O Campeonato das Cadeiras Partidas
29 Abr, 2021
Anunciamos hoje, em primeira mão no Jornal de clube mais antigo do Mundo, que o nosso Estádio vai ter novas cadeiras… e serão verdes!
A Teoria das Janelas Partidas
O que é que um carro abandonado no Bronx/Nova Iorque, Palo Alto/Califórnia ou no Lumiar/Lisboa podem ter em comum? E o que é que isso pode ter a ver com o Sporting Clube de Portugal?
A resposta à primeira pergunta é a Teoria das Janelas Partidas, segundo a qual sinais visíveis de desordem social, comportamento anti-social ou crime criam um ambiente urbano que encoraja mais comportamentos anti-sociais, mais desordem e mais crime.
A teoria pode sintetizar-se no seguinte exemplo que lhe deu nome: se existir uma janela partida num edifício e a mesma não for reparada, a tendência é para que o edifício rapidamente fique com todas as janelas partidas. E isto é verdadeiro para qualquer bairro, independentemente da natureza do seu estrato social.
A “lógica” é que uma janela partida durante muito tempo sem ser reparada mostra sinais de que ninguém se importa, gerando-se um efeito contaminador de “partido por cem, partido por mil”.
A Teoria foi introduzida em 1982 por James Q. Wilson e George L. Kelling, mas viria a tornar-se mais popular quando foi utilizada no âmbito da implementação de uma política de combate ao crime na cidade de Nova Iorque.
A resposta directa à pergunta inicial foi dada por um teste efectuado pelos autores do estudo, que colocaram um carro abandonado no Bronx e outro no bairro de Palo Alto para concluir que, a partir de danos visíveis de abandono, o efeito de vandalismo era idêntico em ambas as regiões, apesar das diferenças de estrato socioeconómico entre elas.
Em suma: o “Espaço” importa. Obviamente pelo efeito real de conforto, porque sinaliza exteriormente sinais, de cuidado ou descuido, porque psicologicamente interfere animicamente na motivação/disposição humana e finalmente porque induz comportamentos.
E a solução é desenhar espaços que induzam, inconsciente ou conscientemente, a bons comportamentos e à imagem pretendida, encarando os problemas enquanto eles são pequenos, não os deixando escalar.
E o que tem isto a ver com o Sporting CP? A resposta a esta pergunta é: Cadeiras Verdes.
Anunciamos hoje, em primeira mão no Jornal de clube mais antigo do Mundo – e cujos detalhes do projecto pode consultar nesta edição – que o nosso Estádio vai ter novas cadeiras… e serão verdes!
Após 18 anos, pela primeira vez desde a construção do novo estádio, e após um ano de pandemia que impediu a presença dos nossos Sócios e adeptos no recinto, substituímos as cadeiras. E é assim que daremos as boas-vindas a todos à Cidade Sporting, na sua casa-mãe: o Estádio José Alvalade.
Rúben Amorim disse, e bem, que o “Campeonato do Futuro” do Sporting CP já está ganho. Dentro de campo pela retoma da aposta na Formação, fora dele pelo projecto e trabalho contínuo que está a ser feito na requalificação das infra-estruturas (e não só), no âmbito do segundo e quarto pilares estratégicos, em que definimos:
2.º Pilar – Infra-estruturas
“O rendimento das Pessoas é, em grande parte, resultado das condições de espaço e equipamento que as mesmas têm para trabalhar”.
4.º Pilar – Interacção com o Sócio
“Estádio/Pavilhão: Melhorar a experiência do ponto de vista de conforto, tecnologia, prestígio e imagem”.
Neste campeonato lutamos sobretudo com o Sporting CP, em que cada um tem de contribuir para a preservação do nosso ADN e património, para que a cada dia gostemos ainda mais daquilo que vemos quando nos olhamos ao espelho.
2021 não vai parecer 2021.
Bem-vindos à Cidade Sporting!
Bem-vindos ao (novo) Estádio José Alvalade com Cadeiras Verdes!
Editorial da edição n.º 3817 do Jornal Sporting