Estreias e velhos (mas bons) hábitos
12 Jul, 2017
Bas Dost e Doumbia marcaram os golos da vitória do Sporting CP frente ao Fenerbahçe (2-1)
11 inicial: (Azbe Jug, Piccini, Sebastián Coates, Mathieu, Fábio Coentrão, Petrovic, Bruno Fernandes, Iuri Medeiros, Bruno César, Alan Ruiz e Bas Dost)
Expectativas? Mathieu e Fábio Coentrão, os únicos dois jogadores que integraram o 11 inicial e ainda não tinham sentido o ‘peso’ da camisola do Sporting CP. Corresponderam. E de que maneira. Parece-nos que não faltará segurança à dupla de centrais escolhida por Jorge Jesus para a época 2017/2018. Paulo Oliveira/Tobias Figueiredo, Paulo Oliveira/Domingos Duarte, Coates/Mathieu, André Pinto/Tobias Figueiredo e Paulo Oliveira/André Pinto – até ao momento, foram sete as experimentadas pelo mister, sendo que nenhuma ficou aquém do previsto. Esta terceira (Coates/Mathieu), blindada de experiência e com a ideia de que sair a jogar tem de ser (sempre) uma hipótese, encheu as medidas dos adeptos que estiveram presentes no primeiro jogo dos leões no Festival dos Alpes, frente ao Fenerbahçe. Van Persie não assustou, mas Valbuena deixou a cabeça de Piccini ‘em água’. Aliás, o francês saiu do relvado com um relógio novo, prémio oferecido ao melhor jogador em campo. Do outro lado, Coentrão foi arrancando aplausos das bancadas. Muitos, por sinal. O lateral-esquerdo mostrou-se disponível nos dois momentos do jogo (ofensivo e defensivo), ora com antecipações assertivas, ora com arrancadas estilo Speedy Gonzales que desorientaram a defesa contrária. Boa estreia, bom prenúncio para o que aí vem. Justo dizer que o acerto dos ‘homens de trás’ permitiu ao Sporting CP passar os primeiros 10 minutos instalado na área do adversário turco. A percentagem de posse de bola dos verdes e brancos permitiu aos criativos fazerem as delícias do jogo interior, muito ao estilo do primeiro ano de Jesus. Bruno Fernandes, Alan Ruiz e Iuri Medeiros foram autênticos ‘vagabundos’ apontados à baliza, mas daqueles que tratam bem a bola. Iuri estava no meio e depois aparecia na direita. Alan levava a equipa para a frente e também surfgia na zona de finalização. Bruno Fernandes ‘lançava os dados’ como se soubesse os números que iriam sair em todos eles.
Deve estar a pensar: “muito bonito. Então e os golos?”. Bas Dost ficou por um triz logo ao início, Bruno César viu o seu remate ser desviado após excelente combinação com Alan e Iuri e os festejos apareceram aos 32’ de bola parada. Sabemos que esta expressão está mais do que batida. Contudo, a bola colocada na área por Iuri tinha mesmo 'olhinhos'. Coates deu-lhe perfume, mas o guarda-redes defendeu. O resto é uma repetição do que aconteceu vezes sem conta (vamos ser precisos: 34 vezes) a temporada passada. Dost estava no sítio certo para fazer a emenda (32’). Na Suíça não existem as colunas de Alvalade, mas nem por isso faltou o cântico para o avançado holandês. À falta de um, apareceu outro (pena que tenha sido do Fenerbahçe). Uma marcação pouco pressionante de Bruno César sob Sener Ozbayrakli permitiu um cruzamento letal para Nabil Dirar, que fuzilou as redes de Azbe Jug (40’). Tudo empatado ao intervalo.
(Substituições: Bruno César por Mattheus Oliveira, Alan Ruiz por Doumbia, Johnatan Silva por Fábio Coentrão e Battaglia por Petrovic)
Ainda se ouvia “deixa cá ver o que é que este Doumbia vale” quando o costa-marfinense arrancou que nem uma seta pelo corredor direito, ultrapassando um, dois, três, adversários. “Vai lá vai”. E foi. Numa segunda parte bem menos mexida (por culpa das várias mexidas do técnico português: Tobias por Coates, Podence por Bas Dost, André Pinto por Mathieu, Matheus Pereira por Iuri, Gelson Dala por Bruno Fernandes e Paulo Oliveira por Doumbia), a estreia a marcar de Doumbia foi mesmo o momento alto. Se anteriormente tinha sido Iuri a dar-lhe ‘olhinhos’, desta feita foi Mattheus Oliveira, também de livre. O gesto técnico do último reforço do Sporting CP, de cabeça, permitiu os leões chegarem à vantagem (2-1, 75’), resultado que levaram até ao apito final. Bem... talvez o marcador tivesse voltado a contar a favor dos pupilos de Jorge Jesus caso Daniel Podence não tivesse deixado escapar a assistência de Dala, no seguimento de um contra-ataque rápido conduzido pelo ‘menino angolano’.
Viu-se mais Sporting CP. Viu-se um Sporting CP com boas dinâmicas. Viu-se um Sporting CP com um estilo semelhante ao de 2015/2016. Estreias, velhos hábitos. Segue-se o Valência esta quinta-feira (19h30, hora portuguesa).