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Foto César Santos

Três mergulhos para a almofada da liderança

Por Jornal Sporting
09 Dez, 2017

Dois lances de bola parada e três abordagens perfeitas na finalização valem permanência no primeiro lugar

A deslocação ao Bessa, tradicionalmente difícil para o Sporting CP, não defraudou as expectativas de equilíbrio, com os leões a somarem a terceira vitória consecutiva, mantendo-se invictos na prova ao derrotarem o Boavista por 3-1, em partida referente à 14.ª jornada da Liga NOS. A principal arma foi o veneno do rival: a bola parada.

‘Se não podes vencê-los, junta-te a eles’: o mote para o esquema táctico boavisteiro, semelhante ao do leão sem derrotas no Campeonato Nacional. Os axadrezados condicionaram a saída de bola do Sporting, com Fábio Espinho e Rochinha a pressionarem alto, juntamente com os extremos. A dupla de meio-campo policiava Bruno Fernandes, desaparecido no primeiro tempo. Assim, o oitavo classificado da Liga NOS esteve confortável, recuperando até em zona subida, sempre que os leões procuravam, sem sucesso, jogar em Daniel Podence, deambulando por todo o ataque. Aos 19’, a partir de um cruzamento da esquerda, Rochinha encostou com perigo, a única tentativa de bola corrida do Boavista no primeiro parcial.

Um minuto volvido e Gelson cruzou para Bruno César, titular no lugar de Acuña. O brasileiro simulou e abriu espaço à subida do caxineiro Fábio Coentrão, a vítima preferencial da assobiadela do Bessa. 
Percebendo que o miolo estava trancado, a opção passou pelo improviso nas laterais: Piccini obrigou Vagner a rechaçar aos 35’ e, aos 43’, a defesa boavisteira afasta o golo da cabeça de Podence (diga-se com impetuosidade máxima), com Bruno César a acertar no defensor.

Podence e Gelson bem haviam tentado explorar a profundidade e, ao cair do pano do primeiro tempo, Bas Dost sinalizou Rui Patrício. Foi preciso o holandês reafirmar a vontade ao guardião, mas a bola chegou-lhe. Dost penteou, servindo Podence na direita. O avançado deambulou, tirou da frente Talocha e temporizou. ‘Estaria à espera de Dost!’, talvez pensassem os jogadores do Boavista. Só que o cruzamento foi tão inteligente quanto o drible, dirigindo-se ao segundo poste, no qual Coentrão, como hábil conhecedor das leis da física, mergulhou para o relvado, cabeceando para a vantagem ao intervalo, no segundo remate enquadrado com a baliza de Vagner. 

No segundo tempo, Jorge Jesus pediu que os extremos jogassem dentro e com mais homens na zona nevrálgica, o Sporting CP controlou a bola e lançou contra-ataques. Podence serviu Dost, que quis oferecer a Bruno Fernandes, a primeira transição desperdiçada. Acuña (por Bruno César) foi a jogo e quando Battaglia corria para a área, por troca com Podence, já Mathieu cabeceava ao poste, ressaca aproveitada por Dost, que em mergulho de pés empurrou para o segundo com 63 minutos volvidos. 

Aos 65’, Coates perdeu a bola na zona central, que continuava bem pressionada pelo Boavista, e Rochinha desenvolveu um lance de 3x2 que Mateus não negou. Se o 2-1 poderia afectar o leão, a verdade é que o rei da selva desferiria o golpe final à pantera aos 67’. A mesma receita: Mathieu ganhou nas alturas e Bas Dost, desta vez com a canela esquerda, lançou a euforia no Bessa, após livre de Bruno Fernandes. O meio-campo verde e branco tomou conta das operações; Bruno ainda perigou com um cruzamento que quase surpreendeu Vagner (76’) e os axadrezados só por Rochinha voltaram a assustar, ainda que Rui Patrício só tenha sido obrigado a intervir em cruzamentos. 
Antes de o FC Porto se deslocar a Setúbal, a liderança permanece em Alvalade, agora com 36 pontos. Segue-se o Vilaverdense na quarta-feira para a Taça de Portugal.