Pavilhão Dr. Salvador Machado, em Oliveira de Azeméis
Árbitros: Eduardo Coelho (Aveiro) e Miguel Castilho (Lisboa)
Ao intervalo: 1-0
SPORTING: Marcão, Caio Japa, Pedro Cary, Fábio Lima e Cavinato. Jogaram ainda: João Matos, Diogo, Fortino, Merlim, Djô e Paulinho
Treinador: Nuno Dias
Golos: Cavinato (14’ e 30’)
Acção disciplinar: cartão amarelo a Djô (28’)
Fundão: Iago, Eskerda, Márcio, Teka e Anilton. Jogaram ainda: Couto, Liléu, Tunha e Ivo Oliveira
Treinador: Bruno Travassos
Golos: -
Acção disciplinar: -

A primeira explosão de alegria aconteceu... ainda antes do jogo – mais propriamente durante o alinhamento das equipas. Em Lisboa, Slimani cabeceava para o 3-2 da equipa de futebol sobre o Sp. Braga, facto que não passou despercebido aos jogadores (João Matos, por exemplo, fez um gesto de gáudio) e às bancadas do Pavilhão Salvador Machado, em Oliveira de Azeméis, onde a equipa de futsal se preparava para defrontar o Fundão na final da primeira Taça da Liga da história. E a vitória caseira no futebol era o prenúncio do saboroso #DiaDeSporting que se alastraria àquela região nortenha, uma hora e meia depois.
Perante uma assistência de 2.183 pessoas, que esgotaram o recinto, e enfrentando o adversário que eliminou o Benfica nos quartos-de-final e o SL Olivais nas ‘meias’, o Sporting mostrou mais argumentos desde cedo. Depois de uma fase inicial em que as duas equipas se encaixaram, jogando um pouco longe das respectivas zonas de finalização, o Sporting abriu o livro e realizou, provavelmente, a exibição mais consistente na prova. Caio fez o remate inaugural da partida aos três minutos, permitindo a primeira de muitas defesas a Iago – um dos melhores elementos do lado do Fundão. No minuto seguinte, foi a vez de Cavinato atirar ao poste – a primeira de várias iniciativas do italo--brasileiro, decisivo no encontro.
Os fundanenses tentavam como podiam suster o domínio ‘leonino’ e aproveitar as sempre pouquíssimas falhas do Sporting para progredir no terreno, mas durante todo o primeiro tempo, apenas criaram duas ocasiões de realce: uma num remate forte de Pany de bola parada e outra num contra-ataque de Tunha – ambas as situações a terminarem nas mãos de Marcão. Do lado dos ‘verde e brancos’, foi um suceder de oportunidades, com especial destaque para o trabalho de Djô pelo corredor central que terminou nas mãos do guardião contrário (8’) e para a jogada de insistência de Cavinato, que serviu Cary junto à linha de fundo, com o número 6 a atirar para a defesa do inevitável Iago, antes de o Sporting inaugurar o marcador aos 14’: Fortino encontrou espaço na zona central e assistiu Cavinato, descaído sobre a esquerda, para o 1-0. Djô ainda dispôs de uma oportunidade soberana antes do intervalo mas, na cara do guarda-redes, atrapalhou-se com a bola e a oportunidade desvaneceu-
-se numa sequência de simulações.
Na etapa complementar, os homens do Fundão tentaram contrariar desde cedo o ascendente ‘leonino’, mas rapidamente se percebeu que a equipa beirã não tinha capacidade física para suster a pressão do Sporting e imprimir maior intensidade nas suas acções – não só pela ausência de Tiago Soares, que se lesionou com gravidade no jogo contra o Benfica, mas também pela reduzida margem para rodar a equipa e contrariar o cansaço de três dias de prova. Por outro lado, a formação de Nuno Dias rodava com regularidade e apresentava a frescura necessária para dominar o encontro e continuar a criar situações de golo iminente, como a de Diogo, aos 23’, a atirar ao poste na sequência de um lançamento longo de Marcão. Logo depois, Fortino recebeu de costas outra bola longa, mas, na cara do guardião espanhol, permitiu-lhe a defesa – Iago foi decisivo por 16 vezes em toda a partida. Foi novamente com naturalidade que os ‘leões’ sentenciaram a partida numa jogada que nasceu de uma excelente recuperação de Djô, que soltou Cary na direita para a assistência a Cavinato, à boca da baliza, para o ‘bis’ do jogador dos ‘leões’.
Com o Sporting por cima em todos os capítulos – mais remates, maior eficácia, mais posse e volume de jogo – Bruno Travassos resolveu alterar a estratégia e apostou tudo a sete minutos do final, lançando o capitão de equipa Couto como guarda-redes avançado. Assumindo mais riscos, o Fundão ainda dispôs de três oportunidades, mas a muralha defensiva dos ‘leões’, a revelar grande solidez e solidariedade ao longo do encontro, foi suficiente para conter o adversário.
Desta forma, não só Nuno Dias derrotou o seu ‘professor’ Bruno Travassos (que orientou a tese de mestrado do treinador do Sporting e do seu adjunto Paulo Luís), como se tornou o único técnico português a vencer todas as competições oficiais em Portugal. Mais do que isso, o Sporting foi o primeiro Clube a vencer a Taça da Liga, para cuja criação foi decisivo, depois de também já ter sido o primeiro Clube a conquistar um Campeonato Nacional, em 1990/91 (na época designado de Taça Nacional), afirmando-se como o emblema nacional mais titulado na modalidade.