Desaire no Clássico elimina Leões dos play-offs (80-95)

Já sem margem de erro na meia-final dos play-offs do Campeonato Nacional, a equipa principal de basquetebol não conseguiu bater o FC Porto para continuar na luta e caiu, esta quinta-feira, por 80-95, sendo eliminada no terceiro jogo da série.

Num Pavilhão João Rocha muito bem composto, não faltou apoio aos Leões, mas o Clássico desequilibrou-se no final do segundo período (38-46) e a turma de Alvalade – muito desgastada – não conseguiria fazer a recuperação. Com 25 pontos e quatro assistências, Shakir Smith foi o jogador Leonino em destaque. Depois de uma época longa, com três troféus conquistados e uma prestação histórica na FIBA Europe Cup, o Sporting CP pagou o preço do sucesso, acumulando desgaste físico e várias baixas com impacto nesta recta final da época.

Para iniciar a partida, o treinador Luís Magalhães apostou em Travante Williams, Justin Tuoyo, Mike Fofana, Diogo Ventura e João Fernandes - Tanner Omlid, Micah Downs e Miguel Maria Cardoso fora das opções. Mais eficaz nos lançamentos, o FC Porto começou por cima, mas dois triplos consecutivos de Ventura ensaiaram rapidamente a reacção verde e branca (8-14).

O Clássico aqueceu dentro e fora de campo - com as bancadas cada vez mais ruidosas – e a agressividade defensiva dos Leões começou a surtir efeito, equilibrando o marcador. No ataque, à boleia de Ventura e, depois, de Travante e Shakir Smith, a turma de Alvalade recuperou e chegaria então ao 20-20 em cima do fim dos primeiros dez minutos.

No reatamento, os dragões até abriram com um parcial de 0-6, mas a energia e acerto de Smith – oito pontos marcados nesta fase – catapultaram o Sporting CP para a liderança, logo reforçada por Joshua Patton em zona interior (30-26). O equilíbrio, no entanto, manteve-se e os dois emblemas seguiram próximos no resultado: os Leões melhores por dentro no ataque, enquanto os dragões apostaram com sucesso nos lançamentos exteriores (36-38).

Contudo, na recta final do segundo quarto, a formação azul e branca – superior nos ressaltos (12-22) – aproveitou também vários lances livres e saiu para o intervalo a vencer por 38-46. Com 13 pontos, Shakir Smith era o Leão mais concretizador no Clássico, já do lado adversário Charlon Kloof mostrava-se como a principal ameaça individual (16 pontos, seis ressaltos e cinco assistências).

Com a turma de Alvalade a correr atrás do prejuízo, um triplo de João Fernandes ajudou de imediato a recortar distâncias, mas faltou a seguir a mesma eficácia ofensiva e o FC Porto aproveitou isso para cimentar a liderança (41-56). Esse acerto não tardou em aparecer, seguindo-se um parcial de 7-0 - cinco deles de Ventura (48-56) – após um desconto de tempo (48-56) e Shakir Smith, já em cima da buzina, fez o 53-62, acalentando a esperança Sportinguistas nas bancadas - para trás ficou um quarto com poucos pontos de parte a parte (15-16).

Eram dez minutos de tudo ou nada para o Sporting CP e Smith continuou a revitalizar o ataque verde e branco com mais um triplo, mas os dragões não desarmavam (60-68). Quando os Leões se reaproximavam, o FC Porto ia respondendo na mesma moeda e impedia qualquer resposta (70-79). Mesmo sem Ventura, que atingiu o limite de faltas, o conjunto de Luís Magalhães nunca deixou de lutar - apesar do notório desgaste físico - e um triplo de Travante faria o 78-86 a cerca de um minuto do fim. No entanto, o desfecho do Clássico e, consequentemente, da meia-final já seriam irreversíveis nesta fase, com a turma de Alvalade a ficar pelo caminho nos play-offs do campeonato.

No fim, não faltaram os aplausos e o apoio à equipa verde e branca, que encerrou a época com três troféus conquistados: a Supertaça, Taça Hugo dos Santos e a Taça de Portugal.

Sporting CP: Travante Williams (10), Shakir Smith (25), Justin Tuoyo (17), Mike Fofana, Diogo Ventura [C] (8), António Monteiro (10), João Fernandes, Daniel Relvão, Afonso Guedes, Diogo Araújo (2), Joshua Patton (7) e Daniel Machado.