Até Sempre, Leões
17 Set, 2021
Por sermos um clube centenário, lei natural da vida, já vimos tantas e tantas figuras que partiram e que marcaram indelevelmente a História do Sporting Clube de Portugal e também do nosso País.
O Sporting Clube de Portugal é Desporto, e como digo repetida e invariavelmente, feito de um historial ímpar e de um eclectismo único no nosso País, que é igualmente reconhecido, e de que maneira, no plano internacional. Mas é - tem sido sempre assim - feito por homens e mulheres de uma dedicação e amor únicos ao nosso símbolo.
Sem eles não haveria um Clube desta dimensão, desta grandeza. Todas as semanas o Sporting CP tem competições nas mais diversas modalidades. Todos os dias o nosso Clube é vivido com intensidade. E por sermos um clube centenário, lei natural da vida, já vimos tantas e tantas figuras que partiram e que marcaram indelevelmente a História do Sporting Clube de Portugal e também do nosso País.
Entre as que marcaram a história de Portugal, e que nunca escondeu o seu amor incondicional ao Sporting CP, foi Jorge Sampaio. De um passado político conhecido por todos nós, e uma figura altamente reconhecida... um Presidente da República que foi um verdadeiro Senhor. Mas aqui neste espaço, e porque o nosso Clube, pela sua grandeza alberga as mais diversas raças, credos e ideologias, tendo como denominador comum a mesma paixão, o mesmo ideal, quero falar apenas do nosso consócio que partiu.
E a Jorge Sampaio, um socialista, mas também um Leão de longa data, bem como a sua família, sempre foi reconhecido um Sportinguismo imaculado. Lembro mesmo, entre outras declarações de amor ao clube, quando após uma cirurgia a que foi sujeito enquanto Presidente, ter perguntado, mal acordou da anestesia, o resultado do futebol do seu/nosso Clube. Dizia quem o conhecia, infelizmente não tive esse privilégio, que sofria como poucos pelo Leão rampante. Partiu aos 81 anos, este imenso Leão, que em 1996, aquando do discurso da tomada de posse como PR afirmou "Não há portugueses dispensáveis", e a quem elogiosamente, na hora do adeus, o rotularam de " O Herói Doce", ou "Um Compositor de Interesses". Ficámos mais pobres pela partida de alguém que nunca cedeu à demagogia ou a populismos. O País e o Sporting CP.
Mais pobres ficámos também, e com a ironia do destino de ter sido no mesmo dia, 10 de Setembro, com a morte de Jorge Sousa. Também ele uma vida de Sporting CP, mais concretamente 38 dos 60 anos que viveu. Cruzei-me com ele anos a fio nos corredores de Alvalade. Respirava o clube por todos os poros, desempenhou diversos cargos. Partiu cedo do mundo dos vivos, fica uma dedicação como só ele.
Não era esta a coluna de opinião que decididamente quereria escrever. Gosto de falar de futuro, de vida e de Sporting CP, pela positiva.
Hoje não foi possível, infelizmente. Estes dois Leões caíram, outros Leões se levantarão. Tem sido assim. Assim continuará a ser, até porque somos enormes. Jorge Sampaio foi o "pai" do célebre e eternizado “25 de Abril Sempre”. Para ele e para nós, será igualmente Sporting Sempre... e para sempre. Onde ele estiver. Onde nós estivermos!