Crescer dá pontos e já não dói tanto
16 Set, 2018
Detentores da Taça da Liga estrearam-se na prova com um triunfo seguro
Em fase de crescimento, todas as vitórias valem ouro. No regresso após a paragem de selecções, o Sporting CP bateu o Marítimo na primeira jornada da Taça da Liga (3-1) e iniciou a defesa do troféu de forma convincente. Os golos de Raphinha e Bruno Fernandes (a dobrar) valeram três pontos, mas não só. Depois de um início de época com triunfos sofridos, ganhar com tranquilidade é dar um passo sólido para reforçar o novo modelo de jogo.
Com poucas mudanças na equipa e uma atitude competitiva forte desde o início, percebeu-se que os leões encararam esta partida como se fosse de campeonato. De resto, José Peseiro não fugiu muito às escolhas habituais. Bruno Gaspar mereceu a primeira oportunidade como titular, bem como Jovane, que tem tido impacto directo nos resultados da equipa. Ainda assim, foi Raphinha a afirmar-se novamente como o principal desequilibrador durante a primeira parte. Logo aos dois minutos, quase inaugurou o marcador após um cruzamento de Jefferson, naquele que foi o anúncio de uma exibição repleta de acções positivas. O Sporting CP ia tendo facilidades para encontrar espaços entre as linhas do Marítimo (Jovane e Raphinha procuraram zonas interiores com frequência), mas desperdiçava muitos lances de ataque com cruzamentos a que ninguém chegava. O Marítimo, com um posicionamento defensivo que não transmitia segurança, ganhava outra vida quando a bola chegava aos homens da frente. Barrera e Correa, nos flancos, e Danny, sobretudo, tentavam incomodar a defesa verde e branca, mas sem grande sucesso. Com Battaglia mais posicional à frente da defesa, Acuña adiantava-se no terreno e o primeiro golo resultou de uma recuperação do argentino no meio campo ofensivo - Montero, com a calma habitual, isolou Raphinha para o 1-0. Mais tarde, perto do intervalo, os papéis inverteram-se e foi o brasileiro a descobrir o colombiano nas imediações da área. Má recepção, lance desperdiçado.
Os leões entraram na segunda parte a circular a bola com lentidão, sem se aproximarem da baliza de Charles. Tudo mudou de um momento para o outro: na esquerda, Jefferson encontrou Jovane na área e o menino – mais uma vez – conquistou uma grande penalidade. Bruno Fernandes, tranquilamente, pôs o 2-0 no marcador. A turma de Cláudio Braga, que já tinha ameaçado, estendeu-se no ataque e repôs a diferença mínima logo de seguida. Danny (aos 35 anos, mantém a qualidade técnica e a visão de jogo) lançou Correa e o argentino não perdoou na cara de Salin. Foi uma fase agitada em Alvalade, já que o 3-1 não demoraria a aparecer. Bisou Montero nas assistências – tantas vezes discreto, quase sempre útil no funcionamento colectivo –, oferecendo o bis nos golos a Bruno Fernandes. Na recta final do encontro, José Peseiro quis acrescentar capacidade de pressão na zona central, lançando Wendel (para o lugar de Bruno Fernandes, que descaiu para a esquerda) e Gudelj. Em poucos minutos de leão ao peito, o último reforço verde e branco apresentou-se como um médio criterioso e com facilidade em desdobrar-se para o ataque – de resto, Montero podia ter marcado a passe do sérvio, mas atirou por cima da baliza de Charles. Com o passar do tempo, o Marítimo deixou de atacar e quem esteve perto do golo foi o Sporting CP, nomeadamente por Bruno Fernandes. Já em tempo de compensação, Lucas Áfrico entrou violentamente sobre Wendel e recebeu ordem de expulsão imediata. Um lance evitável, quando todos se preparavam para o final. Se havia dúvidas de que um dos objectivos da época do Sporting CP era defender o título na Taça da Liga, a noite de Alvalade matou-as por completo.