David de la Fuente, o guerreiro que brilhou no Tour
29 Jan, 2016
Reportagem no Jornal Sporting com o reforço da equipa do Sporting CP/Tavira
Tudo começou no Natal de 1988: os pais vestiram David de la Fuente e o irmão de Reis Magos, ofereceram uma bicicleta a cada e a história prossegue até hoje, apesar de ter passado oito anos ainda no atletismo. Tímido na primeira abordagem mas destemido no discurso, ainda hoje se denota nas palavras do espanhol que representou na última temporada a Efapel uma mensagem que viu num pacote de açúcar e decidiu partilhar na sua conta pessoal do Twitter: “Se o plano não funciona, muda o plano mas não mudes o teu objectivo”. “Considero-me sobretudo um corredor de equipa, que dá mais de 100% em todas as provas. Sou guerreiro nas fugas e sempre à procura da vitória quando é esse o objectivo do conjunto”, comenta o vencedor do prémio da combatividade no Tour de 2006, quando chegou mesmo a liderar a classificação de montanha e a ter sobre si todos os focos mediáticos normais da prova mais consagrada do calendário velocipédico mundial.
“Creio que a entrada de uma equipa como o Sporting CP/Tavira no ciclismo é muito importante porque quero que a modalidade cresça e este projecto vai ter grande repercussão. Vai captar muita gente para o desporto, algo muito positivo para o ciclismo. É um Clube com grande significado e estar com a equipa mais antiga do Mundo é uma mistura que... Nem sei... ‘Muy’ bonita, se tudo continuar pelo bom caminho podemos chegar muito longe”, salienta o corredor de 34 anos que conta ainda, entre muitos marcos no currículo, com triunfos no GP Miguel Indurain, na Volta à Alemanha ou um terceiro lugar numa etapa do Tour, antes de abordar mais em específico o plantel para a nova temporada: “Esta equipa mistura juventude com experiência. Temos três ou quatro atletas com experiência de correr em equipas grandes até do Pro Tour e podemos ensinar e encaminhar um pouco os mais novos, que têm valor para chegar lá acima. Se conseguirmos também esse objectivo além das metas desportivas, melhor ainda. Quando comecei a negociar sempre me chamou muito a atenção porque é uma das maiores equipas de Portugal com a equipa mais antiga. Era muito apetitoso, apelativo. Tudo o que possa ajudar, encantado!”.
“Precisamos de ter um bom início, para a união e para nos conhecermos melhor. Vamos correr forte, todos juntos, e ver como vai ser o ano. Qualquer equipa tem o objectivo da Volta a Portugal e dia a dia vamos a deixar a pele por todas as provas. Terá de haver um pouco de variação nas preparações, uns a começarem mais fortes e outros um pouco mais suave, para na Volta a Portugal estarmos todos bem para ajudar a equipa”, conclui.