Época nova, vida nova
03 Set, 2020
(...) Como sempre, derrotas moem, empates preocupam e vitórias animam. Mesmo a feijões, o Sporting Clube de Portugal só pode jogar para ganhar
No futebol, o ano não muda em Dezembro. Cada vez que acaba uma época, algures em Maio, é que começa um novo ano. Discutem-se reforços, contratações, dispensas, preparações, estágios, estratégias e tácticas. Os jogos de pré-época, não sendo determinantes, são seguidos atentamente. E já se sabe que, mesmo que não contem para o ‘totobola’, são indício válido de como jogará a equipa e do seu espírito competitivo. Como sempre, derrotas moem, empates preocupam e vitórias animam. Mesmo a feijões, o Sporting Clube de Portugal só pode jogar para ganhar.
Neste ano atípico, quando o campeonato já devia ter começado, ainda estamos na pré-época. Até agora, nos dois jogos que foram mais que um treino, duas vitórias seguidas contra o Portimonense SC e a Belenenses SAD.
Contra o Portimonense SC valeu o triunfo, numa reviravolta com algumas rotinas a sobressaírem. Foi notória a falta de destreza no ataque, com a construção do perigo a esfumar-se antes de chegarmos à grande área adversária. Destaque para a lateral-esquerda, com Nuno Mendes a revelar qualidade em todo o corredor, prometendo muito, combinando bem com Pedro Gonçalves, que esteve mais à esquerda, mas que até tem apetência natural pelo centro do terreno. Tiago Tomás carimbou a vitória não desperdiçando o primeiro remate que fez no jogo, como convém a com um ponta-de-lança moderno.
Mais revelador foi o embate com a Belenenses SAD, com vitória por 3-1. Houve Nuno Mendes e Pedro Gonçalves no nível superlativo do jogo anterior. Adán mostrou boa leitura de jogo e Šporar não desperdiçou o terceiro golo. Também o jovem Gonçalo Inácio deslumbrou com os seus passes longos e Daniel Bragança confirmou o seu apurado posicionamento, que lhe permite fazer boas recuperações. Merece todo o destaque Tiago Tomás, com uma assistência e um golo. Apesar da tenra idade, parece mostrar frieza suficiente para marcar abundantemente. Quanto ao colectivo, é certo que o adversário era acessível, mas também se diga que houve mais acutilância ofensiva, com um melhor jogo sem bola, sendo evidente o dedo de Amorim no jogo subido e no ataque móvel de Jovane Cabral e Tiago Tomás.
Faltará ainda compor o plantel com mais um central, essencial para o esquema táctico de Amorim, e um extremo, para dar mais profundidade ao ataque. Veremos o que sucede e como correm os próximos jogos de preparação. Até agora, a época nova parece mesmo trazer uma vida nova que promete.