Braço-de-ferro europeu termina com empate técnico
15 Ago, 2017
Leões não evitaram o nulo frente ao Steaua de Bucareste na primeira mão do play-off de acesso à Champions
É aquilo a que se chama uma entrada com o pé esquerdo. O Sporting CP não foi além de um nulo esta terça-feira frente ao Steaua de Bucareste (0-0), em Alvalade, deixando tudo em aberto para a segunda mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, que se irá disputar na próxima semana na Roménia.
Naquele que foi o terceiro jogo oficial sem sofrer golos esta temporada, os leões comandados por Jorge Jesus revelaram um 'deserto' de ideias no capítulo ofensivo que acabou por sentenciar a história do encontro. Com uma entrada a todo o gás, a formação leonina até assumiu as rédeas da partida nos primeiros 15 minutos, embora sem conseguir alcançar qualquer resultado prático. Demasiado 'fogo-de-vista', viria a revelar-se mais tarde. Já lá vamos.
Antes importa salientar que Marcos Acuña até esteve perto de inaugurar o marcador, aos 23 minutos, mas o remate cruzado do argentino embateu no poste e perdeu-se pela linha de fundo. Mais de 46 mil Sportinguistas levaram as mãos à cabeça. O problema é que um minuto antes, Alibec já havia testado a atenção de Rui Patrício, que foi obrigado a efectuar uma defesa apertada. Logo a seguir, aos 28', o avançado romeno voltou a levar 'fogo' as luvas do guardião português, com um autêntico míssil, após um belo trabalho individual no lado esquerdo do ataque do Steaua.
Com mais posse, mas com pouco critério na primeira fase da construção de jogo, a bola teimava em 'empapar' nas transições para o ataque, apesar da diferença inquestionável de qualidade entre as duas equipas. Gelson, de um lado, e Acuña, do outro, nas alas, tentavam sacudir o bloco defensivo da formação de Bucareste, mas sem sucesso. Foi, por isso, que o nulo ao intervalo não causou qualquer tipo de surpresa nas bancadas - para desespero de muitos Sócios e adeptos do Clube que iam, de forma compulsiva, olhando para o relógio.
Pedia-se mais intensidade a meio campo. Mais acerto por parte de Battaglia e mais apoio a Adrien, quase sempre em inferioridade no miolo. O capitão verde e branco raramente conseguiu pautar o ritmo certo ou promover as habituais 'tabelinhas' à entrada da área contrária. À sua frente, Podence (involuntariamente) tornou-se vítima deste 'efeito dominó', assim como Bas Dost que, devido aos efeitos secundários daquela que foi diagnosticada como uma apatia criativa geral, se revelou uma sombra de si próprio.
Poderíamos, e gostávamos, de dizer que tudo o segundo tempo mudou, mas não estaríamos a ser sinceros. Os comandados de Nicolae Dica perderam o medo, e também o respeito, e chegaram-se à frente - enquanto tiveram 'pernas'. A melhor oportunidade de golo ao longo dos 90 minutos acabou por estar nos pés de Gabriel Enache, que aos 77' apareceu isolado na cara de Patrício, após um passe com régua e esquadro de Alibec (sempre ele). Para suspiro geral, o esférico saiu ao lado do alvo, quando o banco de suplentes romeno já se preparava para festejar. Três minutos depois, nova dor de cabeça para os visitantes, já que Pintilli foi expulso por acumulação de amarelos.
Já com Bruno Fernandes e Doumbia em campo - Iuri Medeiros também subiu ao relvado já perto do fim -, os leões pareciam estar no bom caminho para desatar o nó do play-off, mas o guarda-redes Florin Nita mostrou ter 'nervos de aço', ao negar o caminho das redes da sua baliza. Como aos 90+ 1', quando deu duas 'sapatadas' na bola, negando o golo a Bas Dost.
O empate, selado pelo apito final, acaba por penalizar o Sporting, que fica assim obrigado a marcar na Roménia para carimbar o apuramento para a fase de grupos da Champions. É certo que nada está perdido, mas não é menos verdade que o Steaua terá uma palavra a dizer em Bucareste, não estivesse a eliminatória em aberto.