Atletas olímpicos reuniram-se a 100 dias dos Jogos 2016
27 Abr, 2016
‘Abraço Olímpico’ uniu Portugal a Brasil junto ao Cristo Rei com vários 'leões'
O comité olímpico, em conjunto com a marinha portuguesa, organizou a 100 dias do início dos Jogos Olímpicos uma reunião de cerca de 30 atletas da equipa olímpica, aos quais se juntaram muitos portugueses interessados em participar no evento e apoiar os desportistas que irão representar Portugal no Rio de Janeiro. A representar o Sporting estiveram presentes vários atletas das mais diversas modalidades, desde o atletismo até ao judo, passando pela canoagem e pela ginástica.
Emanuel Silva, que conquistou a medalha de prata nos Jogos de 2012 e é uma das principais esperanças portuguesas para 2016, foi um dos ‘leões’ que não deixou de marcar presença. Questionado acerca da possibilidade de vir a repetir a proeza conseguida em Londres, o canoísta ‘verde e branco’ exaltou o nível da canoagem portuguesa mas não deixou promessas além do trabalho e vontade em fazer o melhor que garante levar na bagagem. “Na canoagem portuguesa nunca faltou vontade. Vamos para o Rio de Janeiro com muita vontade, tentar repetir os resultados de 2012. Prometer é fácil mas cumprir é difícil. Posso prometer que vamos dar tudo por tudo, e que vamos dar o melhor para o país. Vamos para vencer, para ganhar. Já mostrámos que a canoagem tem mostrado muitos resultados, com títulos mundiais e europeus. Temos uma equipa muito coesa e temos que aproveitar essa equipa que temos”, declarou Emanuel.
O ano de Jogos Olímpicos, por norma, representa uma pressão acrescida para todos os atletas que pretendem garantir presença no maior dos palcos desportivos. Para o conseguirem, têm de dividir o pico de forma para atingir marcas de qualificação e posteriormente se encontrarem bem na competição. Em situação distinta está Patrícia Mamona, recordista nacional do triplo salto, que conseguiu a sua qualificação já no ano anterior. “Tenho mais tranquilidade, sem pressão por ter de fazer a marca para os Jogos Olímpicos, o que me ajuda na minha preparação. Os treinos estão a correr bem e agora vou começar a competir, ganhar forma e se tudo correr bem vou ter o pico no Rio de Janeiro onde o objectivo é fazer melhor do que na última vez. Fui semi-finalista e agora quero ser finalista”, começou por dizer Patrícia, que depois acrescentou: “Depois, sendo finalista, é pensar em coisas maiores. Também quero bater o meu recorde pessoal, que é o recorde nacional”, definiu a atleta ‘leonina’.
Também no atletismo - embora na disciplina de salto com vara – mas com um percurso distinto, Marta Onofre irá estrear-se nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, após um ano memorável em que alcançou recordes nacionais e consecutivas vitórias. Ainda assim, e talvez consciente de que o nível que encontrará dificilmente terá paralelo em qualquer outra competição em que tenha estado presente, a atleta do Sporting diz querer melhorar o seu rendimento nos 100 dias restantes: “Sinto que foi a minha melhor época desportiva até agora, passando pelos recordes nacionais e pela qualificação para os Jogos Olímpicos, e claro que espero conseguir dar continuidade a estes sucessos e ter bons resultados nos Europeus e depois no Rio de Janeiro. Mas ainda não cheguei onde quero. Mas ainda faltam 100 dias e todos os treinos que faço todos os dias é a pensar na melhoria técnica para chegar na melhor forma possível às decisões”, explicou, de forma ambiciosa.
A equipa olímpica nacional terá muitas histórias interessantes dignas de ser contadas, mas uma das mais curiosas será a possibilidade de, na disciplina de marcha, Portugal ser representado por João Vieira e Vera Santos… que são casados e ambos atletas do Sporting. João Vieira tem a qualificação garantida, nas distâncias de 20 e 50 quilómetros, e Vera Santos, apesar de ter a melhor marca de qualificação, está ainda em dúvida devido a uma lesão contra a qual combate. “Os objectivos são fazer o melhor possível e tentar cumprir as duas provas. Apesar de já ter feito 10.º e 11.º lugar em Jogos Olímpicos, o objectivo é sempre melhorar e fazer o melhor possível”, afirmou João Vieira, transmitindo também a sua opinião acerca do facto de haver muitos ‘leões’ qualificados para os Jogos de 2016: “Quem está no Sporting tem todas as condições para preparar os Jogos Olímpicos, e daí termos tantos atletas apurados para o Rio de Janeiro”. Já Vera Santos, que irá determinar em Maio se está ou não presente no torneio olímpico, afirma estar numa situação difícil mas recusa desistir. “Para mim este ano foi um ano diferente, visto que fui operada. Pensei que a recuperação fosse mais rápida e fácil do que foi. Foi tudo mais complicado do que pensámos, com os processos muito lentos. Pensámos que nesta altura já não tivesse limitações nenhumas e há alturas em que me sinto limitada. Tenho a melhor marca de qualificação mas estou em desvantagem porque fui operada. No Campeonado do Mundo de Nações temos a última vaga, onde vou partir e onde vou ter em mim a principal adversária porque sei que vou passar por momentos difíceis, mas a esperança é a última a morrer e acredito ainda conseguir a última vaga”, contou a atleta.
A mais recente adição ‘verde e branca’ à equipa olímpica, Diogo Abreu, conseguiu a qualificação para a prova de trampolins com muita emoção à mistura, tendo batido o colega Diogo Ganchinho por apenas 0,125 pontos. “Ele foi o último a saltar, e quando saiu a nota dele soubemos logo. Abraçámo-nos um ao outro e continuamos amigos, naturalmente”, elucidou o atleta, prosseguindo acerca das expectativas que leva para o Brasil: “Estou a apontar para uma final, que corresponde aos oito primeiros e já era muito bom. O melhor resultado português nos trampolins foi o sexto lugar e eu quero tentar superar isso. As medalhas não são impossíveis mas são muito complicadas”.
Tendo parte considerável dos atletas da equipa olímpica, o Sporting será um dos Clubes mais representados no Rio de Janeiro. Joana Ramos, judoca ‘leonina’, considera que essa presença do Clube é uma consequência da forma como se trabalha em Alvalade. “As palavras de ordem no Sporting são trabalho, trabalho, trabalho. O próprio esforço, dedicação e devoção fazem parte do lema do Clube, de forma a ambicionar a tão desejada glória. Espero que todos consigamos trazer uma boa prestação não só para Portugal como para o Clube em si”, afirmou Joana Ramos, antes de estender os elogios aos atletas portugueses: “Somos uma equipa, é a nação que vai competir. Não a de judo, não a de atletismo, vamos todos. É com muito orgulho que olho para o panorama do nosso país e vejo que conseguimos competir de igual para igual com nações gigantescas como a Rússia, a França ou os Estados Unidos. No judo apurámos tantas ou mais pessoas que esses países”, finalizou.