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Ninguém nos vai parar'

Por sporting
16 Nov, 2013

Discurso integral do presidente Bruno de Carvalho na Noite Verde da Batalha.

À margem da Noite Verde da Batalha, o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho dirigiu algumas palavras a todos os presentes. Enalteceu a importância de todos os sportinguistas na vida do Clube e lançou palavras de alerta perante a actual situação vivida no desporto português. “É um orgulho estar aqui. Orgulho muito grande ver tanta gente dedicada ao Clube ser homenageada. É importante, cada vez mais, ver tudo o que envolve o Sporting, todas as nossas modalidades, todo o carinho daqueles que nos servem, desde colaboradores, funcionários, atletas, treinadores, equipas técnicas. Um dos grandes desafios que tivemos, enquanto Direcção, foi agarrar aquele que é o melhor Clube do Mundo: o Sporting Clube de Portugal. Temos, cada vez mais, que sentir orgulho e não ter medo de dizer as coisas como são. Somos os maiores, somos aqueles que têm mais títulos em todas as modalidades, somos o Clube com maior representação nos Jogos Olímpicos e medalhas conquistadas, somos o Clube que tem os melhores adeptos do Mundo. De facto, passamos por um momento bom; é uma altura em que vivemos momentos de alegria, mas que nunca pode ser de euforia! Se queremos voltar a ter o Sporting Clube de Portugal, que todos ambicionamos, temos que saber ter os pés bem assentes na terra, e perceber que só com muito trabalho e dedicação é que ganhamos algo. Não há milagres, sempre o dissemos. Em primeiro lugar, tudo o que temos devemos a vocês, que escolheram, ter-nos aqui. Em segundo lugar, quero agradecer a todos os órgãos sociais que me acompanham, funcionários e atletas, que estão a ser inexcedíveis a todos os níveis, num dos períodos mais difíceis do Sporting Clube de Portugal, todos têm correspondido com a grandeza que temos pedido. É isso que vemos em cada campo, pavilhão, ringue, piscina, sala onde se pratica desporto com a camisola Sporting. Não há ninguém que não esteja a envergar a camisola do Sporting com o amor que sempre pedimos e exigimos a quem nos serve. A eles, e apenas a eles, se deve tudo o que está a acontecer no Sporting Clube de Portugal. Por vezes, também temos que saber dizer: basta! Saber dizer chega! O Sporting Clube de Portugal já demonstrou que naquilo que depende dele, e apenas dele, está pronto para a luta, para qualquer desafio e qualquer adversário. Mas, para isso, é preciso que o futebol e todas as modalidades sejam 100% transparentes. É preciso não ter medo de dizer que não nos vamos calar. Não queremos milagres, nem super-homens, nem super-mulheres. Mas, sair de cada campo e pavilhão com o sentimento de que todos fizeram o seu melhor. Mas todos, não depende apenas do Sporting Clube de Portugal. Todos aqueles que estão envolvidos no mundo do futebol têm de perceber, de uma vez por todas, que o Sporting não irá tolerar mais interferências vindas de fora. O Sporting Clube de Portugal não tem medo de «bichos papões». Quando começámos fomos claros como a água e dissemos que não queríamos ter problemas com ninguém, mas que exigíamos respeito. Quando isso acontecer, as pessoas terão no Sporting um adversário, quando assim não acontecer, não terão nada do Sporting. Tenho ouvido falar-se de vários assuntos. Vale ou não a pena, o Sporting insurgir-se contra outros clubes? Vale ou não a pena que o presidente continue no banco? Vale ou não a pena continuarmos a ser claros em cada jogo em que nos sentirmos prejudicados? O Sporting Clube de Portugal, se quer ocupar o lugar que merece e aquele para que foi feito, não pode ter medo de dizer quem realmente anda no futebol por bem e quem anda para nos tentar enganar. Dizem que é uma questão de estilo do presidente, há quem goste e há quem não goste. Eu não me importo com o estilo do presidente. O que eu gosto tem um nome e chama-se Sporting Clube de Portugal. Perguntam-me, várias vezes, se isto do banco é para ficar ou não. Mas para que fique esclarecido, se há coisa que este grupo compreende é que nós, no futebol, somos uma família; somos um grupo unido, que se respeita, e que se quer fazer respeitar. Não vale a pena continuar com esta conversa. Do banco, eu não sairei! Estamos dispostos a transformar o futebol, porque é essa uma das nossas missões enquanto Direcção. Dizer aquilo que o futebol tem de bom e de mau. Lutar para que se altere o que está mal, fazer valer o que está bem e, se isso chatear alguém ou amedrontar algum sportinguista, é porque o símbolo do leão não é aquilo que esperamos. Sabemos aquilo que é um leão. Por alguma razão, «o leão é o rei da selva», é aquele que manda, coordena, que faz os outros o seguirem e não segue ninguém. Passaram quase 8 meses, mas que para todos nós que estamos no Sporting, parecem anos. Se há algo que nos aguenta nesta luta e neste projecto que tanto nos honra são vocês. Vocês são a força motriz de tudo isto. O maior activo do Sporting são os seus sócios e adeptos. Nunca se esqueçam disso! Embora o meu grande sonho, desde os seis anos, fosse ser presidente do Sporting, apenas o serei enquanto sentir que isso é uma mais-valia para o Sporting. Não posso deixar de dizer que lamento ter de ouvir que possivelmente me poderei tornar num dirigente perigo. Das duas uma: ou cada pessoa que comenta sobre futebol, não percebe nada disto, ou eu é que estou enganado. Se há coisa de que podem ter medo é de quem estiver a brincar com o Sporting. Isso não admito a ninguém! Agora, também vos direi, de forma clara, que tenho a minha maneira de ser, estar e agir e que nessa minha maneira não estão inseridas a coacção, a manipulação, o medo ou conversas esquisitas ao telefone. Quem estiver disposto a percorrer este caminho connosco, na luta pela verdade, mas em que temos que saber sofrer e não ficar calado; o caminho de querermos alterar, mas alterar às claras; o caminho de querermos ter uma voz activa, mas não uma voz manipuladora. Se esse for o caminho que todos queremos contem comigo. Se é para me transformar numa verdadeira besta do futebol nacional, não contem comigo, nunca! Não posso deixar de dar uma palavra às claques [grupos organizados de adeptos]. Há quem pense que esta Direcção tem algum pacto de agressividade com as claques. Se há coisa que as claques demonstraram, de há oito meses para cá, desde que começámos a trabalhar, é que a única coisa que as move é o bem do Sporting, o orgulho de serem sportinguistas e o apoio ao seu Clube. Trabalhámos uma solução, onde fosse possível, vermos a curva sul com a força que todos lhe reconhecem. Todos, agora, querem ter um pedacinho desse proveito. Sinceramente, quem permitiu que a força magnífica que se vê em Alvalade acontecesse, foram as claques, pela vontade que tiveram em apoiar um projecto com o nome Sporting Clube de Portugal. Todos têm visto aquilo que se conseguiu em oito meses, com trabalho, sofrimento, rigor dedicação, noite mal dormida, com muitas situações nada fáceis de resolver, mesmo a nível pessoal e humano. Imaginem, se continuarmos todos juntos a uma só voz, a um só comando e um só sentimento, onde podemos chegar. Peço, não em meu nome, mas em nome do Sporting Clube de Portugal, continuem a ser aquilo que é absolutamente fundamental e que está a confundir todos os nossos adversários. Iriamos ser derrubados à primeira derrota e no primeiro desaire e nada disso aconteceu. E esta é a grande mensagem que podemos passar, apesar de sempre o ter dito e ter sido acusado de demagogo e populista: Os nossos adversários que se cuidem! O Sporting está de volta! Ninguém nos vai parar! Eles já perceberam que ninguém para o Sporting e é, por isso, que andam que nem bichos. Na televisão, nos jornais, os comentadores, jornalistas, os «painelistas» parecem loucos. Posso dizer-lhes que, quanto mais falarem e escreverem mal de mim, melhor dormirei. Sinceramente, lê-los é um deleite. Há muito tempo que não vou ao circo e é sempre bom um bom palhaço.” No final, o presidente do Clube, Bruno de Carvalho, agradeceu o empenho na organização do evento, a presença de todos os sportinguistas e o apoio da sua esposa e do seu pai. Disse ainda: “O meu pai não ficou chateado comigo, porque é uma pessoa inteligente”. Texto: Stephanie Fidalgo Foto: César Santos