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Os Leões também choram

Por Juvenal Carvalho
25 Mar, 2021

(Dário Cassia Luís Essugo, Lisboa, 14.03.2005)

É esta a data de nascimento daquele menino, de apenas 16 anos feitos há seis dias, que aos 84 minutos do jogo ante o Vitória Sport Clube, ao entrar em campo para substituir o também ele ‘made in Sporting’, João Mário, fez história e tornou‑se no mais jovem jogador de sempre do Sporting Clube de Portugal a integrar a equipa sénior do nosso Clube.

Se a entrada em campo, por si só, demonstra o quanto Rúben Amorim, bem como o Conselho Directivo, numa simbiose perfeita, apostam na nossa formação, tendo o nosso míster feito mesmo menção de o vincar desassombradamente na conferência de imprensa realizada no pós‑jogo, que a entrada daquele menino em campo era o futuro do Sporting CP e que abria a porta do Clube a outros jovens, num clube, e aqui digo‑o eu, cada vez mais apelativo e com um rumo claramente traçado. Ouvir estas declarações do nosso treinador é algo que nos orgulha e até fascina. Demonstração cabal de que a aposta na formação é o caminho, e que mudou mesmo o paradigma de um Clube que faz desde sempre da formação a sua imagem de marca, mas que aqui ou ali se percebia que nem tudo corria bem, e que a galinha dos ovos de ouro que deu ao mundo do futebol tanto e tanto craque de dimensão mundial, já tinha vivido melhores dias. 

Mas eis que aquele Clube que em 2016 fez dos “Aurélios” a sua bandeira, com os filhos do Leão a serem maioritários no grupo de jogadores que trouxe para Portugal o título europeu de selecções, está a ressurgir. É inequívoco. É clarividente.

Invariavelmente, jogam no onze titular pelo menos três atletas ainda juniores. E jogam com uma alegria contagiante e uma experiência muito acima da idade que consta no seu cartão do cidadão.

Da noite de sábado passado, e depois de ver o choro de Dário Essugo no final do jogo em que fez história, tive o privilégio, por vídeo recebido de amigo via WhatsApp, de também eu, e seguramente milhares espalhados pelo mundo, ver aqueles 37 segundos verdadeiramente comoventes no bom sentido, com o choro do Dário Essugo, numa descarga emocional de tanta felicidade, acabei por me comover eu, e seguramente tantos de vós que estão a ler esta coluna de opinião.

Foi mesmo viral, tanto o vídeo como o sentimento generalizado de um choro de um menino muito feliz por todos nós.

Como viral foi o conforto de meninos também da nossa cantera, no final do jogo ao Dário. De João Palhinha, o primeiro a chegar, a outros como Gonçalo Inácio e Tiago Tomás, já eles “veteranos” na maturidade que patenteiam

Todos foram Dário, na lógica do #OndeVaiUmVãoTodos. 

Este “campeonato”, o do orgulho de ver as crias do Leão a afirmar‑se, está ganho e com nota artística. O outro, que todos nós o desejamos, terá de ser jogo a jogo, na lógica de três em três pontos a somar. Com trabalho... muito trabalho. Faltam dez finais.

Todos juntos seremos poucos...

 

P.S. – Parabéns ao atletismo pelos títulos nacionais de crosse longo na vertente masculina e feminina.