"O futebol português devia estar triste"
18 Out, 2020
Frederico Varandas depois do empate com o FC Porto
No final do empate (2-2) com o FC Porto, Frederico Varandas criticou fortemente a arbitragem liderada por Luís Godinho, lembrando os erros clamorosos no vermelho directo não mostrado a Zaidu e no penálti - e consequentemente expulsão de Zaidu - por falta sobre Pedro Gonçalves no final da primeira parte.
"Hoje, o Sporting CP está triste porque perdeu dois pontos e acho que o futebol português também deve estar triste porque teima em não mudar. Já vi o lance [do penálti não assinalado por falta sobre Pedro Gonçalves] várias vezes. Este lance nunca seria revertido no Estádio do Dragão ou no Estádio da Luz. O árbitro vê um empurrão nas costas, assinala penálti e depois o VAR começa a analisar se há intensidade suficiente, se é dentro ou fora. O árbitro assinalou penálti. O VAR deve intervir num lance com um erro clamoroso. É subjectivo? É. Para mim, é penálti? É. O jogador está no ar, leva um encosto. Se é pouco ou grande, não sei. É o suficiente, é penálti. Foi marcado, em Alvalade é revertido. Em Tondela, o Doumbia foi pisado, o árbitro, e bem, mostrou cartão directo e o VAR reverteu para amarelo. Em Moreira de Cónegos, um penálti claríssimo que também não foi marcado. São estas coisas que acontecem no futebol português, mas sobretudo ao Sporting CP. Já nem falo da expulsão inerente da falta da grande penalidade. O Zaidu tem de ir para a rua com um pisão que é vermelho directo. É por isto que o futebol português devia estar triste. Portugal tem tudo para ser um país fantástico. Mas infelizmente, para triunfar e vencer só por mérito e trabalho é muito difícil. No futebol, ainda mais. Não interessa se a pessoa foi apanhada em escutas ou se há processos judiciais. Interessa se tem poder, se ganhou ou se venceu. E aí, todos prestam vassalagem. O Sporting CP dá todo o apoio ao presidente da arbitragem, mas já disse que se os soldados não prestam, encostam-se. Muitas vezes, há um denominador comum. O Sporting CP tem valores de que não abdica. Não vamos fazer o que se fazia nem jogar sujo. Se tivermos de gritar alto, gritamos bem alto. Queremos acreditar, vamos continuar e é com estes valores que vamos vencer. Custe o que custar, vamos vencer", disse o presidente Leonino aos jornalistas no Auditório Artur Agostinho.