Derrota no dérbi (0-1) não espelha a boa exibição dos orientados de José Lima

A formação é um lugar especial no mundo do futebol. Desde logo, por ter a seguinte característica: não vence a equipa que marca mais. No primeira dérbi da história da Liga Revelação, o Benfica derrotou o Sporting CP por 1-0, com um golo de Daniel dos Anjos no início da etapa complementar (48’) contra a corrente do jogo – caiu-lhes, ‘literalmente’, do céu. Contudo, foi o futebol dos orientados de José Lima que triunfou. Se o campeonato de sub-23 surgiu com o pressuposto de oferecer o espaço ideal para os jovens jogadores potenciarem o seu talento, este é o tal lugar especial, no mundo do futebol, onde se deverá colocar de lado os resultadistas e valorizar a exibição das equipas.

O Estádio Aurélio Pereira apresentou uma óptima casa na tarde de terça-feira e os miúdos da casa entraram no encontro a mostrar vontade de privilegiarem a posse, com boas associações nas laterais – incidência no lado esquerdo, através de Pedro Empis e Marco Túlio – e um Paulinho a meio-campo capaz de criar desequilíbrios no corredor central. A aposta leonina no ataque posicional potenciou várias chegadas perigosas à grande área contrária, enquanto o adversário tentava fazer mossa no contra-ataque e nos lances de bola parada (neste último, Gonçalo Rodrigues mostrou-se especialista). Até ao intervalo não houve nenhuma oportunidade clara de golo, mas Elves Baldé foi um ‘quebra-cabeças’ que a defesa encarnada nunca soube decifrar (faltou sorte às intenções do jovem de 18 anos).

A segunda parte começou com um bruaá nas bancadas – José Peseiro, Bruno Fernandes e Luís Maximiano também participaram -, porque foi por pouco que Paulinho não fez o primeiro dos verdes e brancos, tendo rematado, em excelente posição, à figura de Célton Biai. O trabalho da recepção/visão de jogo/qualidade de passe havia sido de Pedro Marques. Numa altura em que o Sporting estava com claro ascendente na partida, um mau alívio defensivo deixou o esférico nos pés de Daniel dos Anjos, imperturbável na hora do remate diagonal à entrada da área (48’). Logo a seguir, Daniel Bragança ‘tirou o pão da boca’ a Edi Semedo, na sequência de um livre cobrado por Gonçalo Rodrigues, sendo que o mesmo Daniel Bragança teve o empate na ponta da bota esquerda por duas vezes. Falhou a pontaria da finalização após boa combinação com Paulinho e, à segunda, perdeu o timing do remate em situação idêntica. Ao cair do pano, só uma enorme dose de felicidade e uma monumental defesa do guarda-redes da águias a responder ao livre cobrado por Dimitar Mitrovski salvaram o Benfica do (pelo menos) empate.

Contas feitas, mais três pontos para as águias na tabela classificativa, outros três para os leões na tabela futebolística.