Tiago Fernandes, Virgílio Lopes e Daniel Bragança comentaram o recorde dos juniores e lançaram a fase final da liga
Em 77 anos de prova, não há outro registo igual: a equipa de juniores do Sporting CP atingiu as 21 vitórias e um empate no total dos 22 encontros disputados, terminando esta primeira fase do Campeonato Nacional com 17 pontos de avanço para o segundo classificado, Benfica. Ainda assim, tanto o técnico da equipa, Tiago Fernandes, como o director da Academia Sporting, Virgílio Lopes e o capitão, Daniel Bragança, mostram cautela ao abordar o sucedido. O futuro, dizem, é o mais importante, e aí ainda nada está garantido.
"Foi um capítulo que encerrámos a semana passada e que correu quase de forma perfeita. Trabalhamos todos os dias, não para este objectivo, mas para crescermos e para evoluirmos. Quando chegámos a certa fase do campeonato, sentimos que poderíamos fazer história e foi isso que aconteceu. Ainda assim, o mais importante é estes miúdos entenderem que estes objectivos estão relacionados com a forma e qualidade que apresentam no fim-de-semana e nos treinos semanais. Isso sim, para mim é o mais importante", começou por dizer Tiago Fernandes, sublinhando o orgulho em todo o grupo e o facto de os resultados serem secundários quando comparados com o desenvolvimento individual dos jovens leões, mas também que o sucesso colectivo ainda não foi conseguido.
"A mim, enquanto treinador, faz-me sentir orgulhoso o facto de não ter sido algo de 11 ou de 18 jogadores, mas de 30 e tal miúdos que se sentiram parte importante do processo. Aqui, valorizamos todos os activos e o principal é fazê-los crescer. Agora, a parte mais importante da época vem aí e temos de nos preparar e aprender com gerações passadas que fizeram grandes primeiras fases e depois não foram felizes. Vamos atacar a fase final com cabeça, com humildade, com respeito por todos os adversários e não vamos facilitar porque não o irei permitir. Não vamos ostentar título nenhum, vamos dar continuidade ao que fizemos, mas sempre com enorme respeito e consideração por todos os adversários e com a noção de que ainda não conseguimos nada esta época", concretizou o treinador verde e branco.
Virgílio Lopes, por sua vez, valorizou o trabalho desenvolvido por todos os membros da equipa de juniores, reforçando que, para o futuro continuar a sorrir, a palavra de ordem tem de ser exactamente essa: trabalho. "Estou orgulhoso do que foi feito. O mérito é sobretudo dos jogadores e dos treinadores. Trabalharam muito, trabalharam bem, foram sérios e souberam conquistar este momento, que não foi fácil e que não assentou apenas no talento, embora o tenham muito. É importante na formação deles terem objectivos, e o mais alto possíveis, e depois entenderem que têm talento, mas que ninguém consegue ter sucesso a não ser com trabalho. E eles perceberam isso", analisou o director da Academia, que não deixou de alertar para o facto de o principal objectivo ainda não estar alcançado.
"Eles fizeram algo extraordinário, mas na realidade não fizeram nada. Já tivemos uma equipa com muitos pontos de avanço na primeira fase e que depois não conseguiu ser campeã nacional. Foi assim porque, depois dos festejos e das comemorações, é preciso voltar a pôr os pés no chão, trabalhar com seriedade, estar focados... Eles têm de entender que quase estão no início de um processo que pode fazer deles jogadores de futebol. Não tenho a mínima dúvida de que, pelo perfil do Tiago Fernandes, dos outros treinadores e dos jogadores, vão fazer tudo o que estiver ao alcance deles para serem campeões", concluiu.
Daniel Bragança, médio e um dos capitães da equipa verde e branca que esta manhã visitou o Museu Sporting, proferiu palavras semelhantes às do seu treinador, destacando a receita do recorde conquistado, mas também que o principal objectivo ainda está por disputar. "A nossa equipa trabalhou muito ao longo desta primeira fase. Sabíamos que não era fácil, estamos orgulhosos e foi bom, mas o mais importante é a segunda fase e estamos focados nesse objectivo que é sermos campeões nacionais. Estamos na história, mas como disse o principal ainda não foi alcançado. Temos de continuar o nosso caminho e o que temos feito: trabalhar com humildade e união", constatou o jovem de somente 17 anos.
