"Árbitro principal será sempre o decisor"
22 maio, 2017
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem à Imprensa como vai funcionar o vídeo-árbitro,
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) promoveu ao final desta manhã uma sessão de esclarecimento para os jornalista sobre a forma como o vídeo-árbitro será introduzido no futebol profissional português e, para já, só nos jogos da Liga NOS.
A formação decorreu na Cidade do Futebol, em Oeiras, e contou com a presença do vice-presidente do Conselho de Arbitragem, João Ferreira, nas primeiras explicações sobre o que considerou ser uma "revolução no futebol".
Conforme foi explicado, serão quatro as áreas em que o vídeo-árbitro baseará as suas intervenções mas, também como adiantou João Ferreira, "O que se pretende é que o vídeo-árbitro intervenha pouco mas, quando intervier, que seja com máximo benefício para o jogo. A decisão final será sempre do árbitro principal", mesmo aceitando as indicações fornecidas pelo denominado VAR – sigla em inglês para Video Assistant Referee. A saber: golo (serão todos escrutinados); penálti; cartão vermelho directo (e apenas estes, excluindo os por acumulação de amarelos e amarelos isolados); e identificação errada de jogador (para os casos em que há erro de análise na punição a um infractor por engano). Tudo compreendido num protocolo emanado do International Board (IFAB), que em Março de 2018 decidirá se o processo é para continuar.
Todos os estádios estarão ligados a uma central situada na Cidade do Futebol que terá capacidade para analisar quatro jogos em simultâneo, mais nos casos de sobreposição de parte do horário de transmissão, cada um deles com um VAR específico, sendo a equipa de vídeo-árbitros formada por 22 elementos das equipas de arbitragem, todos obrigatoriamente de primeira categoria.
"A ideia é que todos actuem normalmente, mas sempre com a noção que tudo será visualizado. No momento do pedido de esclarecimento por parte do árbitro de jogo [n.d.r.: o sinal será o desenho de um rectângulo no ar, simbolizando um ecrã de televisão], os jogadores não poderão inteferir com a decisão, não há igualmente pedidos por parte de jhogadores, equipa técnica ou delegados para se rever qualquer jogada que seja, bem como o árbitro pode interromper o jogo em zona neutra para a tomada de decisão, sendo depois o jogo recomeçado com bolo ao solo", explicou João Ferreira.
Recorde-se que o primeiro teste ao vivo será feito na final da Taça de Portugal, sendo depois prática corrente nos encontros da Liga NOS da época 2017/18.
Uma vez que esta nova realidade no futebol português está directamente ligada ao desempenho dos árbitros, a avaliação aos mesmos também terá de ser requacionada para adaptar-se à nova ferramenta que, de acordo com João Ferreira, tem uma máxima a ser seguida: "mínima interferência, máximo benefício".