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Marcas para a vida

Por Juvenal Carvalho
07 Jun, 2023

Se existe factor pelo qual o Sporting Clube de Portugal se tem distinguido ao longo dos tempos, é por deixar marcas que ficam para a vida nos profissionais que passam pelo nosso Clube. E falo desde portugueses a estrangeiros, e seja em que modalidade for. 

Entre os jogadores portugueses, e pela experiência própria de ter vivenciado como dirigente esse conhecimento, são vários os que, não sendo sportinguistas de berço, e chegando adeptos de outros clubes a Alvalade, saem com o Sporting CP no coração e com um orgulho infinito de ter servido o Clube e o símbolo do Leão rampante, que um dia foi também usado por Francisco Stromp, entre tantas outras figuras gradas do desporto português e internacional. 

E é esta fidelidade para uma vida, unida pelo símbolo do Leão, que nos torna um clube marcante pela diferença. De tantos episódios que poderia lembrar, de jogadores que por mais afastado que vá sendo o seu tempo a representar o nosso símbolo, cada vez que a ele se referem é sempre marcado pela saudade e pelo trato que receberam. E poderia, como disse, falar de tantos. 

Mas hoje, até por ser tema actual, lembro a forma apaixonada como Carlos Ruesga, uma enorme referência do andebol mundial − que privilégio tivemos que tenha representado o nosso símbolo durante sete anos − ao despedir-se do Clube se referiu a ele como sendo o seu, de que garbosamente ostentou nas redes sociais o seu número de associado, a quem declarou mesmo amor eterno. Para nós, Sportinguistas, a reciprocidade é latente e foi provada na bonita homenagem a ele prestada antes de se iniciar o jogo com o nosso eterno rival no 'João Rocha', com as claques a entoarem cânticos dedicados a ele, que além de títulos ganhos − ainda pode conquistar mais um no próximo fim-de-semana, nos honrou com a sua presença tantos anos em Alvalade. Marcou golos como só ele. Fez assistências para golo com uma chancela tão sua. Espalhou classe por onde passou. Um jogador muito respeitado por todos. Já sinto saudades dele e ainda não abandonou. Um privilégio não só ser nosso jogador, como a forma sentida como a nós se referiu na despedida. Será para sempre um dos nossos.

E por falar em nossos. E estes são do berço. Que bonita a forma como o Sporting CP dedicou o Dia dos Irmãos nas redes sociais, ilustrando-o com uma foto dos irmãos Bernardo e Tomás Paçó, ainda bem meninos, equipados com as nossas cores em festejo Leonino.

Tanto 'à Sporting' foi também a homenagem que o Clube, porque tem memória, fez a Pedro Cary, no final do jogo da meia-final do play-off ante o Leões de Porto Salvo. Saber reconhecer é nobre. E esse é o nosso apanágio. Obrigado por tudo, Pedro Cary, foram épicos, feitos de conquistas e valores humanos, os nove anos e 386 jogos de Leão ao peito. 

É tanto por isto que primamos pela diferença. Somos um Clube que deixa marcas para a vida!