Pedro Madeira Rodrigues exibiu crença na vitória eleitoral e, além de pedir "um virar de página", apontou Taison como o primeiro alvo conjunto para a equipa principal de futebol
Pedro Madeira Rodrigues fechou esta sexta-feira a campanha de três meses pela Presidência do Sporting CP, expressando orgulho pela forma como conduziu a acção e mostrando-se convicto de que o resultado das eleições deste sábado lhe pode ser favorável, até por ter concretizado o propósito de aglomerar toda a concorrência ao actual Presidente Bruno de Carvalho: "Chegamos com francas possibilidades de ganhar. Temos uma equipa forte e repleta de Sportinguistas para todas as áreas. Conseguimos juntar as pessoas que teriam ambição de avançar. Reconheceram-nos mérito e acreditaram no nosso projecto. Construímos uma equipa coesa, com gente muito competente. Para coordenador da formação, Boloni, o nosso último campeão, um gentleman, que, mesmo estranhando não ser convidado para treinador, me disse 'sirvo o Sporting CP como tu achares melhor", explicitou sobre o romeno, ausente do jantar tal como Juande Ramos (e alguns apoiantes mais notáveis como Abrantes Mendes e Carlos Severino). A Delfim, o seu team manager, foi endereçado o elogio pela coragem: "Jogadores e o Clube precisam de ti, dessa garra, desse esforço".
Em jantar de encerramento de campanha na Casa do Leão – restaurante emblemático situado no Castelo de São Jorge e assim nomeado pelas raízes históricas de ser um local onde se guardavam os felinos oferecidos à corte portuguesa –, Pedro Madeira Rodrigues discursou perante cerca de 130 apoiantes, entre os quais a sua família e alguns ilustres como Carmona Rodrigues, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e Mário Saldanha, actual membro do Conselho Leonino, mas agora candidato a vice-presidente para as modalidades da Lista A, apresentando o internacional brasileiro Taison (do Shaktar Donetsk de Paulo Fonseca) como grande novidade na comunicação acerca da equipa principal: "A partir do momento em que Jorge Jesus decidiu participar e apoiar o Presidente, fui procurar outro treinador. Encontrámos a pessoa certa. Juande Ramos tem experiência internacional, capacidade para ganhar finais e potenciar jovens. As pessoas não votam no treinador, mas no Presidente. Contudo, não deixa de ser um trunfo importante. Parece um miúdo cheio de vontade de representar o Clube. Sabe tudo sobre os nossos jogadores, trabalha no reforço da equipa. Não faremos revoluções, definimos alvos e posso adiantar que o Taison, que 'partiu a louça toda quando nos defrontou', é um dos jogadores que eu, Delfim, Boloni e Juande Ramos acreditamos ter todas as condições para contratar".

Num balanço mais geral pela campanha, o empresário salientou a importância do acto eleitoral, traçando os principais objectivos para o Clube caso vença: "Esta é uma oportunidade única de virar a página e de voltar a ser vencedor. Não estamos acomodados, acreditamos que podemos fazer mais. Há-que ter mais força e assertividade. Bastou um debate para se perceberem as diferenças e quero garantir, acima de tudo, que os Sócios continuarão a mandar no Clube. Apresentarei uma gestão racional, transparente, equilibrada e isto é fundamental para que se evite a perda da maioria da SAD. Vamos voltar a ser superiores na formação e nas modalidades, com uma cultura de exigência, vitórias, de não ficar contentes apenas com Supertaças e segundos lugares. Se nos próximos quatro anos não ganharmos nenhum campeonato nacional, coisa que não acredito, não me recandidato. Vamos voltar a trazer a democracia, prezando as várias opiniões próprios de quem se quer assumir como um Clube diferente. Só assim podemos voltar a unir os Sportinguistas e, consequentemente, voltar a ganhar".
A finalizar, Madeira Rodrigues garantiu que "foi fiel aos seus princípios", fechando a sua intervenção com a leitura do poema 'IF' de Rudyard Kipling, um símbolo de semelhança da "luta" que travou no período eleitoral.

O candidato à presidência da Mesa da Assembleia-Geral do Clube, Rui Morgado, salientou a crença no projecto de Pedro Madeira Rodrigues, revelando que a campanha teve frutos evidentes independentemente do resultado eleitoral de 04 de Março: “Estive com grande entusiasmo desde a génese da candidatura. Não me revejo no Sporting CP dos dias de hoje. Louvo o esforço de Pedro Madeira Rodrigues, de afrontar e denunciar o que não concordamos. Ninguém nos pode acusar de ter ficado em casa, lutámos pelo nosso grande amor que é o Sporting CP. Não fiz críticas pessoais porque entendo que o respeito pelos sócios, o nosso maior activo, deve estar sempre em primeiro lugar”.
O ex-vice presidente do órgão-magno dos leões não deixou de reforçar os pontos centrais do programa eleitoral da Lista A: “Temos um programa que visa manter a SAD no Clube. Queremos criar uma estrutura de campeões para o futebol, com uma aposta na formação e num treinador vencedor titulado internacionalmente. No fundo, cumprir os desígnios de sermos tão grandes como os maiores da Europa, especialmente no futebol”, explicou, antes de desejar uma eleição “tão clara e transparente como a de 2013”.

Delfim, o pretendente a team manager da equipa principal de futebol, garantiu empenho para "contribuir para uma causa", relevando a ligação sentimental que adquiriu pelo Sporting CP quando assinou contrato como jogador profissional do emblema verde e branco: "Quando me desloquei a Lisboa para falar com o Pedro Madeira Rodrigues vinha ouvir e partilhar. Predispus-me ao teu bom desafio [olhando para o candidato ao comando dos destinos do Clube] e percebi que era mais forte do que eu quando voltei a sentir as emoções que vivi no Sporting CP. Aprendi a amar esta camisola. Sempre me dediquei a tudo de corpo e alma, fui recebido de braços abertos e estou aqui para arregaçar as mangas. Sou um lutador e por vós lutarei, em causa que é de todos".