Rúben Amorim: "As pessoas acreditam cada vez mais, mas há muito a fazer"
11 Abr, 2024
Sporting CP joga esta sexta-feira em Barcelos (20h15)
A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal joga, nesta sexta-feira, às 20h15, em casa do Gil Vicente FC em jogo a contar para a 29.ª jornada do Campeonato Nacional.
A formação de Barcelos despediu o treinador no início desta semana e, por isso, Rúben Amorim admitiu que a preparação para este jogo acabou por ser diferente do expectável porque o Sporting CP não sabe bem com o que contar.
“Há mais incerteza, não sabemos bem com o que contar. Tivemos de ver um bocadinho aquilo que o Gil Vicente FC tem feito para ver as características individuais porque isso, às vezes, tem muita importância no jogo, não é só o aspecto táctico, e depois também fomos ver os sub-23 do míster Cunha. Ele já passou por esta situação no ano passado e, por isso, fomos ver o que ele fez, especialmente, com o SL Benfica. De resto, fizemos uma preparação normal, com essa parte da incerteza, mas muito focados naquilo que temos de fazer. Como tivemos também um bocadinho mais de tempo, preparámos ainda uma possibilidade de três centrais porque não sabemos o que nos espera. Ou seja, preparámos tudo, mas sabemos que se estivermos bem na nossa forma de jogar, passaremos mais tempo com bola e, portanto, focámo-nos mais nisso. Ainda assim, sim, diria que a preparação foi diferente porque não sabemos bem com o que contar”, começou por dizer o treinador Leonino, dizendo que poderá haver uma baixa na equipa verde e branca: “Temos uma dúvida. Houve um jogador que sentiu uma dor. Não vou dizer qual e ainda vamos avaliar. De resto, está tudo apto. O Antonio Adán já está a fazer trabalho de campo, está muito melhor do que estava na semana passada, mas ainda não temos uma data certa para o regresso dele”.
O Sporting CP tem sentido algumas dificuldades no Minho nas últimas temporadas, mas Rúben Amorim desvalorizou esses dados, desvalorizando-os para este encontro: “Seja no Minho ou não seja, os jogos são sempre difíceis e tudo pode acontecer. Há quem olhe para essas coisas e pense muito nisso, eu não sou assim. Preparámos o Gil Vicente FC, queremos ganhar, e, depois, vamos ao próximo, mas o que nos deixa mais ansiosos é não sabermos bem como o Gil Vicente FC vai jogar. Esse foi o foco e os jogadores não fazem ideia de onde perderam pontos, se aquilo é Minho, se ainda é Porto. Isso é completamente indiferente e aquilo que nós queremos é ganhar o jogo”.
Rúben Amorim sabe da importância de ganhar mais este jogo e para isso também é preciso não sofrer golos, dizendo que, de facto, nas bolas paradas conta o Sporting CP tem de ser melhor: “Temos sofrido alguns golos de bola parada, principalmente, em livres. Nessa parte do jogo somos das piores equipas, mas, depois, até a nível europeu, somos das melhores equipas em termos ofensivos, principalmente, em cantos. É uma coisa que não liga com a outra. Acho que temos de ser mais agressivos e, esta semana, tentámos melhorar a velocidade com que vamos para o posicionamento. Temos de aumentar a concentração, a agressividade e de falar mais uns com os outros. Diria que, se olharmos para a percentagem, temos sofrido muitos golos de bola parada e isso reflecte-se. Temos equipas a rematar menos à nossa baliza, mas sofremos mais golos. Portanto, temos de melhorar esse ponto. Não diria que é o calcanhar de Aquiles, vamos melhorar, mas é algo onde temos o nosso foco durante a semana”.
Na antevisão ao jogo em Barcelos, o técnico verde e branco foi ainda questionado sobre a euforia após a vitória no dérbi, no passado sábado, sendo claro que, obviamente, os jogadores ficaram satisfeitos com mais um triunfo.
“Esse sentimento [querer ser campeão] está lá desde o início, mas, obviamente que, com o desenrolar do campeonato, acreditamos cada vez mais. Os jogadores ficaram muito felizes com o resultado e para isso também tem influência o minuto do golo, o estádio – nós fomos para dentro e o estádio ficou ainda com as pessoas lá dentro. Ou seja, toda a gente ficou feliz com o resultado. No entanto, esta semana trabalhámos muito calmos e muito tranquilos. Nós sabemos toda a envolvência desta equipa. As pessoas acreditam cada vez mais, mas há muito a fazer. Portanto, não senti euforia nenhuma. Os jogadores trabalharam bem, prepararam-se bem e senti que todos querem jogar. Eles têm noção da dificuldade dos jogos que vêm aí. Por isso, não senti diferença para as outras semanas. Os jogadores estão como sempre os vi, confiantes, mas a pensar que os jogos são todos muito difíceis”, disse Rúben Amorim.
De vários temas dos últimos dias na imprensa nacional, o treinador do Sporting CP falou ainda sobre uma notícia desta quinta-feira, que fala na enorme valorização do plantel Leonino desde o início da época. “Isso encaixa no projecto de todos os treinadores porque a ideia é melhorar a equipa e os jogadores. A valorização de todos foi porque juntámos jogadores talentosos e uns ajudam os outros. Acho que isso tem muito mais impacto do que o papel do treinador, mas de nada vale se não acabarmos a época com títulos. Desvalorizamos todos. Portanto, a grande valorização de uma equipa é ganhar títulos. Aí ganhamos todos. Uma palavra também para o scouting. A verdade é que conseguimos achar jogadores com grande talento por um valor mais baixo e depois conseguimos valorizá-los, até porque nós vivemos muito disso. Portanto, não é mérito do treinador, mas sim dos jogadores e do scouting. Toda a estrutura do Sporting CP está a trabalhar bem, mas temos de vencer títulos para valorizar os jogadores”, referiu.