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Português, Portugal

Um jogo dissecado para melhorar a prestação de todos

Por Jornal Sporting
20 Abr, 2016

Paul Neilson apresentou o Prozone, que permite recolher informações e melhorar as decisões chave do jogo

O objectivo do mundo do futebol é melhorar. A qualidade do jogo, dos seus atletas e da verdade desportiva. Se tecnologias há que, implementadas no desporto-rei, contribuem para uma melhoria na credibilidade e no trabalho dos árbitros da partida, outras há que se concentram na prestação daqueles que deviam ser os protagonistas dos encontros: os jogadores. Paul Neilson, responsável pela Performance Lab Prozone, apresentou, no painel subordinado ao tema ‘Inovação no futebol’, no II Congresso Internacional ‘The Future of Football’, uma ferramenta capaz de melhorar as decisões e prestações dos atletas em campo.

A ideia é simples: recolher informação durante as partidas de futebol e usá-la para avaliar os protagonistas, melhorando as suas decisões chave. Em 90 minutos de jogo, o Prozone recolhe dados de mais de dois mil momentos da partida, desde lances ofensivos a defensivos. Cada passe, movimentação de um jogador ou simples reacção individual de cada atleta é analisado e colocado numa base de dados. A partir daí, é necessária uma abordagem multidisciplinar aos dados recolhidos, que podem servir como melhoria à estratégia conjunta de uma equipa ou à prestação individual de cada jogador.

A tecnologia ainda não está na sua fase definitiva, mas já promete. Alguns treinadores já recorrem à Prozone para melhorar o desempenho das suas formações e o próximo passo já está a ser posto em marcha: Prozone para árbitros. Avaliar o posicionamento, a postura e a forma física dos juízes da partida será possível através de dados analíticos e estatísticos que, analisados aos olhos desta ferramenta, poderão ajudar a avaliar e melhorar a prestação de todos os intervenientes de um encontro de futebol, desde os jogadores aos árbitros. No fundo, é isso que se pretende com este II Congresso Internacional ‘The Future of Football’.

É preciso uma linha limite. Mas onde?

Por Jornal Sporting
20 Abr, 2016

Darren Bailey aborda preocupações e necessidades de quem pretende o vídeo-árbitro no futebol

“Estive oito anos no mundo do râguebi e há sete que estou envolvido no futebol. As discussões que tive acerca das novas tecnologias no râguebi, na altura, são as mesmas que se estão a ter agora no futebol”. Quem o diz é Darren Bailey, director da Football Regulation and Administration of Football Association e terceiro interveniente do painel subordinado ao tema ‘Inovação no futebol’, no II Congresso Internacional ‘The Future of Football’. As preocupações em relação à introdução das novas tecnologias no futebol são maiores do que no râguebi por uma simples razão: o comportamento humano dos intervenientes da modalidade, desde o público, aos treinadores, jogadores ou árbitros.

Se no râguebi a maior preocupação se prende com o cumprimento do protocolo inerente ao uso do vídeo-árbitro (utilizado num sem fim de situações), no futebol, a linha é mais ténue e, embora as ocasiões em que o vídeo-árbitro seria utilizado sejam menores (golos, grandes penalidades, cartões vermelhos e erros de identificação), as dificuldades podem ser maiores. Tudo porque esta linha ténue tem de ser limitada. Mas onde? “Essa é a grande questão”, responde Darren Bailey, continuando: “Imaginemos que existe uma situação de golo que merece ser revista. Onde começamos a rever as imagens? Se a equipa que marcou estiver com a posse da bola durante dois minutos sem interrupção, vemos os dois minutos completos em busca de infracções? Ou vemos apenas os últimos segundos?”. As questões ficaram no ar e representam uma das grandes dificuldades encontradas pela Football Regulation and Administration of Football Association na análise ao uso das novas tecnologias no futebol.

Ia a apresentação de Darren Bailey a meio quando Jorge Jesus entrou no Auditório Artur Agostinho. Atrás dele vinham João Mário, William Carvalho e Bryan Ruiz. De pronto, as atenções foram roubadas e passaram do palanque para a assistência. As grandes dúvidas sobre a aplicação do vídeo-árbitro ficaram sem resposta, o que é normal, visto que continuam a ser discutidas. Os princípios que motivam o uso das tecnologias são favoráveis à verdade desportiva e claramente bem intencionados. Problema: como é certo e sabido, no futebol, nem todos têm as melhores intenções. É preciso saber educar os intervenientes no jogo e definir limites para a utilização de algo que se pretende benéfico. Que a linha que separa a transparência da obscuridade é ténue, já se sabe. Urge definir o seu limite, para bem do futebol.

Râguebi e futebol: serão assim tão diferentes?

Por Jornal Sporting
20 Abr, 2016

David McHugh, da Federação Irlandesa de Râguebi, falou sobre os benefícios das tecnologias

Se no futebol o recurso às novas tecnologias como instrumento de auxílio ao trabalho dos árbitros em campo e ao aumento da verdade desportiva nos resultados finais das partidas ainda é alvo de discussão, no râguebi é um dado adquirido há já algum tempo. David McHugh, da Federaçao Irlandesa de Râguebi, é um ex-árbitro da modalidade e foi o segundo interveniente do primeiro painel do II Congresso Internacional ‘The Future of Football’, subordinado ao tema ‘Inovação no Futebol’. Quando iniciou a sua carreira na arbitragem, dispunha de dois árbitros que o ajudavam na tomada de decisões, caso necessitasse; em 1999, assistiu ao aparecimento do vídeo-árbitro, apenas em situações de ensaio; em 2007, num Campeonato do Mundo, a Nova Zelândia foi eliminada devido a uma má decisão do juiz da partida, o mundo do râguebi parou e decidiu: é preciso implementar o vídeo-árbitro como instrumento de auxílio a toda e qualquer decisão que tenha influência no desfecho da partida.

“Se ficarmos parados, morremos. O râguebi não quer ficar parado e agiu, quando o devia ter feito. O futebol deve fazer o mesmo para acabar com algumas discussões e começar a ser mais verdadeiro nas decisões tomadas”, afirmou David McHugh. No râguebi, as novas tecnologias são utilizadas para melhorar as decisões e a credibilidade da modalidade, com os princípios da clareza e da transparência a fazerem-se valer. A última palavra é sempre do árbitro, pelo que o poder de decisão desta figura não é reduzido, mas melhorado pelo uso de uma tecnologia que serve de ferramenta para esclarecer toda e qualquer dúvida que a equipa de arbitragem possa ter.

O protocolo para o uso do vídeo-árbitro no râguebi é rígido e cumpre uma série de normas. O maior desafio para os responsáveis da modalidade, segundo David McHugh, é mesmo garantir que os árbitros e restantes intervenientes do jogo cumprem o protocolo. Desde o pedido de visualização da jogada nas repetições televisivas, a todo o diálogo existente entre os árbitros de campo e os que visualizam as imagens, passando pela comunicação da decisão final, tudo tem de ser cumprido à risca. No último torneio das Seis Nações, o vídeo-árbitro ajudou em 16 ensaios e 13 jogadas faltosas. O tempo demorado em cada decisão tomada vai desde um minuto aos três e esse é exactamente um dos objectivos: melhorar a velocidade de decisão dos lances. No final da apresentação de David McHugh, uma questão ficou no ar: se no râguebi já se discutem as melhorias de um sistema que já se provou útil para a modalidade, por que razão no futebol ainda se discute a sua implementação?

Os 11 segundos que podem decidir um jogo

Por Jornal Sporting
20 Abr, 2016

Gijs de Jong é da Federação Holandesa de Futebol e falou sobre as vantagens do vídeo-árbitro

O uso das novas tecnologias no futebol é uma realidade cada vez mais próxima e a Federação Holandesa de Futebol teve um papel preponderante para a aceitação do recurso ao vídeo-árbitro, com uma atitude pioneira ao testar esta ferramenta de auxílio aos árbitros e à verdade desportiva num Feyenoord-Heerenveen, a contar para a 1.ª Divisão holandesa. Assim, fazia todo o sentido que Gijs de Jong, director de Operações da Federação Holandesa de Futebol, fosse, também ele, o primeiro a subir ao palanque do II Congresso Internacional ‘The Future of Football’, dando início ao primeiro painel subordinado ao tema ‘Inovação no Futebol’.

“É bom para o desporto, em geral, ter um congresso sobre o futuro do futebol, a introdução de novas tecnologias no mesmo e onde existem árbitros que falam sobre o assunto e dão a sua opinião positiva. As novas tecnologias, como o vídeo-árbitro, vêem ajudar os árbitros e a verdade no desporto”, começou por afirmar Gijs de Jong, acrescentando: “Quando começámos a discutir este assunto na Federação Holandesa, a discussão não era sobre se se devia usar e o porquê de se justificar o seu uso, mas sim quando e como deveríamos começar a usar estas tecnologias”.

Durante o seu discurso, Gijs de Jong apresentou alguns dados curiosos e reveladores da influência que o vídeo-árbitro poderá ter no correcto juízo dos lances no decorrer de uma partida de futebol: em 45 jogos analisados, verificou-se a existência de 51 lances decisivos e influentes para o resultado final de cada um eles; desses 51, 12 foram mal ajuizados e poderiam ter sido corrigidos com recurso ao vídeo-árbitro. E o tempo de espera para que a decisão fosse tomada correctamente rondaria, em média, apenas 11 segundos. Para exemplificar as vantagens do recurso ao vídeo-árbitro, Gijs de Jong recorreu a um encontro entre o PSV e o Feyenoord, onde a formação da casa marcou um golo precedido de falta, mas validado perante a impossibilidade de tal infracção ter sido observada à vista desarmada. “O vídeo-árbitro não oferece 100% de certeza, mas garante uma eficácia entre os 95% e os 97%”, assegura o dirigente holandês, antes de apresentar o seu último exemplo. Desta feita, o cenário era a Premier League e o West Ham marcava o golo do empate frente ao Liverpool… com falta do avançado londrino sobre o guardião dos ‘reds’. O árbitro não viu, validou a jogada e perdeu 45 segundos a conferenciar com os seus assistentes para decidir de forma errada. “Com o vídeo-árbitro, em 11 segundos teriam tomado a decisão certa”, concluiu Gijs de Jong.

Qual é a semelhança entre novas tecnologias e um airbag?

Por Jornal Sporting
12 Abr, 2016

Saiba mais sobre o painel 'Inovação no Futebol' do Congresso 'The Future of Football'

Pouco mais de um ano depois, o mundo do futebol mudou. Se recuarmos a Dezembro de 2014, altura em que se realizou a primeira edição do Congresso Internacional ‘The Future of Football’, começavam ainda a dar-se os primeiros passos (que muitas vezes não passavam disso mesmo) em torno da introdução das novas tecnologias no futebol; hoje, muito graças ao trabalho desenvolvido pelo Sporting CP junto das entidades competentes, o paradigma mudou. Exemplos: o International Board decidiu iniciar um período de testes para a aplicação do vídeo-árbitro e a UEFA aprovou a tecnologia de golo já para a fase final do Campeonato da Europa de 2016 e para as provas europeias a partir da temporada 2016/17. Custou, valeu a pena, mas este é um caminho que ainda vai a meio. Nesta edição, a organização propõe-se a discutir o resto do trilho: qual o melhor caminho para a aplicação e funcionamento das mesmas a bem do futebol?

Voltando à primeira edição, o Auditório Artur Agostinho recebeu, entre outros, figuras como Harry Collins, professor catedrático na Universidade de Cardiff; Ian Treseder, digital manager do clube MCC; Keith Hackett, antigo árbitro da Premier League; Dirk Schlemmer, responsável pela tecnologia da linha de golo na Bundesliga; e Björn Lindner, presidente da empresa Goalcontrol. Principal conclusão retirada: é possível introduzir a tecnologia sem prejudicar a fluidez do jogo e não há possibilidade de manipulação de imagens (outro tema aflorado). “As novas tecnologias são como um airbag: pagamos por elas e talvez precisemos pouco delas, mas quando são precisas é importante estarem lá”.

Gijs de Jong, director de operações da Federação Holandesa de Futebol, tem um exemplo prático para explicar e documentar: em Janeiro, foi testado pela primeira vez a tecnologia vídeo-árbitro num encontro da Eredivisie, o Feyenoord-Heerenveen. A experiência foi feita em parceria com a estação Fox Sports e, curiosamente, as imagens do local de trabalho do vídeo-árbitro foram transmitidas pelo Youtube. Também David McHugh, da Federação Galesa de Rugby, poderá dar mais pistas em relação ao futuro: no ano passado, por altura do Campeonato do Mundo realizado em Inglaterra, quase todos os jogos tiveram a ajuda do vídeo-árbitro em momentos decisivos da partida como nos ensaios ou em situações de fora-de-jogo. Também Darren Bailey e Paul Neilson poderão contribuir com o seu ‘know how’ para a adequação das novas tecnologias ao jogo e para os desenvolvimentos que as mesmas foram conhecendo nos últimos tempos, partindo do pressuposto que a sua introdução será uma inevitabilidade.

O primeiro painel do II Congresso Internacional 'The Future of Football', subordinado ao tema 'INOVAÇÃO NO FUTEBOL', contará com os seguintes oradores:

- MODERADOR: Emanuel Medeiros, CEO do Centro Internacional para a Segurança no Desporto (ICSS)

- NOVAS TECNOLOGIAS: Gijs de Jong, Director de Operações da Federação Holandesa de Futebol

- INOVAÇÃO NAS OUTRAS MODALIDADES: David McHugh, Federação Galesa de Rugby

- TECNOLOGIA E NOVAS REGRAS: Darren Bailey, Director da Football Regulation and Administration of Football Association

- MÉTRICAS NO FUTEBOL: Paul Neilson, Global Head of Performance Lab Prozone

A segunda edição do Congresso Internacional 'The Future of Football' realiza-se nos próximos dias 20 e 21 de Abril no Estádio José Alvalade. Para inscrições e mais informações, consulte a página www.thefutureoffootball.org

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