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O oitavo jogador

Por Pedro Almeida Cabral
05 Dez, 2019

Num pavilhão bem cheio, o apoio foi constante e veio de todas as bancadas. É isto que as equipas do SCP precisam

Monsieur Thierry Anti convocou o oitavo jogador para o encontro com os suecos do IK Sävehof no passado sábado, o último jogo do grupo de qualificação da Champions de andebol. O oitavo jogador não falhou, enchendo o Pavilhão João Rocha com mais de 2500 Sócios e adeptos. O resultado destes oito jogadores foi uma vitória clara, por 27-20. Segue-se agora o play off de acesso aos oitavos-de-final da Champions, defrontando, tal como no ano passado, os romenos do CS Dinamo Bucareste.

Para o Sporting CP só a vitória interessava. Podia ser por um golo ou por sete, como acabou por ser. Embora nem sempre tenha havido andebol superlativo, a nossa equipa jogou ao nível da maior competição europeia de clubes, anulando por completo as pouco articuladas soluções do ataque adversário. Na baliza Čudić esteve irrepreensível. Destaca-se a eficácia do nosso guardião na primeira parte, com 41% de percentagem de defesas, incluindo algumas que cirurgicamente quebraram o ritmo sueco, aos 1-0 e aos 5-3. A verdade é que, de ano para ano, o esloveno vem subindo de rendimento e esta quarta época de verde e branco tem tudo para ser a melhor de Čudić em Alvalade. Em andebol não há um grande guarda-redes sem uma grande linha defensiva. Anti demonstrou que estudou bem a lição, montando uma defesa agressiva, que não jogou expectante, cobrindo toda a linha, evitando sempre os ataques pelos pontas e aproveitando o facto de os dois laterais direitos da equipa sueca estarem lesionados, o que, certamente, levou à quebra de rotinas.

Se na defesa tudo esteve controlado, no ataque os golos fluíram com naturalidade. Frade, Valdés, Ghionea e Frankis asseguraram juntos 20 golos. E sempre com percentagens elevadas de golos marcados face aos remates. Ghionea e Frankis atingiram mesmo 100%, tendo o cubano sido bem-sucedido nas três tentativas dos nove metros, o que não é habitual a este nível, ficando na memória o potente remate para o 12-8. Tempo ainda para falar do nosso Francisco Tavares, em boa hora regressado do empréstimo da época passada à equipa com o mesmo nome, que marcou um prometedor golo de belo efeito ao cair do pano, fazendo o 26-19.

Por fim, o oitavo jogador não foi o menos importante. Num pavilhão bem cheio, o apoio foi constante e veio de todas as bancadas. É isto que as equipas do Sporting Clube de Portugal precisam. É isto que merecem. E é isto que leva a vitórias. Agora, é só repetir em Fevereiro, quando recebermos os romenos do CS Dinamo Bucareste.