Golo do jovem avançado insuficiente no Dragão, tendo tido nova oportunidade (89’) para empatar. Atraso na corrida pelo título, que só termina em Maio

O Sporting CP saiu derrotado do estádio do Dragão (2-1), em jogo a contar para a 25.º jornada da Liga NOS. As contas para o título podem ter ficado mais complicadas, mas ao contrário do que se vaticinou ao longo da semana que antecedeu o clássico, não houve dominadores e dominados e cada uma das equipas ressentiu-se das alterações que teve de fazer – face aos indisponíveis –, tendo até os verdes e brancos tido um ligeiro ascendente sobre os rivais. Porquê? Simples: Sérgio Conceição pode ter pedido Marega (por lesão e já bem tarde no encontro) mas manteve Aboubakar na frente, ao passo que o técnico leonino – que já não tinha Bas Dost – ficou sem Doumbia instantes antes do intervalo, tendo apostado em Rafael Leão.

O menino de 18 anos que tem repartido o seu tempo entre os juniores de Tiago Fernandes e o plantel principal de Jorge Jesus, entrou a dois minutos do período de descanso e na primeira vez que toca na bola, surge em desmarcação entre Marcano e Daló – seu conhecido da selecção – e por baixo das pernas de Casillas, coloca de novo o marcador em igualdade. Isto porque aos 29’ já Marcano tinha aberto o activo para os dragões.

Números justos para o que se passou no primeiro tempo visto que Marega (12’) deu oportunidade a Rui Patrício de brilhar e de Doumbia ter sido derrubado por Daló (17’) dentro da área, embora o VAR João Pinheiro tenha, alguns minutos depois – até ao jogo parar –, colocado a decisão em Artur Soares Dias, que decidiu não sancionar com a respectiva grande penalidade.

Assim como o primeiro tempo terminou com o golo de Rafael Leão, o segundo começou com o de Brahimi, num lance com alguma infelicidade para Ristovski – que até, dentro do que lhe foi possível, ‘policiou’ bem o argelino –, tendo primeiro falhado o corte e de seguida escorregado em zona e hora proibida, permitindo o remate certeiro que acabou por fechar o resultado.

O Sporting CP, ainda assim, nunca se amedrontou ou atemorizou pelas contingências do jogo. Mais: foi precisamente na recta final – talvez últimos 15/20 minutos – que os leões mostraram mais as suas garras, numa atitude racional de quem definitivamente não queria deixar os três pontos no Dragão e, com cabeça, foi construindo situações para que tal não acontecesse.

Primeiro, Rúben Ribeiro (70’); depois, Mathieu de livre (74’); de seguida, uma progressão estrondosa de William Carvalho, que só falhou no último passe (75’); pelo meio, um chapéu de Marega – saiu então lesionado do lance –, que Battaglia salvou mesmo em cima da linha (79’); ficando guardado para o final a cabeçada de Coates que colocou Montero em cima de Casillas para um golo quase certo, com a bola a passar pelas costas do guarda-redes espanhol (86’); e no que seria o canto do cisne negro, com mais uma subida de Rúben Ribeiro pelo corredor esquerdo, servindo Rafael Leão na perfeição (89’), que falhou de forma incrível. Tinha tudo nos seus pés... e continua a ter. Jorge Jesus não ficou satisfeito com o resultado, mas admitiu ter ganhado um jogador. De 18 anos!