​Reacção do técnico Leonino ao triunfo diante do CD Santa Clara

No rescaldo do triunfo sobre o CD Santa Clara (3-0), em jogo da 26.ª jornada da Liga Portugal, o treinador Leonino Rúben Amorim mostrou-se satisfeito com as indicações deixadas pela sua equipa no arranque da partida, mas fez alguns apontamentos relativamente à forma como os Leões baixaram o nível de intensidade na segunda parte, quando já venciam por três golos.

“O que mais gostei foi da forma completa como entrámos em campo. Apresentámos uma boa dinâmica ofensiva e também uma reacção muito forte à perda da bola, não deixámos o CD Santa Clara criar oportunidades nem ligar com os homens da frente. Fomos fortes nos duelos e estivemos muitas vezes três contra três lá atrás”, começou por afirmar na conferência pós-jogo.

“O que menos gostei foi de termos desligado um pouco a intensidade e o facto de o CD Santa Clara ter feito muitos remates à baliza, o que não é normal na nossa equipa. Alguns deles não levaram perigo, mas outros, como a bola no poste, podiam ter dado golo”, disse, acrescentando. “Os jogadores têm de aprender a desfrutar mais dos momentos bons, quando estamos a ganhar de forma folgada e confortáveis no jogo. Temos de ser melhores nos momentos mais fáceis”.

O técnico abordou depois o caso de Luís Neto, que entrou na segunda parte e somou minutos pela primeira vez em quase sete meses, após ter estado a recuperar de uma lesão prolongada.

“Os jogadores não têm só importância pelo que fazem em campo, mas também fora dele, e o Neto é um exemplo disso. Mesmo com a idade que tem, cresceu muito na qualidade de jogo e foi sempre um exemplo no balneário durante a paragem, pela forma como recuperou de um problema muito grave e cresceu nos níveis físicos e na velocidade máxima. Tem muitos anos de carreira, ganhou muita coisas e está confortável na vida, mas ainda tem fome de ser importante na equipa. Isso é um factor muito importante, principalmente numa equipa com muitos jovens”.  

Rúben Amorim foi depois questionado sobre Arthur Gomes, que foi titular na ala direita, considerando que o brasileiro “correspondeu muito bem”. “Ofensivamente, é fácil para ele porque tem um bom timing de entrada. Talvez seja dos melhores da nossa equipa a atacar as costas da defesa. Ainda assim, na segunda parte tivemos algumas dificuldades na construção devido à forma como nos pressionaram mais alto, pois ele não baixava tão rápido como é habitual. Há coisas boas e más, mas cortou duas transições e fez um jogo muito completo”.

Quanto a Afonso Moreira, extremo de 18 anos que esteve no banco de suplentes mas acabou por não realizar a estreia, o técnico considerou tratar-se de um jovem “com muito talento”.

“Contamos muito com o Afonso Moreira, tem umas características muito boas. Ele pode vir a fazer aquilo que o Nuno Santos faz, não só pela capacidade física que tem e pela velocidade.  Tem de começar a sentir o que é a equipa principal. Hoje não entrou porque não foi preciso, se precisássemos de um substituto para o Arthur ele poderia fazer aquela posição ou entrar para a frente. Acredito muito no Afonso Moreira, joga com os dois pés e tem muita qualidade”, frisou.

A fechar, Rúben Amorim comentou a rotatividade que tem vindo a impor na equipa, seja nos onze iniciais ou no decorrer dos jogos. “Não interessa quem joga, as ideias e os posicionamentos estão lá. A rotatividade é um pouco o futuro de tudo. Todos têm de sentir-se importantes e nesta equipa, com tantos jovens, ou todos sentem que são importantes ou depois acabam por ir abaixo. Mas a equipa vai crescendo neste aspecto, a fome de bola por vezes faz milagres”.