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Ganhar à Sporting CP

Por Pedro Almeida Cabral
26 Nov, 2020

(...) a cedência da nossa receita televisiva ao SG Sacavenense é uma atitude que deve encher de orgulho Sócios e adeptos e que faz parte desta vitória à Sporting CP

Há muitas maneiras de ganhar. Podemos ganhar bem a jogar mal. Ou ganhar mal a jogar bem. Toque de bola, fintas estonteantes e assistências primorosas não garantem golos. E, por vezes, ressaltos desencontrados, desmarcações por acaso e sobras inesperadas conduzem à vitória. Ganhar é sempre ganhar. Nem que seja por meio golo a zero. Porém, há uma forma de ganhar melhor que todas as outras. Porque envolve jogar espectacularmente, respeito pelo adversário, compromisso competitivo em todo o tempo de jogo e mãos cheias de golos. Foi o que sucedeu no jogo da Taça com o SG Sacavenense, com vitória à Sporting CP por 7-1.

A Taça é uma competição especial. Há um reencontro com o futebol de outros tempos, em que o desporto se vestia com um equipamento mais amador e era assente nas colectividades. O SG Sacavenense, para quem viva na Grande Lisboa, dispensa apresentações. Fundado em 1910, com futebol desde 1911, sempre foi uma escola de iniciação na zona norte da capital. Não é por acaso que um dos nossos jogadores preponderantes nesta época, João Palhinha, fez parte da sua formação no SG Sacavenense. Ou que o Sporting CP sempre teve ligações estreitas com o clube de Sacavém.

O Sporting CP entrou no jogo para ganhar. Mas mais do que isso. Entrou no jogo para respeitar o adversário. Sem presunções, nem sobrancerias, colocando uma equipa, onde muitos jogadores trabalham durante o dia, ao nível da equipa profissional do Sporting CP. Esta era a melhor homenagem que o Sporting CP podia fazer ao centenário SG Sacavenense. E não ficou por aí. Consciente que não há verdadeiro futebol sem entreajuda, solidariedade e clubes formadores, a cedência da nossa receita televisiva ao SG Sacavenense é uma atitude que deve encher de orgulho Sócios e adeptos e que faz parte desta vitória à Sporting CP.  

Dos sete golos, fica o veloz Nuno Santos, um jogador que cada vez mais se revela uma aquisição acertadíssima, com um golo e duas assistências, Coates, nas alturas, a marcar dois oportunos golos, e Pedro Marques, a mostrar que o seu faro pelo golo – marcou dois golos em 18 minutos e por pouco não fez o hat trick – ainda poderá fazer muito estrago esta época. Maravilhoso Sporting CP, a ganhar à Sporting CP no Jamor, onde mora a final da Taça onde queremos estar.