O defesa mais rápido do que Messi
14 Jul, 2017
Depois de Fábio Coentrão, o Sporting garantiu a contratação de Jérémy Mathieu, outro jogador habituado a fazer parte do elenco de um dos principais clubes europeus
Mathieu soma vários anos de experiência ao mais alto nível e chega ao Sporting como um reforço sonante para o plantel de Jorge Jesus. Com as características pretendidas pelo técnico leonino, o ex-Barça distingue-se sobretudo pelas capacidades físicas. Além da agressividade que imprime nos duelos, tanto no chão como no ar, tem uma velocidade muito acima da média para a posição que ocupa no terreno (em 2014, foi mesmo o mais rápido nos testes do Barcelona, superando Messi, e em 2016 terminou em segundo, apenas atrás de Neymar), o que facilita a missão de controlar o espaço nas suas costas.
Podendo actuar como central ou como lateral-esquerdo, Mathieu oferece diversas possibilidades a Jorge Jesus, seja no habitual 4-4-2 ou num eventual sistema com três defesas, já testado nesta pré-época. Os planos do míster ainda são uma incógnita nesta altura, mas a polivalência e versatilidade do canhoto permitem adaptações frequentes e que não comprometerão o sucesso colectivo.
A nível ofensivo, o internacional francês também possui soluções diferenciadas de outros elementos do plantel. Não sendo especialmente habilidoso em termos técnicos, apresenta qualidade de sobra para desequilibrar na saída de bola, seja através de um passe vertical ou através da condução. Nas bolas paradas, capítulo em que é forte, será sempre uma ameaça para a baliza adversária.
Uma carreira com sucesso tardio
Poucos se recordarão, mas Jérémy Mathieu já sabe o que é vencer em Alvalade. Fê-lo no dia 1 de Dezembro de 2004, quando ainda representava o Sochaux, equipa gaulesa que bateu os leões num desafio da Taça UEFA. Na altura, o francês era um jovem bastante promissor e parecia ter capacidade para chegar a clubes com outras aspirações. O salto a nível interno não tardou e a mudança para Toulouse foi um passo inteligente no seu crescimento. Ao lado de figuras conhecidas, como Moussa Sissoko ou André-Pierre Gignac, Mathieu fez parte de uma das equipas mais interessantes da Ligue 1 e viria a conquistar atenções pela Europa fora.
A carreira de Mathieu prosseguiu no Valencia CF, onde teve a primeira experiência fora do país. Num patamar competitivo bem mais exigente, não só pelo nível de jogo mas também pela pressão da afición, o francês afirmou-se como um jogador de craveira internacional. Após cinco temporadas no Mestalla, jogando maioritariamente como lateral-esquerdo, o Barcelona chegou-se à frente e garantiu a sua contratação. Aos 30 anos, já numa fase em que poucos esperariam que desse o salto, Mathieu atingiu o ponto mais alto do seu percurso e permitiu um encaixe de 20 milhões de euros ao clube 'che'.
No primeiro ano com as cores blaugrana, o canhoto fez mais de 40 jogos e foi uma peça importante na conquista do triplete, marcando, inclusive, um dos golos que decidiu o El Clásico com o Real Madrid. Se tiver um impacto semelhante no ano de estreia de leão ao peito ninguém se ficará a queixar.
A segunda temporada não foi tão feliz, até porque foi impedido de dar o seu contributo à equipa devido a uma lesão no joelho, que também o afastou do Euro 2016. Ainda assim, convém não esquecer que fez parte das primeiras escolhas de Didier Deschamps para uma das posições em que existe mais qualidade na selecção gaulesa.
O fim de ciclo na Catalunha marca o início de uma etapa em Alvalade. De Barcelona chega um defesa habituado a treinar e a jogar com os melhores e, sobretudo, com muita vontade de prolongar o sucesso que alcançou nos últimos anos.