Entrevista de Bruno de Carvalho com eco pelo Mundo
14 Jan, 2016
Presidente do Clube concedeu entrevista exclusiva à agência EFE
Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting, concedeu uma entrevista à agência espanhola EFE onde abordou vários temas do futebol e que teve grande visibilidade em termos internacionais, nomeadamente em relação à ligação com os fundos. “O futebol não pode ser o santuário de todo o dinheiro sujo só porque necessita de dinheiro. A minha luta não é contra a opção de que os clubes recorram a entidades financeiras mas sim contra a chegada de dinheiro ao mundo do futebol que não se sabe de onde vem, cujos donos não se sabe quem são, que têm relações com paraísos fiscais, que podem ter a ver com apostas ilegais, que podem ter a ver com (tráfico de) droga”, referiu, acrescentando: “As regras dizem que os clubes só podem falar com um jogador depois de chegarem a acordo com as equipas em que jogam, mas não é assim que acontece. Onde ganha dinheiro um representante? Nas compras e vendas: aí é onde recebe mais, já que normalmente o valor da transferência é superior ao do salário. Nem os agentes quebram, nem os jogadores quebram, nem os fundos quebram... Todos enriquecem e só quebram os clubes. Para nós é importante que se saiba que, com esta administração, os negócios são entre Sporting e clubes, independentemente de as pessoas terem direito a ganhar o que é normal pela intermediação”.
Em paralelo, e por tratar-se de um órgão internacional, as perguntas versaram também sobre a adaptação de Bryan Ruiz à equipa e ao interesse de vários clubes em William Carvalho. “O Bryan é uma pessoa tranquila, afável, profissional e um dos jogadores chave para que os mais jovens cresçam, por tratar-se de um exemplo. Estou muito satisfeito com ele, tanto como jogador como a nível pessoal e como membro do grupo. É um jogador fantástico, que encanta, com magia, capaz de enviar a bola teleguiada para onde quiser. Trouxe um acrescento de qualidade e maturidade à equipa muito importante”, elogiou. “Uma proposta, em papel, nunca teve. Há que conseguir ter um equilíbrio entre os interesses do Clube e do jogador. Os jogadores já começam a entender que a minha preocupação também tem a ver com a sua carreira, há um momento adequado para os clubes e para eles. Às vezes chegam a outro clube só com 20 anos, com grandes expectativas em cima deles e de seguida já estão a assobiá-los”, salientou.
Por fim, o líder ‘verde e branco’ abordou também a situação de Andre Carrillo. “Trabalhamos com ele há quatro anos, fizemo-lo crescer, educámo-lo, vestimo-lo... Agora tem um nome mas quando chegou com 19 anos em 2011 do Allianza Lima era um miúdo. Houve uma estratégia claríssima e pensada para não renovar com o objectivo de prejudicar a entidade patronal”, comentou, completando: “O regulamento diz que os clubes que queiram negociar com um jogador que fique livre primeiro têm de avisar o seu clube, é só enviar uma carta. Muitos jornalistas espanhóis perguntam-me pelo interesse do Sevilha e é estranho porque ou se perdeu a carta ou então não entendo o que está a acontecer”.
Algumas das várias referências à entrevistas podem ser vistas clicando no respectivo meio: