Não tem sido um final de época feliz, mas os leões têm mais uma oportunidade para se despedirem da melhor forma dos que melhor exibições têm protagonizado neste ano: os adeptos
Foi o próprio Jorge Jesus quem afirmou, na conferência de imprensa após a derrota diante do Feirense na última jornada da Liga NOS, que “a equipa está à espera que a época acabe”. Sem objectivos pelos quais lutar – com o terceiro posto assegurado e sem possibilidade de chegar ao segundo – a equipa verde e branca entrará nesta última jornada apenas com o intuito de cumprir calendário e de limpar a má imagem dada nas últimas duas partidas, onde foram somadas duas derrotas. O Chaves, que ocupa o 10.º lugar da tabela classificativa, ainda com possibilidades de subir ao 9.º, mostrou durante todo o ano tratar-se de uma equipa competente, e os leões sabem-no bem: nos dois encontros realizados em 2016/17, o Sporting nunca venceu a equipa transmontana.
Ainda assim, a equipa liderada por Ricardo Soares não atravessa o melhor momento. Nas últimas seis partidas, o Chaves somou quatro derrotas e dois empates e o último triunfo a contar para a Liga NOS já remonta a Março, frente ao Paços de Ferreira. De forma mais ampla, nos últimos 13 encontros, o próximo adversário leonino só venceu por duas ocasiões, o que prova que, assegurado o objectivo da manutenção, a equipa flaviense baixou significativamente o seu nível… o que também se verificou no Clube de Alvalade. No entanto, tanto com Jorge Simão, como depois com Ricardo Soares, o Chaves primou sempre pela competência essencialmente na organização defensiva, mas também pelo critério no ataque e pela qualidade acima da média de alguns dos seus intervenientes.
A jogar num 4-4-2 no momento defensivo, com linhas próximas e bons estímulos a definir quando a equipa deve subir, manter o seu posicionamento ou descer de forma a garantir o espaço à frente do seu guarda-redes, o Chaves conseguiu bons resultados em boa parte dos jogos frente aos grandes. Contra o Sporting, um empate e uma vitória, na Taça de Portugal, e frente ao FC Porto também levou o jogo para as grandes penalidades, de onde saiu vitorioso. Para isso, além da segurança sem bola, a equipa de Trás-os-Montes tem-se mostrado capaz de, quando ataca – e é a segunda equipa com menos percentagem de posse de bola da Liga NOS, com 45,5% – fazê-lo com critério e objectividade. No Campeonato Nacional, são a terceira equipa que mais remata, só atrás dos dois primeiros classificados, e os que mais o fazem de fora da área… num polo oposto ao do Sporting, o conjunto que menos o arrisca.
Contas feitas, não se poderá esperar da partida do próximo domingo um jogo com emoções à flor da pele, visto que nenhum dos conjuntos persegue quaisquer objectivos na despedida de 2016/17. No entanto, o público verde e branco quererá uma despedida de nível acima do que se tem verificado e a equipa também vai querer limpar a imagem dada e colocar uma pedra em cima de um ano com poucos motivos para sorrir.
A Figura
O jogador português tem sido um dos grandes destaques da equipa flaviense, com oito golos apontados, entre eles um de grande efeito que deu o empate frente ao Sporting e, mais recentemente, um outro na última jornada que deu a vantagem contra o Rio Ave. Com uma técnica acima da média e muita criatividade, é o mais fantasioso dos próximos adversários leoninos
O Treinador
O treinador português de 42 anos sucedeu ao bom trabalho de Jorge Simão com um trajecto de continuidade face ao que havia sido feito. Inteligente na forma como promoveu poucas mudanças, apesar de as várias saídas, numa equipa que se revelava bem oleada pelo seu antecessor