Triunfo com a liderança na cabeça e a Chapecoense ao peito
03 Dez, 2016
Primeira parte de luxo frente ao V. Setúbal, em Alvalade, coroada com golos de William Carvalho e Bruno César
.
.
.
.
Depois do minuto de silêncio realizado este sábado em Alvalade, permitam-nos começar esta crónica com um espaço em branco simbólico (logo a abrir o texto), como homenagem às vítimas do avião que caiu recentemente na Colômbia. "Força Chapecoense". Esta foi a mensagem mais lida nas bancadas do reino do leão e, também, nas camisolas dos jogadores do Sporting CP que, esta noite, além do leão rampante usaram ao peito o emblema da equipa brasileira vítima do trágico acidente.
"Vamos, Vamos Chapê", cantou a Curva Sul durante grande parte do segundo tempo. Um momento simbólico que não deixou ninguém indiferente. O futebol, o verdadeiro, aquele a que chamamos 'Desporto Rei', só pode ser algo do género. Bravo, a todos os intervenientes, dentro e fora das quatro linhas!
Já com a bola no relvado, num encontro especial frente ao V. Setúbal, também por ser o escolhido para o 'Jogo dos Núcleos do Sporting Clube de Portugal, os leões não quiseram perder tempo e ainda com 22 segundos de jogo poderiam ter feito o primeiro golo da partida. Com 'fogo nos atacadores', Gelson Martins percorreu toda a lateral esquerda, desde o meio campo, até servir Bas Dost, já dentro da área, de bandeja, que é como quem diz através de um cruzamento teleguiado. O problema é que o avançado holandês viu o remate embater nas pernas do guarda-redes Bruno Varela.
Sem tirar o pé do acelerador, e cerca de seis minutos depois, Gelson, uma vez mais, deixou pelo caminho um defesa do V. Setúbal e voltou a assistir um colega. Desta vez, Adrien Silva, que em posição frontal apontou um remate em arco que obrigou novamente o guardião adversário a uma boa intervenção. No seguimento do canto, William Carvalho teve cabeça para abrir a contagem na partida (1-0).O ritmo manteve-se alto e pouco os sadinos conseguiam fazer para inverter o rumo dos acontecimentos. O único lance a registar no primeiro tempo foi um remate cruzado de Amaral aos 11', controlado atentamente por Rui Patrício. Já depois do árbitro ter anulado um golo a Bas Dost (um lance que deixa muitas dúvidas), Bruno César apontou uma autêntica obra de arte de livre (37'). Com a bola junto à linha lateral da área adversária, o médio brasileiro enviou um tiro à gaveta da baliza sadina (2-0).
"Só eu sei porque não fico em casa", gritavam os 43.467 Sportinguistas que marcaram presença nas bancadas de Alvalade.
No segundo tempo, os leões optaram por gerir a partida e o V. Setúbal, que já tinha roubado pontos esta época ao Benfica e ao FC Porto, lançou-se ao ataque, em busca de uma nova surpresa. Sem efeitos práticos, uma vez que o resultado não se alterou (2-0). Muito por culpa de Rui Patrício, que defendeu com classe um cabeceamento à queima-roupa de Vasco Costa (61').
Pelo meio (55'), Bas Dost viu mais um golo seu ser anulado (este ainda mais discutível).O avançado holandês ainda teve mais uma oportunidade para inscrever o nome na lista de marcadores, mas já só com Bruno Varela pela frente, após cruzamento de João Pereira, atirou muito por cima do alvo.
Com o apito final, o Sporting CP carimbou o 13.º jogo consecutivo sem perder em casa em provas nacionais (12 vitórias e 1 empate) e a 5.ª vitória seguida. O 4.º triunfo consecutivo sobre o V. Setúbal permite ainda aos leões encurtarem para dois pontos a distância para o líder Benfica. A liderança será discutida na próxima jornada, na Luz, onde se realizará o dérbi da Segunda Circular.