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Foto César Santos

“Quero um Sporting CP de glória e só o conseguiremos todos juntos”

Por Jornal Sporting
17 Dez, 2016

O Presidente Bruno de Carvalho abordou vários temas da vida actual do Clube leonino na 53.ª Gala dos Prémios Stromp

A 53.ª Gala dos Prémios Stromp decorreu esta sexta-feira no Hotel Sheraton, em Lisboa, contou com a presença do Presidente Bruno de Carvalho, para além de vários nomes maiores de todas as modalidades como Rui Patrício, Adrien Silva, William Carvalho, Rúben Semedo, João Matos, Patrícia Mamona e Ângelo Girão.

Durante a cerimónia no discurso do líder leonino, foram vários os temas abordados perante uma sala cheia, sendo um dos assuntos tratados o caso Doyen. “É sabido que o Sporting CP, nas últimas semanas e mais propriamente nestes últimos dois dias, sofreu vários reveses. Não só o Sporting CP, mas também o futebol nacional e mundial. Valeu a pena o caso Doyen? Numa Assembleia Geral disse aos Sportinguistas qual a estratégia, os riscos, o que estávamos a defender e o que poderia acontecer de bom ou mau. Infelizmente, acredito que se dissesse a mesma frase todos os dias, haveria Sportinguistas que ficassem espantados. O caso Doyen representa, para mim e para o Clube, uma questão de princípio basilar. O Sporting CP cumpre todos os contratos, tem é de achar que todos eles estão providos do que era exigível. Mas o contrato com a Doyen, para nós, era anulável no seu todo ou em parte. Um dia Mário Moniz Pereira fez uma música que versa 'valeu a pena' e eu diria o mesmo, mas com um ponto de interrogação. Continuo a acreditar que vale a pena defender o que acreditamos e a defender o Sporting CP. Perdemos com a total noção de que tínhamos razão, de que tivemos do nosso lado a UEFA e a FIFA. Perdemos com a total noção de que o mundo do futebol está demasiado emaranhado para que consigamos conviver de forma pacífica, desde que tenhamos princípios e valores. Por isso, quero dizer, independentemente dessa derrota, cumpriremos o fair play financeiro na mesma. O Sporting CP mantém os 63 milhões de lucro. Mas continuo a perguntar se os Sportinguistas perceberam o que era o caso Doyen e o que representam para o futebol os princípios, regras e valores que defendíamos", realçou, antes de falar sobre a questão dos 22 títulos de Campeão Nacional dos leões.

“Hoje vem esta história hedionda dos títulos. Coincidência ou não, ontem fui confrontado, num evento do Clube, por um jornalista sobre isso, que devia saber muito mais do que eu, porque me perguntou por que insistia em dizer 22, quando as instituições não o consideravam. Perguntei se sabia de algo que eu não sabia, porque não tinha ouvido nenhuma reacção, mas a verdade é que hoje o mundo Sportinguista vê uma alteração no site da Federação, que atribui mais Taças de Portugal ao Sporting CP. Sem qualquer explicação e sem qualquer tipo de intervenção. Foi mandar um técnico informático fazer uma alteração no site e, depois, sempre os mesmos tiveram o cuidado de passar a informação à comunicação social. Foi mais uma derrota, mais um caso em que ridicularizei o Sporting CP, dizem uns. O importante é ganhar ao Sporting de Braga. Em nada influencia o jogo. Durante décadas ninguém se preocupou porque clubes subiram o número de títulos e nós, calados, fomos ficando com as migalhas que nos deram. Ao mesmo tempo, no mesmo site, está lá a definição de Campeonato de Portugal, os tais que fazem com que o Sporting CP não tenha 22 títulos nacionais. Diz lá, claramente, que era esse campeonato que determinava o campeão da modalidade. No mesmo dia que o informático foi mudar a página, esqueceram-se de fazer a alteração daquilo que a FPF entendia ser o Campeonato de Portugal. A verdade dos factos é que continuo com a dúvida se vale a pena continuar nesta luta para que seja reconhecido aquilo que o Sporting CP com Esforço, Dedicação, Devoção e Glória conquistou”, frisou.

Para concluir, Bruno de Carvalho apelou à mobilização da família Sportinguista. “Temos de decidir se queremos seguir orgulhosamente sós ou com qualquer um no lugar de Presidente. Se queremos lutar sozinhos ou se queremos unir-nos. Não só ir às pistas, pavilhões, estádios, mas também lutar contra a perda de vergonha total no desporto e no futebol. Ao fim de quatro anos podemos perguntar o que foi feito para que mudasse. É uma reflexão, algo que tenho de aproveitar para pensar muito bem nesta quadra. Não me preocupa a oposição. Nunca na vida devemos tomar nada como garantido. Eu amo o Sporting CP, amo servir este clube 24 horas por dia, mas que ninguém tome por garantido que será algo eterno. Tenho muito orgulho e honra, volto a dizer, no trabalho feito e em ter defendido o caso Doyen e aproveitar esse dinheiro, sem ter qualquer tipo de problema, e ter construído o Pavilhão João Rocha. Já era tempo de termos a casa das modalidades. É essa a grande homenagem que a direção fez ao ecletismo do Clube. Foi uma honra ter pegado nesse dinheiro e trazer património. Porque quem vai pagar a dívida à Doyen é a SAD e quem vai usufruir do património é o Clube. Continuarei com a mesma força ao lado dos atletas, treinadores e staff. De facto, são todos uma extensão da minha família. Deixámos de ser uma família virtual para ser real. Não estou a fazer um discurso de adeus, estou a fazer um discurso de alerta. É preciso mudarmos. Ninguém aguenta tantos anos de luta, ninguém aguenta! Chame-se Bruno de Carvalho ou quem for. Comecemos a mobilizar-nos. Temos de deixar de ser um clube simpático, aquele clube onde achamos que somos diferentes, porque somos tolinhos, porque mais vale pobrezinho mas honrado, não ganhar nada e sermos os mais impolutos do mundo. Quem tem lugares de destaque não só na Comunicação Social tem que deixar de ter vergonha de ser do Sporting CP. Nos 110 anos de historia atrasámo-nos muito tempo, temos muito caminho a percorrer. Quero um Sporting CP de glória e só o conseguiremos com os 3,5 milhões de Sportinguistas a remarem para o mesmo lado”, completou o máximo dirigente leonino.