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Medalhas de hoje e de sempre

Por Miguel Braga*
18 Fev, 2021

O professor Moniz Pereira costumava dizer que “a sorte dá muito trabalho”. (…) Um exemplo hoje e será, com certeza, um exemplo sempre no amanhã

Na semana após o centenário do nascimento do professor Mário Moniz Pereira, o atletismo do Sporting Clube de Portugal fez uma justa homenagem ao Homem cuja memória perdura por cada medalha conquistada pela modalidade. Foi este fim-de-semana, nos Campeonatos de Portugal de Atletismo em pista coberta de 2021, que Leões e Leoas deram uma demonstração de força e talento no Altice Fórum, em Braga.

Comecemos pelas medalhas de ouro, onde Auriel Dogmo (lançamento do peso), Anabela Neto (salto em altura), Carlos Nascimento (60 metros), Lorène Bazolo (60 metros), Evelise Veiga (salto em comprimento), Cátia Azevedo (400 metros), Marta Onofre (salto com vara) e Patrícia Mamona (triplo salto), atingiram a glória na respectiva competição. Conquistámos ainda mais oito medalhas de prata e oito de bronze, com direito a vários recordes pessoais e um nacional – no lançamento do peso, Auriol Dongmo deu mais uma demonstração de talento, mas Jéssica Inchude, além da medalha de prata levou para casa um novo recorde pessoal e melhor marca de sempre da Guiné-Bissau.

Hoje é também dia de aniversário de outra Lenda do Sporting CP, outro dos grandes nomes do atletismo do nosso Clube e do desporto nacional, Carlos Lopes. Provavelmente, a corrida da sua vida foi naquela tarde de Verão, de 12 de Agosto, em Los Angeles, nos Jogos Olímpicos de 1984, onde (literalmente) de forma olímpica fez com que o hino nacional ecoasse naquele imponente estádio, depois de vencer e estabelecer um novo recorde olímpico que só foi batido 24 anos depois. Lembro-me bem de estar a ver na televisão em Lisboa, sentado no chão de casa dos meus pais, a vibrar com aquele momento, com aqueles largos minutos de orgulho nacional. Mas os feitos de Carlos Lopes tive a sorte de acompanhar, sempre através da televisão, ao vivo e a cores, não um, mas vários; em pista (Meeting de Estocolmo), na estrada (em Los Angeles ou São Silvestre) e em inúmeras provas de corta‑mato, num misto de relva e lama, consoante o que as condições meteorológicas impunham, mas com a marca vencedora de um dos grandes do desporto Leonino e nacional.

O professor Moniz Pereira costumava dizer que “a sorte dá muito trabalho”. E é esse trabalho que sabemos que dá resultados e que forma mulheres e homens para a competição e para a vida, até porque “viver é treinar e treinar é quase vencer”. Um exemplo hoje e será, com certeza, um exemplo sempre no amanhã.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal