Campo número 2 da Mata Real, em Paço de Ferreira
Árbitro: Ricardo Moreira (Vila Real)
Árbitros assistentes: Sérgio Correia e Sérgio Gonçalves
Ao intervalo: 1-0
P. Ferreira: Nico; Chico, Pedro Marques, Batista, Roger; André Sousa, Edu Pinheiro, Miguel (Ibrahim, 67’); Raúl (Álvaro, 88’), André Rodrigues (João, 76’) e Tiago Serralheiro
Treinador: Vasco Seabra
Golos: Tiago Serralheiro (15’) e Ronaldo Tavares (48’, p.b.)
Acção disciplinar: -
SPORTING: Pedro Silva, Bruno Paz (Rafael Leão, 56’), Aya Diouf, Guilherme Ramos, Abdu Conté; Bubacar Djaló, Pedro Ferreira, Francisco Sousa (A. Canhembe, 36’); Gil Santos, Pedro Empis e Ronaldo Tavares
Treinador: Tiago Fernandes
Golos: Guilherme Ramos (67’)
Acção disciplinar: cartão vermelho a Aya Diouf (90+2’)
O céu estava cada vez mais negro, o vento cada vez mais audível. Afinal de contas, o clima não tem estado para brincadeiras e o jogo era no Norte, na casa do Paços de Ferreira – equipa que tinha acabado de garantir, pela primeira vez na sua história, o acesso à fase de apuramento de campeão. E tal como o tempo, também o jogo estava caprichoso. Há dias assim, em que as coisas nunca saem bem e, quando parecem estar a melhorar, logo algo de negativo surge para a apagar. Transposto para a linguagem de jogo, de cada vez que o Sporting conseguiu estar por cima da partida, sofreu um golo. Aconteceu duas vezes – e ambas de canto. Aliás, arriscamos dizer que, se antes do jogo o treinador dos ‘leões’, Tiago Fernandes, tivesse ouvido dizer que ia sofrer dois golos de bola parada, não acreditaria, tal era a incredulidade na sua voz no final da partida. “Nunca aconteceu, foi inédito”, comentou.
Provavelmente embalado pelo impulso de estar a fazer história, o Paços de Ferreira entrou em campo a cerrar os dentes, com um espírito colectivo e de solidariedade que foram, em muitos momentos, a chave para se superiorizarem a uma equipa do Sporting que, depois da vitória (3-0) da semana anterior sobre o FC Porto, surgiu irreconhecível na Mata Real, com alguns dos seus elementos em sub-rendimento.
Os ‘verde e brancos’ até dominaram os primeiros minutos da partida – ainda que sem conseguirem traduzi-lo em oportunidades flagrantes. Mas lá está... quando os ‘leões’ estavam por cima, a sua linha defensiva falhou no ataque à bola na sequência de um canto apontado pela direita e Tiago Serralheiro surgiu oportuno, de cabeça, para o primeiro golo dos da casa, aos 15’. O tento inaugural deu confiança à formação nortenha, que tinha como estratégia baixar as linhas quando não tinha bola, para evitar ser surpreendida, e apostar na velocidade das transições rápidas quando estava na posse do esférico – falhando quase sempre na definição do último passe, assinale-se. Tiago Fernandes retirou Francisco Sousa e lançou no seu lugar Amâncio Canhembe para refrescar a frente de ataque e a equipa subiu lentamente de rendimento, mas sem conseguir com isso alterar o curso do marcador.
O segundo tempo até trouxe um Sporting mais agressivo, mas tinham passado apenas três minutos quando um canto apontado pela esquerda, por André Sousa, acabou por desviar em Ronaldo Tavares e entrar... na baliza errada. O avançado, que na semana passada tinha sido herói frente ao FC Porto, ao apontar um ‘hat-trick’, teve agora a infelicidade de marcar contra a sua equipa que, através de mais uma mexida no ‘onze’ – a entrada de Rafael Leão – ainda conseguiu assentar o seu jogo, desviá-lo do meio-campo defensivo e criar perigo. Como no lance em que Guilherme Ramos cruzou para Rafael Leão à boca da baliza, com uma boa intervenção do guarda-redes Nico. A ameaça concretizou-se pouco depois por intermédio do mesmo Guilherme Ramos que concluiu de cabeça, na sequência de um passe teleguiado a punir uma falta pacense longe da área. Já próximo do final da partida, os ‘leões’ ainda sofreram um contra-ataque rápido por Ibrahim, que galgou o corredor central, mas Pedro Silva – que teve muito menos trabalho do que o marcador poderia fazer supor – deu conta do recado. Já ao cair do pano, (90+2’) ainda haveria tempo para Aya Diouf ver o vermelho directo por pretensa falta sobre João quando este se preparava para ficar isolado – ainda não estava – perante o guardião ‘leonino’. “O árbitro teve alguma dualidade de critérios. O nosso jogador acompanhou o lance e o adversário deixou-se cair”, analisou o técnico Tiago Fernandes, no final.