Manuel Marques homenageado em Arganil
04 Set, 2016
Núcleo Sportinguista local festeja 22.º aniversário com uma homenagem ao ex-massagista do Sporting CP
São já 22 anos de existência para o Núcleo do Sporting CP de Arganil, que em dia de aniversário decidiu prestar uma homenagem a Manuel Marques, mítico massagista que esteve ligado ao Sporting de 1936 a 1990 (54 anos), tendo também passado pela Seleção nacional (48 anos).
Conhecido como "mãos de ouro", tratou de centenas de jogadores durante a sua carreira e ainda recebia pessoas de fora, que faziam fila à porta do seu gabinete, em Alvalade. Andava sempre de bata branca, à médico, e só deixou de trabalhar quando morreu.
Natural de Arganil, foi este domingo homenageado na sua terra natal, num evento que contou com a presença do presidente da Mesa da AG, Jaime Marta Soares, e do vogal do Conselho Diretivo, Bruno Mascarenhas. Manuel Fernandes e Hilário, antigos jogadores leoninos, também estiveram presentes, tanto no almoço-convívio como no colóquio sobre o mítico massagista, uma vez que fazem parte do lote de galardoados.
"Nem só os grandes jogadores que passaram pelos clubes são os únicos elementos importantes. Existem outros sectores que também merecem destaque. Estou à vontade para falar sobre o Manuel Marques porque convivi com ele durante muitos anos. Estávamos perante uma pessoa muito competente, com qualidades humanas extraordinárias e um profissional como eu nunca vi na área dele. Foi um homem que marcou uma geração dentro do Sporting CP. Sinto-me muito orgulho de participar nesta homenagem. Aliás, quando o Vítor Cândido me convidou, eu disse logo que só em último caso, de não poder estar presente, é que não vinha. Nunca iria faltar à homenagem de um homem tão grande como o Manuel Marques. Um sportinguista todo o tamanho. Aprendi muito com ele, até de diagnósticos de lesões de jogadores. Esta homenagem é mais do que merecida. O Sporting CP deve sentir-se orgulhoso", começou por dizer Manuel Fernandes à Sporting TV, antes de recordar um episódio em que Manuel Marques lhe debelou uma lesão, numa altura em que ainda não jogava de leão ao peito, que nunca mais o afectou.
"Jogava na CUF e durante muito tempo não conseguiam descobrir o que tinha. Ao meu lado viviam os pais do José Carlos, que era o capitão do Sporting CP na altura, que me perguntaram porque não jogava. Eu disse-lhe a razão e eles levaram-me ao Manuel Marques. Quando cheguei lá, mal me tocou no joelho, a primeira coisa que ele me disse foi: 'Oh meu querido amigo (ele usava muito esta expressão), você tem que ser operado o mais depressa possível porque tem o menisco fracturado'. Portanto, ele descobriu a lesão que eu tinha com as mãos. Sou suspeito, mas tive muitos massagistas depois a trabalhar comigo e não valorizava tanto o trabalho deles porque tive este homem comigo durante muitos anos. Era um catedrático", explicou a antiga glória do Clube.