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09 Nov, 2017
Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3649
O Director de Comunicação do nosso Clube, Nuno Saraiva, colocou na sua página do Facebook, após o jogo de Domingo, um post em que factualmente enaltece a forma física do presidente do Braga e dos seus jogadores. O primeiro, António Salvador, pela rapidez com que, uma vez mais, chegou à Sala de Imprensa para se atirar ao árbitro da partida. Os segundos, os jogadores arsenalistas que revelam nos jogos contra o Sporting uma garra ímpar e uma forma física que não evidenciam contra os nossos rivais da luz e do dragão.
De igual forma, a velocidade supersónica com que António Salvador chega ao Auditório Artur Agostinho contrasta com a ausência marcante que revela, face a incidências bem mais graves, nas salas de imprensa dos nossos rivais.
Dito isto e por apenas ter expressado uma mera opinião num tom distendido e sustentada em factos, esta, veio provocar uma reacção intempestiva, inusitada e desproporcionada por parte dos responsáveis do Sp. Braga. Em comunicado afirmam que fizeram queixa de Nuno Saraiva ao Conselho de Disciplina, com uma participação disciplinar sobre o conteúdo do post, para além da instauração de um processo-crime.
O Conselho de Disciplina recebeu a participação e terá agora que perder tempo a analisar o caso para, no final, estamos certos, não dar provimento às pretensões dos dirigentes do Sp. Braga pois esta participação não tem pés… nem cabeça! O mesmo já não se poderá dizer das declarações do presidente do Sp. Braga e do ataque cerrado ao árbitro do encontro, pois estas sim é que merecem a atenção e acção firme por parte do Conselho de Disciplina.
Como alguém disse, “não há coincidências”. Mas este caso e não deixa de ser curioso, tem do ponto de vista mediático e de praxis uma similitude muito próxima com o caso do presidente do Arouca. Este, só após uma semana do incidente do túnel de Alvalade e antecedido do árduo trabalho dos cartilheiros do nosso eterno rival, é que veio lembrar-se de algo que nunca existiu. Desta feita, os cartilheiros fizeram também o seu trabalho prévio…
O presidente do Conselho de Arbitragem concedeu na quarta-feira passada uma entrevista a um jornal desportivo onde afirma que o Conselho de Arbitragem assume os erros. Ainda bem que assim é, mas importa perceber e conhecer como é que isso se materializa. Fontelas Gomes afirma ainda que os árbitros não são influenciáveis, não serão por isso pressionáveis. Assim sendo, e crendo nas palavras do líder da arbitragem, ficamos sem entender o nexo de qualquer eventual greve tendo por base este pretexto.
O nosso Clube esteve na primeira linha pela introdução do VAR, que considera um instrumento fundamental como complemento para o exigente e difícil trabalho dos árbitros. Isto não significa que não defendamos que quem o utiliza, seja por incompetência ou por outra razão grave, não sofra as devidas consequências dos seus actos, como o caso recentemente passado na Alemanha, em que o responsável pelas nomeações do VAR foi afastado.
Somos a favor da transparência e da verdade desportiva e por elas lutamos diariamente. Nesta linha, a divulgação, não a cirúrgica ou “pedagógica” mas sim da totalidade dos áudios do VAR, parece-nos positivo a bem da transparência. De igual forma mas também para evitar a distorção e impedir conflitos de interesses (no mínimo) deveria ser vetado, após a introdução do VAR, que os Clubes transmitissem em directo os jogos nos seus próprios canais.
Esta foi uma semana pródiga em “cartilheirisse” com os nossos rivais a Norte e a Sul a querem passar a ideia que fomos beneficiados pela arbitragem. As imagens do jogo de Alvalade revelam que no nosso caso as situações de eventual benefício são em número inferior às de prejuízo, enquanto nos jogos dos nossos rivais as imagens não deixam dúvidas dos lances em que foram beneficiados, mas que os ignoraram ou ocultam com o maior desplante, como já nos habituaram.
Mais ataques vêm aí ao nosso Clube e Presidente, nada que não estejamos já, infelizmente, habituados e que tem a credibilidade de sempre, NENHUMA! Tanto os acusadores como os factos que acusam.
Boa leitura!