Momentos a verde e branco
08 Abr, 2021
(...) agora é a vez de voltarmos a pedir que se olhe para a ferramenta do VAR com atenção: a ideia não é criticar, mas sim construir um futuro e um VAR melhor, mais justo e mais transparente
Há momentos que merecem ser recordados. Há histórias que devem ser partilhadas, experiências geracionais que se cruzam. O basquetebol do Sporting CP viveu nos últimos dias uma dessas ocasiões. Com a Páscoa como motivo da visita, antigos jogadores da modalidade surpreenderam o actual plantel em pleno Pavilhão João Rocha (páginas 18 e 19).
Ernesto Ferreira da Silva, Hermínio Barreto, Carlos Sousa e Edgar Vital são Leões que têm o seu nome inscrito na memorável História deste Clube. Antigos jogadores e campeões nacionais, são também fiéis apoiantes da equipa de Luís Magalhães e co-responsáveis pelo regresso da modalidade. A simbologia do gesto assentou que nem uma luva na equipa e todos esperamos que sirva de incentivo já para a final four da Taça de Portugal.
Hoje, assinalam-se 59 anos desde que João Morais marcou o golo número 2.000 dos Leões no campeonato (páginas 3 e 4). Morais e o seu canto também fazem parte do património do Clube. É com certeza uma das nossas Lendas mais queridas, responsável pelo golo que deu ao Sporting CP e a Portugal a conquista única da competição europeia da Taça dos Vencedores das Taças. Foi em 1964, na finalíssima (já que na final tínhamos empatado a três golos com o MTK Budapest), que aos 19 minutos o jogador surpreendeu o mundo do futebol ao executar na perfeição com o seu pé direito um canto directo que acabou por ser decisivo para o Clube e para a conquista em questão. O ‘Cantinho do Morais’ seria depois imortalizado pelo lançamento de um disco, com direito a relato de rádio de Artur Agostinho, primeiro interpretado por Margarida Amaral, depois popularizado por Maria José Valério.
Nas páginas centrais desta edição, outro momento para mais tarde recordar: a vitória e conquista da Supertaça de râguebi feminino, versão de 15, frente ao eterno rival, com uns claros 18-5 (páginas 14 e 17). Uma equipa que tem dominado o panorama nacional, sendo este o 15.º título em apenas quatro anos. É obra. Os mais sinceros parabéns ao treinador Pedro Leal, à capitã Isabel Ozório e à jogadora Inês Marques, responsável pela marcação de três ensaios: “sim, marquei os três, mas é fruto do oito da frente e dos três-quartos, como é óbvio”, relatou ao nosso Jornal com a humildade que caracteriza os campeões.
O Luso vai ser palco da primeira fase da Liga Europeia de Hóquei em Patins e o Sporting CP tem a ambição de revalidar o troféu do qual ainda é o detentor – a última edição foi cancelada devido à COVID-19. “Olho para este troféu com alguma saudade, mas também com grande responsabilidade”, confessou ao Jornal Sporting o treinador Paulo Freitas. Nas páginas 22 a 24 encontramos a entrevista conjunta ao treinador e ao capitão Pedro Gil.
No futebol, continuamos a luta, jogo a jogo, sempre com o foco na conquista dos próximos três pontos. A última partida ficou marcada pela entrada sem sanção que Nuno Mendes sofreu (acabou por sair lesionado do jogo e, segundo o departamento médico do Sporting CP, foi um verdadeiro milagre o jogador ter escapado a uma lesão grave) e por dois golos anulados ao Sporting CP, um dos quais invalidado por um fora-de-jogo por dois centímetros. Depois de em Dezembro passado o Sporting CP ter iniciado e liderado a discussão pública sobre a possibilidade de serem públicas as comunicações entre árbitro e videoárbitro (VAR), agora é a vez de voltarmos a pedir que se olhe para a ferramenta do VAR com atenção: a ideia não é criticar, mas sim construir um futuro e um VAR melhor, mais justo e mais transparente.
Faltam nove jornadas para o fim da Liga NOS. E a receita é a mesma: trabalho, compromisso, humildade e garra de Leão. Sempre juntos, até porque “Onde Vai Um, Vão Todos”.
Editorial da edição n.º 3814 do Jornal Sporting
* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal