"Munir o Sporting CP de armas para ser eterno candidato”
07 Set, 2019
Frederico Varandas falou aos Sportinguistas do Norte
Centenas de Sportinguistas do norte do país reuniram-se na noite de sexta-feira para entregar os prémios Leões d’Ouro, organizados pelos núcleos de Matosinhos, Vila do Conde/Póvoa de Varzim e Solar do Norte.
O evento decorreu no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões e contou com a presença do presidente do Sporting Clube de Portugal, Frederico Varandas, que aproveitou a ocasião para falar sobre o constante clima de guerrilha que se vive no seio do Clube.
“O que me dói mais é quando vou a uma reunião, a uma cimeira de presidentes de clubes, e várias pessoas vêm ter comigo e dizem ‘não lhe dão descanso, esse clube não tem emenda’. Ouvir isto dos nossos adversários? Os nossos adversários estão ‘de cadeirinha’ a olhar para um Clube a guerrear-se continuamente”.
“Uma lei básica das ciências da guerra é que quem tem combates internos perde força a combater fora de casa. Enquanto houver esta guerra interna, esta luta, esta doentia necessidade de poder, o Sporting CP está enfraquecido. É uma das razões deste ciclo de que é cada vez mais difícil sair. Nós vamos ficando para trás e eles riem-se”, disse.
Nesse sentido, Frederico Varandas referiu aquilo que esta Direcção está preocupada em fazer: “Quando olho para os nossos rivais e para as armas deles, que construíram devido a décadas de estabilidade, a minha preocupação e a da minha equipa não é um, dois ou três títulos, mas munir o Sporting CP de armas para ser um eterno candidato a todos os títulos”.
“Temos de criar valor extrafutebol, como estamos a fazer, aumentar as receitas na área comercial, merchandising e corporate, mas os nossos orçamentos vêm da área desportiva, essa é a nossa real aposta. Temos de apostar muito na formação no futebol e nas modalidades, esse é o nosso ADN. Seria muito fácil, neste mercado comprar um avançado por 10 ou 12 milhões de euros – era uma medida popular para esta Direcção –, mas preferimos investir esse dinheiro na Academia, porque o Sporting CP não é desta Direcção, é dos Sócios e a nossa missão é garantir o futuro”, justificou.
“Cansa-me, e foi isso que me fez candidatar, ouvir que somos o terceiro grande. Acabou, mas para isso só há um rumo, mas esse caminho exige tempo, inteligência, resiliência, racionalidade e rigor. Quem acha que num ano se resolve um fosso de 18 anos é louco ou desonesto", referiu.
O presidente Leonino aproveitou ainda o facto de os grandes distinguidos da noite terem sido os protagonistas das modalidades para deixar uma menagem ao futsal do Sporting CP.
“Assisti à gala da Federação [Quinas de Ouro] e fiquei a pensar como é estranho este país, onde a melhor equipa do ano não é aquela que foi campeã da Europa, nem o melhor treinador foi o treinador campeão europeu… Mas, Nuno Dias, fica tranquilo, no próximo ano, não quero que sejas o melhor treinador, nem que o Sporting CP seja a equipa do ano, só quero mais um título europeu. Portugal e o Sporting CP agradecem”.