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Morreu Fernando Mendes, o eterno capitão do Sporting CP

Por Jornal Sporting
31 Mar, 2016

Vencedor da Taça das Taças e campeão nacional como jogador e treinador

O Universo do Sporting CP ficou mais pobre: morreu hoje, aos 78 anos, Fernando Mendes, capitão da primeira equipa do Clube vencedora de um título europeu e um dos quatro magníficos que conseguiram ser campeões nacionais como jogador e treinador.

Nascido em Seia, chegou a Lisboa com 10 anos já com a habilidade nos pés de quem nasceu para ser maior e melhor na vida e no futebol. Entrou no Sporting CP cinco anos depois, para a equipa de principiantes, desviado do rival Benfica pelo irmão que alinhava nos juniores ‘verde e brancos’. Ainda assim, não demorou a estrear-se na formação principal – vulgo primeira categoria – inscrevendo o nome no Campeonato de 1957/58, onde fez ainda seis jogos num conjunto onde ainda estavam Travassos ou Vasques.

A partir de 1958, tornou-se titular indiscutível, sendo um médio de qualidade técnica acima da média mas que se distinguia sobretudo pela foça, raça, abnegação e liderança em campo, que contagiava todos aqueles que com ele jogavam e privavam, não só nos ‘leões’ mas também na Selecção Nacional. Voltou a ser campeão nacional em 1962, dois anos antes da histórica campanha ‘verde e branca’ na Taça dos Vencedores das Taças (onde foi totalista, como Carvalho), já com a braçadeira que herdou do Zé da Europa, Travassos.

Foi também um elementos de grande preponderância na Selecção Nacional, camisola que envergou naquele que foi o momento mais delicado da carreira: num encontro particular em Bratislava frente à Checoslováquia, em Abril de 1965, sofreu uma entrada violenta que provocou uma grave lesão no joelho, impossibilitando-o de marcar presença no Campeonato do Mundo de 1966 – onde o Sporting CP esteve representado por oito elementos, apesar de Fernando Mendes ter sido também convidado a seguir viagem por ser parte integrante do célebre conjunto dos ‘Magriços’ – e obrigando-o a terminar a carreira aos 30 anos após uma operação delicada e uma longa recuperação que não mais foi capaz de trazer o antigo capitão.

Após passagens pela África do Sul (Lusitano) e Estados Unidos (Boston Astros), voltou a Portugal para treinar o Lourosa, foi adjunto de Juca, passou pelo Vianense e regressou a Alvalade, treinando primeiro os juniores e, em 1979, subindo em Novembro ao comando da equipa sénior após a saída de Rodrigues Dias, altura em que mostrou ser um homem com uma invulgar capacidade de comandar as tropas ao levar os ‘leões’ à vitória no Campeonato Nacional de 1980 numa formação com figuras como Manuel Fernandes, Jordão, Inácio, Barão ou Eurico, entre outros. Após sair do Clube a meio da temporada seguinte, rumou a Marítimo, Belenenses, Farense e Trofense antes de voltar ao Sporting, cumprindo várias funções no departamento de futebol entre a equipa técnica dos seniores (cumpriu funções como técnico principal em períodos interinos em 1995/96 e 2000/01) e o departamento de formação.

À família e amigos, o Sporting CP endereça as mais sentidas condolências.