O Fábio, um amanhã de esperança
20 Ago, 2020
Este menino será apenas um dos muitos que nunca nos viram ganhar um campeonato nacional de futebol, mas que são incondicionalmente Sportinguistas
Sou, comum dos mortais, alguém que amando incondicionalmente o Sporting Clube de Portugal, tem momentos nos quais não consegue reagir sem tristeza aos hiatos de tempo em que não conseguimos conquistar títulos na modalidade que mais peso tem no nosso Clube, que é obviamente o futebol.
Passei os 50 anos, e apesar de ter apenas ideia de ter ganho cinco campeonatos na minha existência, sendo até em 1974 ainda muito criança, alguém que nunca se demoveu, que nunca desistiu, que acima de tudo consegue viver o Sporting CP acima das vitórias do futebol, que apesar de estarem muito aquém das que gostaria de ter, procura ter sempre uma inabalável esperança a cada começo de época.
E este ano, ou no começo da nova época, como preferirem, e naquele que é o maior período sem conquistar um campeonato nacional na nossa história, estranhamente fui marcado por um episódio que achei diferente, e que a mim, apesar de homem de poucas crenças, me deu um alento, e como se diz na gíria, uma grande fezada.
Numa esplanada na cidade do Porto, onde bebia um café, estava sentado um senhor numa mesa ao lado, quando de repente apareceu uma criança equipada ‘à Sporting’, que aos gritos disse ao avô, vinda de jogar à bola, que tinha marcado muitos golos que dedicou ao Šporar, ao Wendel, ao Coates e ao Matheus Nunes.
Aquele menino era o Fábio, a quem me apresentei, mostrando-lhe o meu cartão de Sócio que lhe fez brilhar os olhos. Estabeleci ali desde logo uma animada e Leonina conversa com ele, dizendo-lhe que também eu vivia assim como ele o Sporting CP desde menino. Ele, nascido na cidade do Porto, e com pais portistas e o avô, um ‘velho Leão’, a quem ele seguiu as pisadas, mostrou um fervor pelo Clube, que os tenros oito anos de idade não o demovem de não ter visto ainda o Sporting CP ganhar um campeonato. Este é dos que deveria dar lições a muitos adultos na arte de amar o Clube.
Este menino, o Fábio, será apenas um dos muitos meninos que nunca nos viram ganhar um campeonato nacional de futebol, mas que de Norte a Sul, bem como nas ilhas e ainda espalhados pelo mundo, são incondicionalmente Sportinguistas.
Dirão os que não sabem o que é vivenciar o Sporting CP, que estranho é este fenómeno de sermos menos ganhadores e ainda arrastarmos tantos jovens. Pois é, mesmo tendo perdido algumas gerações de jovens, porque quem ganha capta mais, uma certeza tenho. Enquanto houverem “Fábios”, o Sporting Clube de Portugal não morrerá.
Aos profissionais do Sporting Clube de Portugal, que iniciaram agora a época 2020/2021, um humilde pedido. Façam o Fábio feliz. Porque com ele feliz, todo o universo Leonino o ficará.
Lutem por cada bola como se fosse a última. Queremos ter amanhãs de esperança. Isso está nos vossos pés!