temos que estar unidos', porque como Rúben Amorim acrescentou ainda que os tempos estão difíceis, que deveremos fazer regra. Como fizemos no célebre 'onde vai um vão todos'. Estados de euforia diferentes, momentos do Clube completamente antagónicos, mas com um denominador comum, o superior interesse do Sporting Clube de Portugal. 

E porque a época ainda não terminou e temos objectivos, mesmo que não os que pretendíamos, já que inequivocamente a época de 2022/23 está a ser atípica, que essa união será de ouro e pode ser determinante.

Sendo o futebol aos dias de hoje uma indústria poderosa, e sabendo que não será fácil chegar aos lugares de acesso à Liga dos Campeões, será por aí que nos teremos que agarrar com determinação. Os milhões de euros vindos da participação nessa competição serão vitais para o nosso futuro e para que tenhamos equipas mais competitivas.

E aí o 'temos que estar unidos' será fulcral. Porque muito, no exterior, irá acontecer para nos tentar desviar do essencial. E será discordando entre nós, e criticando o que tiver que se criticar com respeito uns pelos outros −  sou dos que detesto unanimismos que não pelo símbolo − que não podemos perder o foco. E o foco imediato é o de dignificar o Sporting CP na Liga Europeia, está já perto o duelo com os dinamarqueses do FC Midjtylland, e não baixar os braços para o objectivo da "Champions" ainda ser alcançado. 

E o não baixar os braços foi demonstrado de imediato pelo querer do nosso grupo de trabalho com a reacção determinada pela goleada (5-0) infligida ao SC Braga apenas quatro dias depois da "pinheirada" em Leiria. Uma simbiose perfeita entre a equipa e os espectadores, foi também determinante. Por tudo isto, e já na próxima segunda-feira, teremos com o Rio Ave de dar mais um passo para alcançar o objectivo possível. Por mais que nos castiguem jogadores cirurgicamente, por mais que tentem, não vale desmobilizar, nem nós... nem os rapazes que envergam a "verde-e-branca" o faremos.

As Primaveras da vida já me deram muita experiência, e já vivi no nosso Clube vários momentos semelhantes a este. Mesmo muitos mais do que quereria ter vivido. Uma coisa quero acreditar, e independentemente dos momentos que atravessarmos, sejam eles melhores ou piores, uma coisa é mais do que óbvia: o símbolo está sempre, e em que circunstância for, acima de qualquer um de nós. Desistir não faz parte do ADN do leão.