Minuto Coates
19 Fev, 2018
Central uruguaio marcou o golo da vitória em Tondela quando o cronómetro já assinalava 98 minutos
À ponta-de-lança. Letal. Matador. Soberbo. Quiseram as demais conjunções cósmicas do desporto rei que fosse Sebastián Coates Nión, central uruguaio de 27 anos, a decidir a 23.ª jornada do Campeonato Nacional, disputada frente ao Tondela no Estádio João Cardoso. Por isso mesmo, ordenou o tribunal do futebol que se passe a chamar 'minuto Coates' ao minuto 98 de toda e qualquer partida disputada. O triunfo por 2-1 dos pupilos de Jorge Jesus - em desvantagem numérica depois da expulsão de Jérémy Mathieu (60'), por acumulação de amarelos - foi mais com o coração do que com a cabeça, o que não invalida outros três pontos para o emblema de Alvalade (56), que se mantém assim na perseguição ao FC Porto (58) e em igualdade pontual com o Benfica.
Não é preciso acompanhar o fado dos verdes e brancos há muito tempo para saber que, em caso de 'entrada em falso' nas partidas - ou seja, todo o contrário de 'entrada esmagadora', 'entrada forte' ou 'entrada enérgica' - poderá resultar em golo do adversário. Aliás, tal como tinha acontecido no Cazaquistão, prova de que esta sina já é internacional. Nesse sentido, após um início apático dos leões, pouco agressivos no momento da perda e incapazes de ligar sectores, o Tondela colocou-se em vantagem, por intermédio de Miguel Cardoso (13'). Piccini deixou o corredor direito da defesa completamente 'destapado', sendo que o opositor não tremeu no frente-a-frente com Rui Patrício, tendo ainda beneficiado de um ressalto.
Acordaram os que vieram de Lisboa, somando oportunidades atrás de oportunidades para chegarem ao empate. Gelson testou as luvas de Cláudio Ramos (19') e Bruno Fernandes calibrou a pontaria pouco depois (22') sem consequências positivas. O lance que dá a igualdade aos visitantes merece ser descrito minuciosamente: junto ao círculo central, Dost tabelou com Bruno Fernandes, correndo depois para a área que nem um desenfreado. De primeira, o médio leonino lançou Acuña no corredor esquerdo, que num automatismo puro do seu cérebro soube para quem cruzar de forma impecável. Para Bas Dost, claro. Lá estava o holandês no interior da área para regressar aos golos (26') no regresso ao campeonato. Dois regressos felizes (saudades!).






