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Foto Sérgio Martins

Leões e Leoas partem para Paris com ambição

Por Sporting CP
15 Jul, 2024

Media day dos atletas Olímpicos no Estádio José Alvalade

O Hall VIP do Estádio José Alvalade recebeu, esta segunda-feira, um media day com alguns dos atletas do Sporting Clube de Portugal que vão estar nos Jogos Olímpicos de Paris, que têm início no próximo dia 26 de Julho.

Lorène Bazolo, Tiago Pereira, Cátia Azevedo, Jéssica Inchude, Emmanuel Eseme, João Coelho e Liliana Cá, do atletismo, e Jorge Fonseca e João Fernando, do judo, estiveram presentes e responderam às perguntas dos vários órgãos de comunicação social presentes, tendo demonstrado grande vontade de chegar à capital francesa e conseguir bons resultados.

Para Lorène Bazolo, que vai competir nos 100 e 200 metros na sua quarta participação Olímpica - terceira ao serviço de Portugal -, chegar à mais importante prova desportiva do Mundo "é sempre uma felicidade e um sentimento de dever cumprido após quatro anos de trabalho, sacrifício e dedicação enormes". "Sinto-me pronta. Cada um de nós trabalha muito e queremos ir longe. Se não conseguirmos, temos de lutar até o conseguir. Tenho bons indicadores, estou mais perto do meu recorde pessoal, mas não me quero entusiasmar muito. Quero estar mentalmente e fisicamente bem e dar o meu melhor. Estou orgulhosa pela minha quarta participação Olímpica", disse aos jornalistas.

Para Tiago Pereira, do triplo salto, a segunda participação Olímpica tem tudo para ser mais especial do que anterior, até porque conquistou a primeira grande medalha da carreira este ano (bronze nos Mundiais em pista coberta).

"Quero estar no meu melhor, mostrar a minha melhor versão e superar o meu recorde pessoal. Esperamos muito tempo por este momento e temos de o fazer valer a pena. Desde Tóquio, a minha vida mudou muito. Mudei de país e de treinador, fui pai, estou muito mais experiente e maduro. Acredito que estou muito mais preparado. Em Tóquio estive na minha primeira grande competição internacional, mas agora já tenho finais de Mundiais e Europeus", lembrou.

Para Cátia Azevedo, Paris vai significar a terceira participação nosa 400 metros dos Jogos Olímpicos na carreira e as metas estão definidas: "Quero repetir e minha semi-final Olímpica, bater o recorde nacional e, a pensar em grande, chegar a uma final Olímpico. Temos os objectivos bem pensados. Sei que o desafio é grande, mas sem ambição não conseguimos sonhar. A preparação correu bem, mas não tão bem como desejava. Houve uma lesão pelo meio que colocou a minha competitividade em causa, mas está tudo a ficar alinhado. O que interessa é darmos passos em frente".

Jéssica Inchude vai estar nuns Jogos Olímpicos pela segunda vez, depois de ter ido à edição de 2016, no Rio de Janeiro, ainda muito jovem. Agora, a lançadora do peso considera que vai ser bem mais saboroso.

"Acho que estou na minha melhor fase de sempre, mesmo tendo tido algumas lesões durante a época e de ainda continuar com alguns toques. Acho que consigo bater o meu recorde pessoal, basta estar bem mentalmente porque fisicamente estou bem. Posso fazer alguma surpresa, como passar à final ou passar os 19 metros. Desta vez vai ser mais especial porque da outra vez foi ao serviço da Guiné-Bissau, que era um país convidado, e eu nem tinha mínimos. Agora vou por mérito próprio, com mínimos e marcas ao nível das outras atletas de topo", considerou.

O camaronês Emmanuel Eseme vai correr os 100 metros nos seus segundos Jogos Olímpicos, tendo prometido lutar por uma boa marca e, claro, repetir a imagem de marca de Viktor Gyökeres: "O público vai ser fantástico, tenho a certeza disso. Tenho muita pressão por parte do meu país e dos adeptos, mas as expectativas são as mesmas: dar o melhor de mim. O Sporting CP tem tido um papel muito importante para eu conseguir atingir os meus objectivos, seja através do Rui [Norte], meu treinador, da equipa médica, dos nutricionistas, tudo. Se vou fazer o festejo do Viktor Gyökeres? Claro. Para mim, a máscara significa um factor de mudança. Ninguém esperava que um atleta como eu, dos Camarões, estivesse aqui hoje. Estou aqui para mudar a história".

João Coelho, recordista português dos 400 metros, quer-se estrear em Jogos Olímpicos "na melhor forma".

"Tenho estado a subir de forma para estar no melhor de sempre nestes Jogos Olímpicos. Quero que seja o meu dia de bater o recorde nacional e, com essa marca, ir o mais longe possível. O nível é muito alto, mas eu também estou bem. Tudo é possível. Abdiquei de muitas provas boas porque este é o ano dos Jogos e isso é o que importa. Podem ser os meus últimos Jogos, nunca se sabe. Foram quatro anos de preparação para uma prova contra os melhores do planeta. Estou muito contente por estar presente e há que continuar a trabalhar", admitiu.

Liliana Cá, do lançamento do disco, foi quinta classificada em Tóquio, nos primeiros Jogos Olímpicos da carreira, e revelou que, em Paris, "uma participação boa seria ir à final, ficar entre as oito melhores e lutar pela medalha": "Uma boa marca com recorde pessoal seria óptimo. O futebol tem muitas surpresas, mas o atletismo tem muito mais. É muito difícil fazer previsões, depende da forma como os atletas estão a nível psicológico e físico. A temperatura também tem influência. A preparação teve altos e baixos, mas estou mais focada nos momentos altos".

No judo, na categoria de -100kg, Jorge Fonseca chega a estes Jogos Olímpicos depois de ter participado em 2016 e conquistado a medalha de bronze em 2021. Em 2024, mesmo depois de algumas lesões, não falta ambição.

"Estou a trabalhar para o meu objectivo e espero fazer o meu melhor. Estou bem preparado. Tive muitas lesões em 2023 e, apesar de estar recuperado, não estou ao mesmo nível que estava em Tóquio. Mesmo assim, vou dar o meu melhor. Os resultados têm falado por si. Ganhei algumas provas, perdi outras, faz parte do jogo. Tenho-me tornado um atleta melhor, até porque antes não sabia o que era ter lesões. Superei esta fase e comecei a cuidar mais de mim. Representar o meu país nos Jogos Olímpicos é o melhor que existe no mundo. Quero dar alegria aos portugueses. Já conquistei uma medalha Olímpica, mas ainda quero ser Campeão Olímpico", garantiu.

Ao contrário do colega de equipa, João Fernando (-81kg) vai para a primeira participação Olímpica. No entanto, esse facto não afecta a vontade de subir ao pódio: "Sinto-me bem e confiante. Treinei muito e agora é limar arestas. Acho que vou estar no meu pico de forma na competição. Vai ser uma prova com os melhores do planeta, mas acredito que posso lutar por uma medalha. Esse é o meu grande objectivo. Se isso acontecer acredito que seja uma surpresa para muita gente. O Jorge Fonseca vai-me dando alguns conselhos, aprendo com ele. Sempre olhei para ele como um grande exemplo e faz diferença trabalhar com ele todos os dias no Sporting CP".

Quem também esteve presente foi Francis Obikwelu, lenda do atletismo português e vice-campeão Olímpico dos 100 metros em 2004, em Atenas. O antigo velocista, nome grande da história Leonina, não tem dúvidas de que "o Sporting CP tem sempre grandes atletas nos Jogos Olímpicos" e confia em "bons resultados". "O importante é relaxar e não ficar a pensar na prova. É ir para Paris como quando vão treinar. Quando era comigo, eu sabia que estava em grande forma e fazia a minha vida normalmente. Quando pensamos muito, chegam o stress e os nervos. Depois, o corpo bloqueia. Eu passeava, dormia a sesta, recuperava. Esse é o meu conselho", proferiu.

Naide Gomes, outra lenda da modalidade, sendo ainda a recordista nacional do salto em comprimento, do salto em altura, do pentatlo e do heptatlo e Olímpica em três ocasiões diferentes, concorda: "Somos um país pequeno, mas temos óptimos atletas. Nem todos vão conseguir medalhas, mas temos grandes probabilidades em algumas disciplinas. Os Jogos são os Jogos, todos lá querem estar, mas é preciso enfrentar a competição como se fosse qualquer outra prova. Com concentração, mas também com tranquilidade. Há o nervosismo normal, mas o melhor é ir como se fosse uma competição normal".

Por fim, José Carlos Reis, director técnico e operacional das modalidades do Sporting CP, lançou os Jogos Olímpicos de Paris.

"As expectativas são óptimas, até porque eles têm vindo a melhorar as suas marcas e penso que vamos ter bons resultados. Estamos bem representados, uma vez mais. O Sporting CP aposta em todas as modalidades e os Jogos Olímpicos são uma competição de referência em que temos de estar sempre presentes ao mais alto nível. Sinceramente, espero medalhas. Temos atletas com qualidade para isso", concluiu.